quinta-feira, 31 de março de 2011

Ansiedade terá diagnóstico preciso

Batimentos cardíacos acelerados, transpiração excessiva e tremedeiras são sintomas de transtorno de ansiedade generalizada e também de vários outros distúrbios, como fobias e síndrome do pânico. Mas, a partir do próximo ano, os médicos vão ter uma ferramenta mais concreta para ajudar no diagnóstico preciso do problema: as manifestações cerebrais provocadas pelos transtornos ansiosos passarão a ser consideradas nesse processo, segundo a World Psychiatric Association (WPA). O novo critério, segundo o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria, do Hospital das Clínicas (IPq- HC), avaliará os “circuitos cerebrais que estão funcionando de maneira errada no paciente”. A medida vai guiar também profissionais brasileiros. Transtornos de ansiedade é um termo usado para designar um grupo formado por várias patologias – entre elas fobias, transtorno obsessivo-compulsivo e a própria ansiedade generalizada. Cada um dos distúrbios atua de forma diferente no cérebro. “O diagnóstico levará em conta a fisiopatologia das doenças mentais (ligadas ao medo e à ansiedade)”, completa. O nome do grupo dos transtornos ansiosos também mudará, passando a ser chamado de transtornos no funcionamento do circuito do medo. Para o psiquiatra Luiz Vicente Figueira de Mello, do IPq-HC, “as raízes dos problemas (os sintomas) continuarão iguais”, no entanto, ao especificar o “subtipo” da doença será possível direcionar melhor o tratamento. “Nesse sentido, o diagnóstico preciso é importante”, ressalta. No grupo dos transtornos ansiosos, a ansiedade generalizada tem a maior incidência na população, atingindo uma em cada quatro pessoas no mundo ao menos uma vez na vida, segundo a WPA. Para o psiquiatra Sérgio Tamai, da Associação Brasileira de Psiquiatria, ainda que o distúrbio seja frequente, é preciso diferenciar a ansiedade normal da patológica. “Tudo depende da intensidade da reação de ansiedade. É considerada doença quando a ansiedade é desproporcional ao estímulo”, explica Tamai. Ou seja: sentir nervosismo antes de uma entrevista de emprego, por exemplo, é normal e até benéfico. É preocupante, contudo, se a pessoa passar a fugir desses compromissos por causa da ansiedade. “A ansiedade é necessária, ajuda a nos manter em estado de alerta. Só não pode atrapalhar o desempenho”, esclarece Mello. “A procura de tratamento para ansiedade deve ocorrer se há impactos na vida do paciente. Quando, por exemplo, ele teme uma reunião por ter de falar em público e cria desculpas para não ir”, concorda Tamai. Tratamento O ansioso patológico deve ser tratado com remédios (sobretudo antidepressivos) e sessões de psicoterapia cognitiva comportamental. Mello também aconselha exercícios aeróbicos, como corrida e caminhada. “Eles estimulam a produção de serotonina, ajudando a diminuir a ansiedade e estimulando a ação cardiovascular”, esclarece. Atividades recreativas, como fazer tricô, também ajudam. Foi assim que a professora Rosemeire Souza Barrero, 39 anos, superou o problema. FONTE: ESTADÃO ONLINE

