terça-feira, 30 de novembro de 2010

Analgésico é ligado a alergias em crianças

O uso do paracetamol em crianças pode estar ligado ao desenvolvimento de alergias e asma mais tarde em suas vidas, segundo um estudo.
Mas maiores pesquisas são necessárias para esclarecer essa descoberta, e os benefícios do paracetamol para controlar a febre ainda são maiores do que o potencial para o desenvolvimento posterior de alergias, disse Julian Crane, professor da Universidade de Otago, em Wellington, autor do estudo.
"O problema é que o paracetamol é dado livremente às crianças", afirmou.
O relatório, publicado na revista "Alergia Clínica e Experimental", é baseado no Estudo Cohort em Asma e Alergia, da Nova Zelândia, que investigou o uso de paracetamol em 505 crianças na cidade de Christchurch e 914 crianças entre 5 e 6 anos de idade na mesma cidade para ver se desenvolviam sinais de sensibilidade para asma ou alergias.
"A maior descoberta foi que crianças que usam paracetamol antes dos 15 meses de idade (90 %) tinham mais de três vezes maior probabilidade de se tornarem sensíveis a substâncias alérgicas e duas vezes mais probabilidade de desenvolver asma aos 6 anos em relação às crianças que não usam paracetamol", disse Crane, em comunicado.
"No entanto, ainda não sabemos por que isso ocorre. Precisamos de testes clínicos para ver se essas associações são causais ou não, e esclarecer o uso dessa medicação."
Mas as descobertas mostram um risco maior para aqueles com graves sintomas de asma.
Ele disse que na falta de outras opções e estudos confirmando uma ligação causal, o paracetamol deveria continuar sendo usado por enquanto.
"Se eu tivesse um filho com febre, eu lhe daria paracetamol", acrescentou. FONTE: FOLHA ONLINE

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Extrato de Agave substitui o açúcar com menos calorias.

Uma planta de origem mexicana é a nova sensação entre os adeptos dos adoçantes: o Agave, cujo extrato tem se revelado um bom substituto do açúcar. O Agave é uma planta suculenta, usado como matéria-prima para a fabricação da tequila, bebida destilada tradicional no México. Segundo a nutricionista Flávia Morais, o extrato líquido do Agave (como costuma ser vendido) tem coloração amarela clara, odor agradável, textura mais suave que o mel e é rico em frutose, o mesmo tipo de açúcar encontrado nas frutas. Mas quais são as vantagens desse extrato em relação ao açúcar? Nesse comparativo, o agave ganha por ter menos calorias e adoçar mais, sendo indicado para quem quer substituir o açúcar, e até mesmo o adoçante, por uma opção mais saudável. "Ele é melhor que o açúcar, pois não é um alimento refinado, é orgânico, ou seja isento de contaminação química e tem menor índice glicêmico, além de ser digerido mais devagar que o açúcar, portanto não sobrecarrega o pâncreas", explica Flávia. Além disso, não contém glúten, nem lactose. Diabéticos devem ter cuidado! O Agave, apesar de ter menos calorias que o açúcar comum, tem bem mais que os adoçantes, possuindo 33 kcal a cada 20g (contra 77kcal do açúcar refinado e quase zero dos adoçantes sintéticos). Além de ser mais calórico, existem algumas ressalvas para o consumo do Agave: quem sofre com o diabetes não deve consumi-lo. Como tem alto teor de frutose, para os diabéticos ele é tão perigoso quanto o mel. No caso de portadores de diabetes, se a ideia é substituir o adoçante artificial por um natural, a nutricionista Fernanda Machado Soares recomenda a stevia - outro adoçante natural. "Além de ser mais doce que o açúcar, pode ser consumido a vontade por todos", diz a especialista. Como usar o Agave Para usar o Agave como adoçante a nutricionista Flávia Morais recomenda que se substitua uma colher de sopa de açúcar (15g) por uma colher de sobremesa de extrato de agave (10g). O Agave também atua como potencializador de sabor, realçando o sabor de outros ingredientes, como frutas e cereais. Uma dica é amassar a banana ou cozinhar maçãs e peras e adoçar com um fio de extrato de agave. O extrato ainda pode ser usado no dia a dia para adoçar cafés, chás, assim como sobremesas, waffles, pães, panquecas, bolos e outras receitas. Fonte: FOLHA DE LONDRINA – PR

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dieta rica em proteínas é a melhor para perder peso, diz estudo dinamarquês.

