segunda-feira, 2 de maio de 2011

Rejuvenescer sem cirurgia

A partir dos 30 anos, a produção de colágeno pelo organismo começa a diminuir, resultando na perda da elasticidade da pele. No rosto, além da flacidez, os sinais do tempo se evidenciam na forma de rugas, sulcos, manchas e na perda de volume em regiões da face. A boa notícia é que, hoje, uma série de tratamentos de beleza, bem menos invasivos do que a cirurgia plástica, conseguem amenizar os efeitos da idade com a mesma eficiência dos bisturis. A cirurgiã dermatologista Dóris Hexsel, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), explica que o envelhecimento da pele do rosto envolve várias alterações. ´´A face mais jovem tem uma aparência mais cheia. A medida que envelhece ela vai adquirindo a forma de um triângulo, com a ponta para baixo. Perdemos volume, aparecem as rugas de expressão, a ação dos raios ultravioleta provocam manchas. Temos perda de colágeno e gordura´´, afirma. A tendência, segundo ela, têm sido o uso de uma combinação de técnicas de rejuvenescimento, o que resulta no tratamento mais indicado de acordo com as características de cada paciente. ´´Se a pessoa tem rugas de expressão, por exemplo, usa-se a toxina botulínica, se há perda volumétrica, como lábios finos, pode-se aumentá-los com segurança usando um preenchedor como o ácido hialurônico´´, diz a dermatologista que participou de palestras sobre o assunto no XXIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, realizado mês passado, em Curitiba. Uma das técnicas mais conhecidas é a aplicação da toxina botulínica, mais conhecida por um de seus nomes comerciais, Botox. A toxina é injetada nas áreas das chamadas rugas de expressão, causadas pelo movimento repetitivo dos músculos. É o caso das rugas da testa, da glabela (entre os supercílios) e da região ao lado dos olhos, conhecida como pés de galinha. A toxina atua impedindo a contração dos músculos faciais que dão origem às rugas. Com a interrupção da contração ocorre o relaxamento muscular e as rugas se atenuam. Em casos de perdas volumétricas é feito o preenchimento cutâneo. A técnica é utilizada para a correção de sulcos, rugas e cicatrizes. Em geral é usada para correção do sulco nasogeniano (aquele que se acentua com o sorriso e vai do canto do nariz ao canto da boca), do sulco ao redor dos lábios, conhecido como ´´bigode chinês´´ e ainda para aumentar lábios finos. A técnica consiste na injeção de substâncias sob a área a ser tratada elevando-a e diminuindo a sua profundidade, com consequente melhora do aspecto. O produto mais utilizado é o ácido hialurônico - considerado um dos produtos mais seguros para o preenchimento cutâneo. Apesar de ser produzido em laboratório, trata-se de um componente natural da segunda camada da pele, mas que também torna-se mais escasso com o passar da idade. Segundo Dóris Hexsel, a segurança dos dois procedimentos é comprovada pelo uso da técnica há 15, 20 anos em outros países sem resgistro de problemas. Efeitos colaterias são raros, explica, podendo aparecer algum hematoma ou um pouco de inchaço. As duas técnicas podem ser realizadas no consultório, em sessões rápidas, que em geral não necessitam nem mesmo de anestesia. Por questões éticas, a cirurgiã não comenta preços dos tratamentos. Tratamentos temporários O único inconveniente, de acordo com a Dóris, é que os tratamentos são temporários, pois as substâncias são absorvidas pelo organismo. A duração da toxina botulínica é de cerca de seis meses e do ácido hialurônico é em média de 12 meses. Ela explica que a própria SBCD orienta pela não utilização de preenchimentos definitivos para rejuvenescimento porque há maior risco, exceto em indicações específicas. É o caso do tratamento da Lipodistrofia em pacientes portadores do vírus HIV, que precisam repor um volume de gordura muito grande no rosto para não serem socialmente estigmatizados. Outra técnica comumente associada é o peeling, indicado principalmente para tratar danos causados pelo sol e alterações superficiais da pele, como aparecimento de manchas e mudanças de textura. Dóris ressalta, no entanto, que o tratamento vai depender, sempre, de indicação médica. A cirurgia plástica ainda é o caminho indicado para muitos casos, como, por exemplo, excesso de pele no pescoço, nas pálpebras ou bolsa de gordura embaixo dos olhos.Produto permite ´esculpir´ o rostoUm tipo de ácido hialurônico com maior viscosidade é a mais recente aposta no ramo da dermatologia. O produto é indicado quando é necessário atuar em rugas profundas e na reposição de grandes volumes da face. ´´Pode-se dizer que os preenchimentos são um tratamento bidimensional e esse é tridimensional´´, compara Giovana Pacini, gerente de produtos da Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos. ´´Com o tempo, o rosto vai perdendo gordura, massa óssea. Com isso fica mais fino, sem volumes, aparecem áreas de sombras´´, diz, ressaltando que o produto vai complementar os outros tratamentos. ´´Ele é aplicado mais profundamente, e age como uma escultura no rosto´´, diz, explicando que o produto vai remodelar a face, corrigir depressões e repor perdas mais substanciais. A aplicação é feita com anestesia em creme ou local, semelhante à usada por dentistas, em uma ou duas sessões, dependendo do grau de envelhecimento. A duração é de 15 a 18 meses em média. (M.G.)Fonte: FOLHA DE LONDRINA – PR

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