quarta-feira, 30 de março de 2011

FDA analisa ligação entre corantes alimentares e hiperatividade

A FDA (agência que regula remédios e alimentos nos EUA) está analisando a ligação entre corantes encontrados nos alimentos do dia a dia e hiperatividade em crianças. Em uma reunião de dois dias que começa nesta quarta-feira, um comitê consultivo da FDA irá decidir se os dados disponíveis relacionam os corantes à desordem. O painel vai recomendar na quinta-feira (31) se a agência deve regular os corantes, fazer mais estudos sobre o assunto ou exigir rótulos melhores dos aditivos. Ainda podem recomendar que a FDA não faça nada. A agência reguladora disse que até agora não existe nenhuma relação comprovada entre corantes e hiperatividade na maioria das crianças. Mas afirmou que em "certas crianças suscetíveis", a hiperatividade e outros problemas comportamentais podem ser exacerbados por corantes e outras substâncias nos alimentos. Defensores da saúde pública concordam que os aditivos não parecem ser a causa principal da hiperatividade, mas dizem que os efeitos dos corantes em algumas crianças é suficiente para interdição das substâncias. O FDA vai realizar a reunião em resposta a uma petição 2008 apresentada pelo grupo de defesa Centro de Ciência no Interesse Público para proibir oito corantes. Michael Jacobson, diretor do grupo, disse na reunião de quarta que a única razão para os corantes nos alimentos é enganar os consumidores. Alguns fabricantes usam menos corantes nos mesmos alimentos vendidos na Europa, por causa de preocupação dos europeus com a hiperatividade. "Corantes são geralmente usados para deixar junk food mais atraente para crianças, ou para simular a presença de uma fruta saudável ou outro ingrediente natural", disse Jacobson. "Apenas os fabricantes de corantes sentiriam falta dos aditivos nos alimentos." Jacobson admitiu que proibir completamente as substâncias seria difícil, pedindo à FDA para pelo menos colocar advertências nos rótulos das embalagens dos alimentos. Os cientistas e defensores públicos têm debatido o assunto por mais de 30 anos, com o crescente aumento do uso de corantes em alimentos. O painel consultivo vai peneirar uma variedade de estudos durante a reunião de dois dias, sendo que alguns apresentam mais de uma relação entre corantes e hiperatividade do que outros. A indústria alimentar está alertando os consumidores a não apressar o julgamento. David Schmidt, presidente e CEO do International Food Information Council Foundation, um grupo da indústria alimentar, disse que os corantes ajudam os consumidores a aproveitar os alimentos por manter ou melhorar a aparência. Sugerindo uma ligação entre os aditivos de cor e o transtorno de déficit de atenção em crianças "poderia ter consequências não intencionais, assustando desnecessariamente os consumidores sobre ingredientes seguros que são consumidos todos os dias", disse ele. FONTE: FOLHA ONLINE

sexta-feira, 25 de março de 2011

Conselho aperta cerco ao grupo da medicina estética

O CFM (Conselho Federal de Medicina) quer fechar o cerco à medicina estética, que, apesar de ter até sociedade brasileira, não é considerada uma especialidade.
Pedro Carrilho/Folhapress
Objetivo é aumentar controle sobre cirurgias plásticas
"Qualquer médico que disser que está fazendo medicina estética está contra lei", diz Antônio Pinheiro, conselheiro do CFM.
No próximo dia 31, a entidade fará uma reunião para discutir publicidade médica. Hoje, já é considerado ilegal pelo conselho que um médico faça propaganda da "especialidade".
Agora, o conselho quer definir melhor quais casos são considerados publicidade. "Vamos construir uma padronização. Só o ato de anunciar "medicina estética", mesmo que seja no cartão de apresentação, no carimbo ou na placa do consultório, será irregular", diz Emmanuel Fortes, terceiro vice-presidente do CFM e coordenador da Codame (comissão de propaganda médica).
As restrições à publicidade profissional devem vetar outras práticas, como o anúncio de cirurgia plástica por não cirurgiões.
A medicina estética existe no Brasil de forma organizada desde 1987, quando foi criada a sociedade brasileira. Há 15 anos, a entidade dá cursos de pós-graduação lato sensu (popularmente chamados de especialização).
Para fazer o curso, que dura dois anos, basta ser médico. Não é preciso ter nenhuma outra especialidade.
Para Valcinir Bedin, presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, a proibição é desnecessária e exagerada.
"Quando informamos que fazemos medicina estética, não dizemos que é uma especialidade. É como se fosse uma área de atuação", diz.
Para ele, a medicina estética preenche uma lacuna entre a dermatologia e a cirurgia plástica. O profissional é capaz de fazer procedimentos como peelings, botox e preenchimentos de rugas.
Segundo o CFM, as outras especialidades já são capacitadas para fazer esse tipo de intervenção.
QUEM FAZ PLÁSTICA
Para Cláudio Roncatti, cirurgião plástico, o problema esbarra em outra questão mais séria: muitas vezes, a medicina estética passa uma falsa ideia de especialização em cirurgia plástica. "Para ser cirurgião, não basta fazer um curso rápido", diz.
Bedin reconhece que muitos médicos da área estética acabam fazendo essas cirurgias, mas condena a prática.
"Devemos fazer procedimentos não cirúrgicos", diz.
Ao ser mais rigoroso com a publicidade médica, o CFM também pretende inibir que outras especialidades que não a dos cirurgiões plásticos façam esse tipo de procedimento. "Não podemos proibir que outros médicos façam plástica, mas podemos proibir que eles divulguem isso", afirma Pinheiro.
De acordo com Sebastião Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, hoje já não é permitido que não cirurgiões façam lipoaspiração.
"Vale para qualquer tipo de lipoaspiração, mesmo as pequenas, que não precisam de internação." FONTE: FOLHA ONLINE