Cientistas analisaram a maior pesquisa já feita sobre dieta, em oito países europeus desde 2005.EfeCOPENHAGUE - A melhor maneira para perder peso é fazer uma dieta rica em proteínas, com mais carnes magras, legumes e produtos lácteos de baixo nível de gordura, segundo estudo apresentado nesta quarta-feira, 24, pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca.De acordo com publicação da revista científica americana New England Journal of Medicine, deve-se reduzir também o consumo de amidos refinados como pão e arroz branco.A pesquisa recolhe os resultados do maior estudo do mundo sobre dieta, o Projeto Diógenes (Dieta, Obesidade e Genes), realizado desde 2005 em oito países europeus (com 772 famílias, incluindo 938 adultos e 827 crianças), com fundos da União Europeia e dirigido pela Universidade de Copenhague.Os melhores resultados foram obtidos por aqueles que seguiram a dieta rica em proteínas, com um aumento de peso 0,93 quilo menor do que aqueles que tiveram uma alimentação pobre em proteínas.O objetivo era comparar as recomendações dietéticas oficiais na Europa com uma alimentação baseada nos últimos conhecimentos sobre a importância das proteínas e dos carboidratos para regular o apetite."Nosso trabalho alerta que as autoridades recomendem à população a comer mais proteínas para prevenir a obesidade", afirmou Thomas Meinert Larsen, um dos diretores do projeto. Fonte: ESTADÃO ON LINE

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FABULESS

FABULESS

Fabuless™ é um ingrediente inovador, que afeta a quantidade de tempo que o indivíduo leva para ficar com fome novamente depois de uma refeição, e a quantidade de comida ingerida na próxima.
Os componentes patenteados de Fabuless™ e sua tecnologia são inteiramente naturais. Fabuless™ consiste de um pó emulsionável, fabricado a partir de óleo de palma revestido com galactolipídeos de óleo de aveia. A fração específica de aveia é digerida muito lentamente, permitindo que Fabuless™ penetre profundamente no sistema intestinal. O corpo identifica um nível relativamente alto de gordura não digerida em um estágio tardio do processo digestivo. Desta forma, os sinais de fome que normalmente começariam a ser gerados são suprimidos.
Várias autoridades européias e americanas endossaram produtos que contenham Fabuless™, considerando segura sua combinação de ingredientes alimentares.
Propriedades
Produto 100% natural, derivado de óleos vegetais purificados;
Aciona o mecanismo de controle natural do apetite;
Aumenta a saciedade;
Reduz o apetite e o consumo calórico;
Reduz a circunferência abdominal e a gordura corporal;
Eficaz na redução e manutenção do peso corpóreo;
Efeitosduram de 4 a 8 horas, podendo se estender por mais tempo;
Disponível na forma de pó.
Origem: ALEMANHA
FONTE: LITERATURA DO FABRICANTE

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tratamento que bloqueia "hormônio da fome" ajuda a controlar peso

