sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Homens também fazem reposição hormonal
É bastante conhecido que à medida que o homem envelhece ocorrem várias alterações em sua homeostase hormonal. A produção de testosterona total e livre diminuem, sendo que 20% dos homens saudáveis entre 60 e 80 anos apresentam testosterona total abaixo do normal. Além disto, em todos os homens ocorre aumento da globulina de transporte dos andrógenos (SHBG) e consequentemente diminuição da testosterona bio-disponível, além da diminuição significativa da dehidroepiandrosterona (DHEA) e de sua forma sulfato (DHEAS). Ainda no homem mais velho existe perda do ritmo circadiano da produção de testosterona, a resposta testicular ao estímulo da gonadotrofina coriônica está diminuída, assim como a amplitude dos pulsos de LH; a secreção do hormônio do crescimento diminui 14% por década após a puberdade e, finalmente, ocorre redução da produção de melatonina. Muitos autores chamam esta fase da vida do homem de andropausa, androclise, deficiência androgênica do envelhecimento masculino ou deficiência endócrina do envelhecimento masculino e comparam-na à menopausa, que tem repercussões clínicas muito evidentes na mulher. Quando por alguma razão existe parada da função testicular, aparecem algumas manifestações clínicas evidentes, como diminuição da libido, disfunção erétil, infertilidade e irritabilidade, entre outras. Entretanto, a andropausa não se caracteriza como uma entidade clínica marcante. A grande maioria dos homens, embora tenham níveis de testosterona menores do que na juventude, continuam com esta produção dentro da faixa da normalidade. A andropausa teria início lento e insidioso, onde ocorreria diminuição da libido e qualidade das ereções, principalmente noturnas; alterações de humor com diminuição concomitante da atividade intelectual, orientação espacial, fadiga, depressão e raiva, além de diminuição da massa corpórea com decréscimo associado da massa e força muscular, diminuição da densidade mineral óssea, resultando em osteoporose, perda de pêlos e alterações de pele e aumento da gordura visceral. Porém, alguns dados falam contra a existência de um declínio hormonal significativo como o que ocorre na mulher e que esta situação hormonal seria responsável exclusiva pelos sintomas descritos. Outros possíveis fatores causais são comuns no homem mais velho e poderiam ser considerados como fatores etiológicos para estes sinais e sintomas, entre eles o stress, depressão, doenças, má nutrição, obesidade, medicamentos, drogas, falta de parceria sexual, etc. Além disto a grande maioria dos homens idosos continuam férteis, o que fala contra um desequilíbrio hormonal (cerca de 90% dos homens com mais de 50 anos tem espermatogênese preservada à biópsia testicular). Sidney Glina, coordenador da Unidade de Reprodução Humana do Hospital Israelita Albert Einstein e chefe da Clínica Urológica do Hospital IpirangaFonte: FOLHA DE LONDRINA – PR
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