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sexo pode desencadear infarto em sedentários

Sexo e exercício aumentam em três vezes o risco de infarto em pessoas que não têm costume de realizar qualquer uma dessas atividades.
O risco é baixo, mas serve de alerta para que os sedentários mudem seus hábitos de forma gradual.
Pessoas que se exercitam têm risco muito menor de sofrer infarto logo após atividade sexual ou física, diz o autor da pesquisa, Issa Dahabreh, do Centro Médico Tufts, em Boston.
O estudo, publicado hoje no "Journal of the American Medical Association", revisa resultados de 14 pesquisas, envolvendo 6.000 pessoas.
Os trabalhos investigaram o que os pacientes estavam fazendo entre até duas horas antes de sofrerem o infarto e compararam isso às atividades deles em dias normais.
"Manter-se ativo é pré-condição para uma vida sexual longa e saudável. Se isso não motivar as pessoas a se exercitar, o que vai?", diz Mercedes Carnethon, da Universidade Northwestern.
FONTE: FOLHA ONLINE

quarta-feira, 23 de março de 2011

Uso prolongado de tamoxifeno reduz recidiva de câncer

Droga é mais eficaz quando usada por ao menos cinco anos
Pacientes que enfrentaram o câncer de mama e foram tratados com a droga genérica tamoxifeno durante cinco anos têm menos chances de sofrer uma recidiva da doença do que aqueles medicados por apenas dois anos, concluiu estudo realizado por cientistas do Instituto do Câncer da Universidade Global de Londres. A pesquisa, publicada no Journal of Clinical Oncology, acompanhou 3.500 pacientes durante dez anos. Foi registrada reincidência do câncer em cerca de 40% dos pacientes que usaram o medicamento por cinco anos, ante o reaparecimento de 46% entre os demais.
"Mulheres diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial recebem a prescrição do medicamento por cinco anos, mas sabemos que muitas suspendem a medicação depois de dois ou três anos", diz o pesquisador Allan Hackshaw. "Infelizmente nossos resultados sugerem que, ao fazer isso, elas aumentam as chances de voltar a ter a doença."
Utilizado há cerca de 30 anos, o tamoxifeno é amplamente indicado por especialistas como complemento à cirurgia e à quimioterapia. A droga é responsável por reduzir as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama ao interferir na atividade do estrogênio no corpo.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o medicamento tem efeitos colaterais, como o aumento de risco de coágulos no sangue, do desenvolvimento de câncer uterino e de catarata. No entanto, os especialistas defendem que os benefícios da droga superam seus eventuais danos.
O câncer de mama mata por ano cerca de 500.00 pessoas em todo o mundo. Anualmente também são diagnosticados 1,3 milhão de casos da doença.
Coração - Além de diminuir as chances do retorno do câncer, o tamoxifeno, quando tomado durante cinco anos, também reduziu as chances de problemas cardíacos. Esse efeito foi mais forte em mulheres que enfrentaram o tumor entre 50 e 59 anos de idade. Nesse grupo, os riscos de doenças cardíacas caíram 35%. FONTE: VEJA ONLINE