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland), comprovou com sucesso um tratamento que bloqueia o chamado "hormônio da fome" e que, além de controlar o peso, pode ter outros benefícios metabólicos, informou na quinta-feira (18) a revista "Science".
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Brad Barnett e sua equipe do Departamento de Farmacologia e Ciências Moleculares criaram um composto que interfere na grelina, um hormônio produzido principalmente pelo estômago e que, entre outros efeitos nos mamíferos, é responsável pela sensação de fome.
"O aumento contínuo da proporção de indivíduos com excesso de peso na sociedade ocidental ao longo das últimas três décadas se vinculou a um aumento substancial da morbidade, e isto é um grave problema de saúde pública", informou o artigo.
Para enfrentar este problema "estão em andamento intensos esforços para esclarecer as interações de nutrientes e hormônios que contribuem para o aumento de peso", acrescentou.
Estudos anteriores estabeleceram que os níveis desse hormônio de origem natural no sangue são mais baixos imediatamente após a ingestão de comida e aumentam gradualmente durante o jejum.
Além disso, os cientistas determinaram que os níveis de grelina são mais altos nas pessoas magras em comparação com as que sofrem de obesidade.
Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins também sabiam que a grelina só age se for portadora de uma cadeia secundária de um octanoil específico, acrescentado por uma enzima denominada aciltransferasa-O-grelina (GOAT, pela sigla em inglês).
A equipe de Barnett criou, então, um composto de base péptida chamado GO-CoA-Tat, que inibe a GOAT, e o injetou em ratos que eram alimentados com alto conteúdo de gordura.
Depois, observaram as cobaias e comprovaram que o composto melhorava a tolerância à glicose e retardava o aumento de peso sem que reduzisse a quantidade de comida ingerida. De acordo com os pesquisadores, o resultado indica que o composto afeta o metabolismo, ao invés de diminuir o apetite.
O artigo informa que o tratamento requer repetidas injeções de GO-CoA-Tat, ou seja, é pouco provável que seja desenvolvido como um medicamento contra obesidade.
A importância do estudo determina que a GOAT é um resultado potencialmente valioso para o desenvolvimento de esforços futuros para um tratamento contra a obesidade. FOLHA ONLINE

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Testes genéticos detectam doenças ligadas a alimentos

Chegam ao Brasil os primeiros testes genéticos ligados ao campo emergente da nutrigenômica, que estuda como os alimentos interagem com certos genes.
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Os exames detectam a predisposição a três problemas: obesidade, intolerância a lactose e doença celíaca.
A intolerância a lactose é causada pela ausência da enzima que quebra o açúcar do leite. Já a doença celíaca é a intolerância ao glúten.
No caso da obesidade, o teste pode indicar como a pessoa vai responder a dietas, segundo Claudia Moreira, diretora científica da Eocyte, uma das empresas responsáveis pelos testes.
"É uma ferramenta que vai permitir ao médico adaptar o tratamento de acordo com o perfil do paciente", diz.
Em relação a diagnósticos clínicos, o teste é mais preciso. Mas seu uso divide médicos. O presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro, José Augusto Messias, afirma não acreditar que traga benefícios, porque o surgimento das doenças é determinado por outros fatores, não só pela genética.
Já na avaliação de Luiz Vicente Rizzo, diretor do Instituto de Pesquisa do Hospital Albert Einstein, o teste vale, mas só para a doença celíaca. "Nesse caso, o diagnóstico precoce é fundamental, permite preparos específicos." FOLHA ONLINE

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Concentração no que se faz reduz a infelicidade, diz estudo

