SÃO PAULO - Reduzir pela metade a quantidade de proteína animal na dieta e incentivar a mudança de hábitos alimentares são a chave para melhorar o quadro clínico de pacientes diabéticos e com doenças renais crônicas. É o que aponta um estudo realizado pelo Centro Estadual de Tratamento de Doenças Renais do Hospital Regional do Vale do Paraíba, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, em Taubaté.
Foram acompanhados 93 pacientes da unidade, dos quais 38 com diabete, que receberam dieta hipoproteica personalizada com base em uma avaliação nutricional prévia. Durante o estudo, a equipe multiprofissional da unidade observou que a alimentação irregular era uma das maiores responsáveis pela piora no quadro.
"Logo no início, pudemos perceber que a maioria dos pacientes já chegava com várias dúvidas e mitos. O nosso maior desafio era conseguir que eles aderissem a uma dieta diferente, principalmente o paciente diabético, que trazia, além das orientações do médico, as famosas e preocupantes receitas caseiras", comenta a nutricionista responsável pela pesquisa, Monise Ávila.
A dieta proposta usou 50% de proteína animal, com alto valor biológico, e resultou na redução de 24% de eliminação de proteinúria (proteína pela urina), que no caso de um paciente diabético é responsável por agravar a doença.
Os resultados foram significativos: além da redução da proteinúria, houve menor consumo de calorias - refletindo no emagrecimento dos pacientes - e de proteína vegetal (com baixo teor biológico), além de diminuição das taxas de açúcar no sangue e da hemoglobina glicada, que mede com precisão o controle da diabete.
Segundo Monise, o trabalho multiprofissional foi fundamental para a melhora dos tratamentos, já que grande parte dos pacientes tem dificuldade de manter uma alimentação saudável. A equipe procurou conhecer a realidade de cada um deles e a aproximou ao máximo a uma condição mais adequada de nutrição.
O Centro Estadual de Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba é um projeto-piloto da secretaria e oferece atendimento avançado, de qualidade e humanizado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, 1,8 mil pacientes estão em tratamento na unidade, conseguindo retardar a evolução da doença e a necessidade de tratamento por hemodiálise. FONTE: ESTADÃO
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