terça-feira, 22 de março de 2011

O valor de ser magro

NEUROLOGIA Condições comumente relacionadas à obesidade, como o diabetes tipo 2 e a hiperinsulinemia, condicionam risco elevado para algumas doenças do sistema nervoso. A obesidade também é fator de risco para acidente vascular cerebral (especialmente em homens), esclerose múltipla (especialmente em mulheres) e enxaqueca. Na meia-idade, pode contribuir para declínio cognitivo, demência vascular e doença de Alzheimer. Fonte: Paulo Caramelli, neurologista, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) CARDIOLOGIA A obesidade aumenta a chance de ocorrência dos fatores de risco para doenças cardiovasculares: diabetes, hipertensão, dislipidemia e síndrome metabólica, responsáveis por reações inflamatórias relacionadas ao aumento da possibilidade de aparecimento das principais doenças cardíacas, infarto e derrame. Um estudo recente somou a obesidade, o sedentarismo, o estresse psicossocial e a alimentação desbalanceada aos quatro fatores de risco clássicos para o infarto – hipertensão, diabetes, colesterol e tabagismo. Fonte: Marcus Bolívar, cardiologista, presidente do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia e diretor do Instituto de Hipertensão de Minas Gerais ENDOCRINOLOGIA O diabetes tipo 2, que representa 90% dos casos da doença, tem sua origem relacionada a fatores genéticos, mas também a fatores ambientais, como ganho de peso, envelhecimento e distúrbios na vida intrauterina, que levam à resistência à insulina. A obesidade também está relacionada às dislipidemias (alteração do colesterol e triglicérides no sangue). Nos homens, há ainda um aumento da produção de hormônios femininos. Fonte: Saulo Cavalcanti, endocrinologista, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes UROLOGIA Homens obesos podem apresentar câncer de próstata mais agressivo, com controle terapêutico difícil e evolução desfavorável. O excesso de peso pode levar à redução numérica e/ou alteração funcional dos espermatozoides, com dificuldade para fecundação ou infertilidade, além de estar diretamente relacionado ao desenvolvimento de disfunção erétil, aumentando seu risco em, no mínimo, 2,5 vezes. Como a chance de diabetes é maior nos obesos e a disfunção da ereção é maior nos diabéticos, esses fatores somados podem piorar ainda mais a potência sexual dos homens. A obesidade também agrava ou contribui para o desenvolvimento da incontinência urinária na mulher. Fonte: Marco Túlio Lasmar, urologista do Hospital Felício Rocho ANGIOLOGIA Submetidas a maior pressão por causa do peso, as veias dos obesos têm tendência a se dilatar, causando varizes que, se não tratadas, podem evoluir para trombose. Edemas (pernas inchadas) também são mais comuns, deixando a pele mais seca e causando coceiras que podem abrir feridas, a chamada úlcera varicosa. Por causa do excesso de peso e da dilatação dos vasos, pode haver ainda um extravasamento de sangue para fora da veia, levando à dermatite de estase, quando o ferro liberado deixa a perna marrom. O obeso tem ainda mais tendência ao edema linfático e erisipela, doença infecciosa causada por bactérias, que se inicia como frieira entre os dedos do pé, área de difícil acesso para o obeso. Fonte: Bruno Naves, angiologista e cirurgião vascular, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional Minas Gerais GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E REPRODUÇÃO ASSISTIDA Associada a distúrbios da menstruação e ovulação, hirsutismo (excesso de pelos nas mulheres), ovários policísticos, infertilidade, abortos e complicações obstétricas, a obesidade pode aumentar em até 18% o risco de morte materna e responde por 80% dos acidentes com morte por complicações anestésicas.Entre os problemas obstétricos mais importantes estão hipertensão, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, embolia, macrossomia fetal, infecção urinária, prematuridade, óbito fetal inexplicado e complicações cirúrgicas como hemorragias e infecções. Problemas para engravidar são três vezes mais frequentes entre obesas, que em ciclos de fertilização in vitro (FIV) precisam de doses mais elevadas de indutores da ovulação, maior duração da estimulação ovariana e apresentam menor resposta do ovário à medicação. A qualidade do óvulo também parece ser afetada pela obesidade. Fonte: Marco Melo, ginecologista, diretor científico da Clínica Vilara ONCOLOGIA A obesidade está relacionada a vários tipos de câncer, como o de intestino grosso, mama, endométrio, rim e esôfago. Alguns estudos têm registrado ainda a associação com o câncer de vesícula biliar, de ovário e de pâncreas. Depois da menopausa, as mulheres obesas têm um risco 1,5 vez maior de desenvolver câncer de mama, além de chance aumentada de morrer em consequência desse câncer. O aumento do risco de câncer de intestino grosso em pessoas obesas também tem sido verificado em homens. A obesidade tem ainda relação com um subtipo específico de câncer de esôfago, o adenocarcinoma. Fonte: Amândio Fernandes, oncologista clínico da Oncomed, integrante da diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica GASTROENTEROLOGIA E HEPATOLOGIA A obesidade está fortemente relacionada a complicações no aparelho digestório, como doença do refluxo gastroesofágico, alguns tipos de câncer do aparelho digestório, e litíase biliar (pedra na vesícula) complicada. A mais importante complicação, entretanto, é a doença gordurosa não alcoólica do fígado (esteatose e esteato-hepatite), frequente em indivíduos obesos, diabéticos ou com alterações nos níveis de colesterol e triglicérides no sangue. A esteato-hepatite progride para cirrose hepática em 20% dos casos, podendo também levar ao câncer primitivo do fígado. Fonte: João Galizzi Filho, gastroenterologista, hepatologista, professor da UFMG NEFROLOGIA Pacientes obesos chegam a apresentar risco sete vezes maior de desenvolver a doença renal crônica, que, em estágios avançados, pode levar o paciente à hemodiálise ou ao transplante. Estima-se que 60% dos pacientes que recebem transplante renal são obesos ou estão com sobrepeso. O excesso de gordura corporal induz à lesão renal por se associar com hipertensão e diabetes, ambos perigosos ao rim, e também por provocar sobrecarga na capacidade de filtração do rim, cujo efeito final pode ser a perda progressiva de função, a nefropatia da obesidade. Outra importante consequência é o risco aumentado de cálculo renal. Fonte: Fernando Lucas, nefrologista, vice-presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, chefe do serviço de Transplante Renal do Hospital da Clínicas da UFMG PNEUMOLOGIA Devido à restrição no movimento da caixa torácica, mais intensa quanto maior o índice de massa corporal (IMC), a obesidade leva à doença restritiva pulmonar, impedindo a adequada ventilação pulmonar e gerando um comprometimento das trocas de gases no pulmão. Por gerar ou agravar a doença do refluxo gastroesofágico, a aspiração de líquidos digestivos para as vias respiratórias pode causar tosse incontrolável e até mesmo lesar definitivamente as estruturas pulmonares, levando à fibrose no pulmão.Como a capacidade pulmonar fica comprometida, se o obeso tiver qualquer transtorno respiratório o quadro será agravado. A obesidade é ainda a principal causa da síndrome da apneia do sono e pode desencadear outra doença respiratória do sono, a hipoventilação alveolar. Elas podem comprometer a imunidade natural, deixando o organismo mais propenso a infecções. Fonte: Valéria Maria Augusto, pneumologista, presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica ORTOPEDIA A sobrecarga provocada pela obesidade pode afetar a coluna e as articulações dos membros inferiores, causando desalinhamento e dor em idades precoces. Além de maior risco para hérnia de disco e aumento da lordose lombar com cifose dorsal compensatória, os joelhos também sofrem uma deterioração mais precoce, rápida e agressiva. O excesso de peso aumenta a necessidade mecânica do corpo, com consequente aumento do gasto de energia, o que leva o indivíduo a realizar atividades diárias com menos eficiência, prejudicando a marcha e propiciando quadros dolorosos, principalmente nos joelhos. Fonte: Francisco Carlos Salles Nogueira, ortopedista, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Minas GeraisFonte: ESTADO DE MINAS – MG

