quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Luta contra Alzheimer ganha um aliado: composto natural

Cientistas conseguem reproduzir em laboratório substância extraída de planta rara que combate a doença - e produção industrial começa a ser cogitada

Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desenvolveram o primeiro método prático, barato e eficiente para criar em laboratório um composto natural de combate ao Alzheimer: o huperzine A. Encontrada na planta chinesa Huperzia serrata, a substância é usada desde o fim da década de 1990 para tratar a doença. Nos EUA, o huperzine A é vendido ainda como um suplemento alimentar para auxiliar a memória e, acredita-se, possa ser usado também para combater efeitos nocivos de agentes químicos. A pesquisa foi publicada no periódico Chemical Science.
Atualmente, pesquisadores só haviam conseguido extrair pequenas quantidades do composto diretamente da planta. A produção em laboratório é feita ainda com métodos morosos ou muito complexos. Com a nova técnica, no entanto, os cientistas de Yale conseguiram produzir a substância de maneira mais prática e barata. O novo processo tem apenas oito passos e produz um rendimento de 40%. Anteriormente, as melhores técnicas exigiam duas vezes mais passos e conseguiam rendimentos de apenas 2%.
“Ser capaz de sintetizar grandes quantidades de huperzine A em laboratório é crucial, porque a planta, que tem sido usada na medicina chinesa há séculos, demora décadas para crescer e está perto da extinção devido à exploração excessiva”, diz Seth Herzon, químico de Yale e coordenador do estudo. Em alguns lugares, a huperzine A chega a custar mais de 1.000 dólares por miligrama. Mas os pesquisadores esperam que, com uma produção em larga escala, seja possível reduzir os custos para 50 centavos de dólar por miligrama (uma dose típica é de, em média, 50 miligramas por dia).
Produção industrial - Para que essa produção em larga escala venha a ser possível, a equipe fez uma parceria com uma indústria que irá auxiliar na fabricação da substância. A empresa planeja avaliar também o potencial terapêutico do huperzine A em diferentes desordens neurológicas. Além disso, o laboratório de Herzon e a empresa estão trabalhando com o exército americano, que está interessado no potencial do composto em bloquear os efeitos de agentes usados na guerra química, sem efeitos colaterais.
Outros tratamentos para o Alzheimer à base de inibidores da enzima são atualmente prescritos nos EUA, mas o huperzine A é absorvido mais satisfatóriamente pelo organismo e dura mais tempo no corpo do que os outros tratamento. “Acreditamos que o huperzine A tem o potencial de tratar uma variedade de desordens neurológicas de maneira mais eficiente do que as opções disponíveis atualmente”, diz Herzon.
FONTE: VEJA ONLINE

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