terça-feira, 9 de agosto de 2011
Antibióticos devem ser usados com cuidado para evitar superbactérias
Quando ficamos doentes, com vômito e diarreia, é comum o diagnóstico ser “virose”. Doenças causadas por vírus, em geral, têm apenas os sintomas combatidos, não os micro-organismos em si. E é importante não confundir quadros graves, como a dengue, com um ataque viral mais simples. A decisão de levar a criança ou o adulto para o pronto-socorro depende do estado geral.Já contra as bactérias são usados antibióticos, que desde o ano passado passaram para a categoria de medicamentos controlados no país, com venda permitida apenas mediante receita médica.Para falar sobre o uso correto dos antibióticos, e como evitar que eles facilitem a proliferação de bactérias resistentes – as chamadas superbactérias –, o Bem Estar desta segunda-feira (8) recebeu o infectologista Caio Rosenthal. Ao lado dele, a pediatra Ana Escobar destacou as formas de prevenção e tratamento em cada situação.Segundo os especialistas, há as chamadas “bactérias do bem”, que ajudam no funcionamento do corpo. Mas, no caso dos vírus, ou eles não fazem nada ou destroem o organismo. E precisam sempre de uma célula para entrar em ação e se reproduzir, pois não têm vida própria.De acordo com Rosenthal, até chegar à idade adulta, uma pessoa adquire centenas de viroses intestinais e respiratórias, e a maior arma contra elas é o próprio sistema imunológico. Em geral, os vírus completam o ciclo dentro do corpo humano e vão embora, deixando um rastro de imunidade no hospedeiro.Contra muitos vírus – que são formados por uma capa de proteína e material genético no interior –, há vacinas disponíveis, como é o caso da hepatite B, da meningite, da poliomielite, da gripe, do rotavírus, do vírus do papiloma humano (HPV) e da febre amarela. Outros, como o da Aids e da dengue, ainda não têm imunização. O HIV, por exemplo, apresenta altíssima capacidade de mutação, o que ainda impede a produção de uma vacina eficaz e permanente.AntibióticosEsses remédios “furam” a parede da célula até atingir o núcleo da bactéria, que reage e produz mais enzimas, capazes de anular a ação do medicamento e atacar o organismo.Para evitar esse problema, os cientistas inventaram uma espécie de disfarce para que o antibiótico se torne mais forte e atinja o núcleo das bactérias com mais eficiência. Porém, algumas vão se adaptando e resistem, formando uma classe de superbactérias, contra as quais há poucas alternativas.Por isso, é muito importante tomar o remédio do jeito que o médico orientar, durante um ciclo inteiro, mesmo depois de os sintomas já terem passado.Segundo o infectologista, a bactéria mais perigosa é a que tem diagnóstico tardio. Em geral, infecções bacterianas têm febre mais alta e mais secreções que as virais. Problemas de pele também podem servir de porta de entrada para os micro-organismos. Para se proteger contra doenças e criar anticorpos, o leite materno e as vacinas são uma excelente recomendação e devem ser tomados sempre.
Fonte: G1
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