Pessoas que divagam em meio a suas atividades sentem-se menos felizes do que pessoas que se concentram no que estão fazendo no momento. E não importa se a divagação é no sentido de um pensamento feliz - as férias, por exemplo - e a atividade, desagradável.
Divulgação/Science
Detalhe da tela do telefone com questão do teste
Essa é a conclusão, publicada na edição desta semana da revista Science, de um estudo conduzido entre mais de 2.000 adultos, que foram consultados via iPhone sobre seus pensamentos e estado de espírito.
"Não descartamos a possibilidade de que algumas situações sejam tão ruins que seria melhor divagar, mas como não vimos evidência desse tipo, nossos dados sugerem que elas são raras", disse o principal autor do trabalho, o psicólogo Matthew A. Killingsworth, da Universidade Harvard.
Para realizar o levantamento, Killingsworth cadastrou voluntários usuários de iPhone, a partir do site http://www.trackyourhappiness.org/. Essas pessoas passaram a receber torpedos três vezes ao dia, perguntando o que estavam fazendo, no que estavam pensando e se se sentiam felizes ou não.
"Nós simplesmente perguntávamos às pessoas se elas estavam pensando 'em alguma outra coisa' diferente do que estavam fazendo, de acordo com suas definições próprias", explica o pesquisador.
Um resultado foi o de que as pessoas passam cerca de metade do tempo em que estão acordadas divagando. "Divagações ocorreram em 46,9% das amostras", escrevem Killingsworth e seu coautor, Daniel T. Gilbert. A menor taxa de divagação foi a medida durante o sexo: 10%. Nas demais atividades, o mínimo encontrado foi de 30%.
A maioria dos voluntários é dos EUA, mas Killingsworth disse que Brasil, Canadá, Reino Unido e Alemanha também tiveram muitos participantes. O levantamento continua, e agora já conta com cerca de 5.000 participantes.
A divagação com pensamentos negativos foi a que trouxe mais infelicidade, mas divagações neutras ou positivas também reduziram a felicidade experimentada, na comparação com a das pessoas que estavam concentradas em suas atividades.
Entre as atividades, a que trouxe mais felicidade aos voluntários foi "fazer amor", seguida de "exercitar-se". As menos felizes são "dormir" e "trabalhar".
O artigo diz ainda que os pensamentos permitem prever o estado de espírito das pessoas melhor que as atividades.
A análise estatística dos dados, dizem os autores, revela que a divagação precede a infelicidade -- e, portanto, que as pessoas não começam a divagar porque estão tristes.
As análises também levaram os autores a concluir que a atividade realizada explica apenas 4,6% da variação de felicidade das pessoas entre dois momentos, e somente 3,2% da variação na comparação com outras pessoas.
Já o que a pessoa está pensando explica 10,8% da variação de um momento para o outro, e 17% da variação de uma pessoa para a outra.
Críticas
A filósofa Olgária Matos classifica a pesquisa como um "fenômeno tipicamente americano". "Faz gráficos, junta pontos e não quer dizer absolutamente nada. É uma tentativa de cientifização do cérebro. Recaída do positivismo na ciência, que volta na figura da neurociência", diz.
Para Olgária, a divagação, ou "mind-wandering" de que a pesquisa fala não pode ser entendida como sinônimo de pensar. "Para pensar você precisa de concentração e imersão no seu objeto de pensamento. O que a pesquisa chama de 'wandering' é a dispersão da contemporaneidade. É fruto da exaustão causada pelo excesso de informação, impossibilita o pensamento."
O psicanalista Jorge Forbes faz críticas ainda mais ácidas à pesquisa, que ele classifica como um "comportamentalismo banal e reducionista"."Acho extremamente preocupante que a revista Science, uma das duas maiores referência mundiais em ciência, publique algo tão medíocre".
O ideal para os autores, afirma Forbes, seria que os seres humanos passassem a agir como animais, ou seja, sem se questionar sobre o que estão fazendo ou deixando de fazer.
"Assim, todos os aspectos criativos vão por água abaixo. É porque o ser humano duvida que ele inventa novas situações. Você nunca verá um congresso de vacas porque elas pensam sempre a mesma coisa."ESTADÃO ONLINE

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Estudo liga consumo de analgésicos durante gravidez a distúrbios reprodutivos

