Uma pesquisa inédita da PUC do Paraná em parceria com os NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) sugere que o uso de medicamentos contra a impotência sexual pode aumentar as chances de câncer de próstata.
Esse é o segundo tumor mais frequente entre homens -o primeiro é o câncer de pele que não o melanoma.
Os pesquisadores avaliaram tumores de próstata de 50 pacientes do Hospital AC Camargo, de São Paulo, e descobriram que, em 30%, há uma redução da função de uma proteína do gene PDE11A, que estaria associada ao câncer de próstata.
Acontece que drogas contra impotência (em especial as de longa duração e uso contínuo) também causam, de forma indireta, a diminuição da função dessa proteína, segundo Fábio Rueda Faucz, professor de genética molecular pela PUC e um dos autores do trabalho.
"A gente encontrou na pesquisa uma simulação do que o medicamento faz. O problema maior estaria nos medicamentos de longa duração, que são administrados a cada 36 horas. Eles podem criar uma condição de suscetibilidade ao câncer."
Segundo Faucz, pacientes que fazem uso constante desses medicamentos devem ser submetidos a exames preventivos regulares, como o toque retal e o PSA.
"É preciso atenção especial, já que os pacientes que normalmente buscam o tratamento para a impotência sexual são aqueles que já se enquadram no grupo de risco do câncer de próstata, que é idade superior a 50 anos."
A pesquisa foi publicada no "Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism", a principal publicação mundial da especialidade. FOLHA ONLINE
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