Uma equipe de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland), comprovou com sucesso um tratamento que bloqueia o chamado "hormônio da fome" e que, além de controlar o peso, pode ter outros benefícios metabólicos, informou na quinta-feira (18) a revista "Science".
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Brad Barnett e sua equipe do Departamento de Farmacologia e Ciências Moleculares criaram um composto que interfere na grelina, um hormônio produzido principalmente pelo estômago e que, entre outros efeitos nos mamíferos, é responsável pela sensação de fome.
"O aumento contínuo da proporção de indivíduos com excesso de peso na sociedade ocidental ao longo das últimas três décadas se vinculou a um aumento substancial da morbidade, e isto é um grave problema de saúde pública", informou o artigo.
Para enfrentar este problema "estão em andamento intensos esforços para esclarecer as interações de nutrientes e hormônios que contribuem para o aumento de peso", acrescentou.
Estudos anteriores estabeleceram que os níveis desse hormônio de origem natural no sangue são mais baixos imediatamente após a ingestão de comida e aumentam gradualmente durante o jejum.
Além disso, os cientistas determinaram que os níveis de grelina são mais altos nas pessoas magras em comparação com as que sofrem de obesidade.
Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins também sabiam que a grelina só age se for portadora de uma cadeia secundária de um octanoil específico, acrescentado por uma enzima denominada aciltransferasa-O-grelina (GOAT, pela sigla em inglês).
A equipe de Barnett criou, então, um composto de base péptida chamado GO-CoA-Tat, que inibe a GOAT, e o injetou em ratos que eram alimentados com alto conteúdo de gordura.
Depois, observaram as cobaias e comprovaram que o composto melhorava a tolerância à glicose e retardava o aumento de peso sem que reduzisse a quantidade de comida ingerida. De acordo com os pesquisadores, o resultado indica que o composto afeta o metabolismo, ao invés de diminuir o apetite.
O artigo informa que o tratamento requer repetidas injeções de GO-CoA-Tat, ou seja, é pouco provável que seja desenvolvido como um medicamento contra obesidade.
A importância do estudo determina que a GOAT é um resultado potencialmente valioso para o desenvolvimento de esforços futuros para um tratamento contra a obesidade. FOLHA ONLINE
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