O uso de analgésicos leves --como aspirina, paracetamol e ibuprofeno-- durante a gravidez pode explicar, em parte, o aumento acentuado de distúrbios reprodutivos no sexo masculino nas últimas décadas, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira.
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A pesquisa constatou que as mulheres que tomaram uma combinação de mais de um analgésico leve durante a gravidez tiveram um risco maior de dar à luz filhos com criptorquidia --quando o testículo não desce para a bolsa escrotal.
Esta condição é conhecida por ser um fator de risco para a qualidade do sêmen e maior chance de desenvolver câncer de testículo. O estudo constatou que o risco da doença foi especialmente maior durante o segundo trimestre, entre o quarto e o sexto mês de gravidez.
Pesquisadores da Finlândia, Dinamarca e França, cujo trabalho foi publicado na revista "Human Reproduction", disseram é preciso realizar outros estudos com urgência e que as gestantes devem reconsiderar o uso de analgésicos.
"As mulheres podem tentar reduzir o uso de analgésicos durante a gravidez", disse Henrik Leffers de Rigshospitalet, em Copenhagen, que liderou a pesquisa. "No entanto, como biólogos, não é algo que podemos aconselhar as mulheres. Então, nós recomendamos que elas procurarem seus médicos."
Segundo a equipe de Leffers, mais da metade das grávidas em países ocidentais informou que toma analgésicos leves.
Os médicos da maioria dos países geralmente dizem que as mulheres devem evitar tomar medicamentos durante a gravidez, mas que o paracetamol, o ibuprofeno e o ácido acetilsalicílico são considerados seguros em determinadas condições e momentos.
Pesquisas em países desenvolvidos mostraram que as contagens de esperma caíram cerca de 50% na segunda metade do século passado.
Este estudo analisou dois grupos de mulheres, 834 na Dinamarca e 1.463 na Finlândia, que foram questionadas sobre o uso de medicamentos durante a gravidez.
Os bebês do sexo masculino foram examinados ao nascer para todos os sinais de criptorquidia, que vão desde uma forma leve da condição, na qual o testículo está localizado no alto no escroto, para a forma mais grave, em que o testículo está no alto do abdome.
Os resultados do estudo demonstraram que as mulheres que utilizaram mais de um analgésico ao mesmo tempo tiveram um risco sete vezes maior de dar à luz filhos com algum tipo de criptorquidismo em comparação àquelas que não tomaram nada.
"Embora devemos ser prudentes... o uso de analgésicos leves constitui, de longe, a maior exposição aos desreguladores endócrinos entre as mulheres grávidas", disse Leffers.
Sobre os resultados, Allan Pacey da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, disse que eles eram "um tanto alarmante".
'É interessante notar que os investigadores encontraram uma diferença significativa quando as mulheres usaram analgésicos durante duas semanas ou mais, e que o impacto maior foi quando tomaram durante o segundo trimestre. É evidente que são necessárias mais pesquisas como uma questão de prioridade", afirmou.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Emagrecimento sem mistério

A fórmula mágica para o emagrecimento existe. Basta segui-la à risca e o resultado aparece. O melhor de tudo é que não são necessários sacrifícios gigantescos, extravagâncias gastronômicas ou comportamentais. A grande fórmula para se perder peso, os especialistas afirmam, é alimentação equilibrada combinada com a prática regular de exercícios físicos. Se você não viu nenhuma novidade, é isso mesmo. O caminho está longe de ser um mistério – o difícil mesmo é segui-lo.
"Não há mágica: é necessário se gastar mais energia do que se ingere", observa José Kawazoe Lazzoli, especialista em Cardiologia e Medicina do Esporte e Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME). "Pensemos numa balança de feira, onde colocamos num prato o que ingerimos de energia, por meio dos alimentos, e, no outro, a energia que gastamos para manter o nosso corpo funcionando e também o que é gasto com atividades físicas. Dependendo de qual prato for mais pesado, perdemos ou ganhamos peso."
Um dos erros comuns entre os que não conseguem perder e manter o peso, mesmo após incontáveis dietas, é a busca por soluções fáceis e rápidas, obtidas por meio de alimentação limitada – comer só sopa, ou apenas alface ou nada mais do que shakes diets. O problema dessas dietas muito restritivas – que cortam os alimentos cotidianos, as guloseimas prediletas ou grupos alimentares inteiros, como carboidratos – é que, depois do período de regime, a pessoa vai retomando os velhos hábitos incorretos e, assim, ganha de volta os quilos perdidos. É o conhecido efeito sanfona.
Jejuns. Outro problema são os longos períodos sem alimentação ou quando se "pula" refeições. "Nesse caso, o prejuízo ocorre porque o corpo entende o processo como uma privação de alimentos e, para se poupar, passa a gastar menos energia, diminuindo o metabolismo", afirma a nutricionista Renata Alves. Com isso, além de evitar o emagrecimento, a pessoa pode voltar a recuperar, e até aumentar, o peso. "Porque, no retorno da comida, o organismo retardou o metabolismo com medo de nova escassez, então fica mais fácil de a pessoa voltar a engordar", explica.
Por outro lado, reduções muito rápidas de peso não são saudáveis, pois perde-se massa magra também (muscular e, inclusive, óssea), ao invés de apenas gordura. É importante evitar, ainda, as metas irreais. "As pessoas sempre querem perder mais peso do que necessitam", afirma a endocrinologista Rosana Bento Radominski, professora-doutora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Por isso, é recomendável que um nutricionista ou endocrinologista oriente sobre a quantidade de peso a ser perdida e acompanhe todo o processo de emagrecimento.
A reeducação alimentar é o primeiro passo para quem quer emagrecer com saúde. Comer mais frutas, legumes e verduras; fazer refeições em pequenas porções a cada três horas; tomar bastante água (no mínimo, dois litros por dia); evitar frituras, comidas industrializadas; incorporar cereais integrais – que, por terem mais fibras, aumentam a saciedade. O problema é que muitas pessoas não gostam de comer determinados alimentos, então o desafio parece insuperável.
"A orientação deve ser dentro da realidade do paciente. Se ele é chocólatra, não vou proibi-lo de comer chocolate, mas ensiná-lo a não comer muito de uma vez e a deixar por mais tempo o pedaço na boca", exemplifica a nutricionista Renata Alves. Em sua rotina profissional, ela tem percebido a dificuldade dos pacientes em evitar alimentação industrializada e em combater o sedentarismo. "O mundo está ficando mais obeso, ao mesmo tempo em que se faz mais dieta. A conta não está fechando."
Da mesma forma que a alimentação, a prática regular de exercícios físicos deve se adaptar à rotina pessoal e, principalmente, ser prazerosa. Para quem não gosta de academia e de praticar esportes, uma caminhada de 30 minutos por dia é suficiente. Basta tentar fazer os pequenos trajetos diários a pé (padaria, mercado) e, se a ida para o trabalho é feita de ônibus ou metrô, descer um ponto antes do destino e ir caminhando é uma saída. ESTADÃO ONLINE

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Governos deveriam controlar nível de sal nos alimentos, diz estudo australiano

Governos de todo o mundo deveriam impor controle sobre o conteúdo de sal nos alimentos para combater doenças do coração, em vez de deixar essa incumbência aos produtores de alimentos, afirmam pesquisadores que lideraram um estudo sobre o tema na Austrália.
O estudo, publicado na última terça-feira, 2, na publicação médica britânica Heart, mostrou que, quando as empresas de alimentos controlam o teor de sal, os índices de doenças cardíacas e derrames caem cerca de 1%, mas, quando o governo impõe regras, essas taxas diminuem 18%.
A autodisciplina das pessoas para controlar a ingestão de sódio foi considerada o método menos eficaz, reduzindo doenças cardíacas e enfartes em apenas 0,5%.
Comer muito sal aumenta a pressão arterial e coloca as pessoas em risco de derrames e cardiopatias - doenças crônicas que absorvem a maioria dos recursos destinados à saúde pública.
"Se nós confiarmos nas empresas para que, voluntariamente, diminuam o teor de sal dos produtos, haveria algum benefício, mas os ganhos com reduções obrigatórias seriam 20 vezes maiores", disse Linda Cobiac, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Queensland, na Austrália.
Na Austrália, 94% dos homens e 64% das mulheres comem mais sal que o recomendado, segundo Linda, enquanto um estudo recente mostrou que 9 em cada 10 americanos ingerem muito sal.
"Quando o consumo é tão excessivo, faz sentido que o governo intervenha", afirmou a pesquisadora. "Cortar o teor de sal nos alimentos representa uma economia de custos para o governo a longo prazo", completou. ESTADÃO ONLINE