segunda-feira, 21 de março de 2011

O poder dos suplementos

Café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar, ceia, sempre de três em três horas, em porções pequenas, balanceadas e, de preferência, com baixo teor de gordura. Comer, hoje em dia, é uma contagem calórica. E as belas das revistas de fofoca, que aparecem em trajes sumários e felizes como alguém que acabou de devorar um delicioso jantar, só conseguem corpos esculpidos com muita disciplina em relação aos exercícios e à alimentação. “Para ter um efeito de crescimento muscular, perda de percentual de gordura e melhoria da saúde, é preciso unir ao treinamento uma boa dieta nutricional. Não existe resultado sem adequação alimentar”, garante o educador físico Marco Paulo de Paoli.Entretanto, nem sempre é possível manter uma alimentação saudável comendo pouco. Por força de dietas hipocalóricas, ou seja, com baixo teor de gordura, muitas mulheres não conseguem ingerir a quantidade correta de nutrientes para garantir o sucesso do treino. Para que isso aconteça, é preciso se valer dos suplementos alimentares. “Os suplementos são considerados ajudas ergogênicas: podem dar força, aumentar o rendimento e melhorar a recuperação”, explica o nutrólogo Carlos Alberto Werutsky.Para cada objetivo e para cada paciente, há um mix de suplementos mais indicado. De acordo com o nutricionista Vinícius Alencar, fatores externos também têm de ser levados em conta. “Até mesmo o horário em que a pessoa pratica o exercício é importante. Dentro da nutrição, suplementação não é algo fixo. Temos que pensar na individualidade de cada um.” É por isso que, apesar da venda liberada, é um erro o consumo sem informação. O que ajudou a amiga a secar a barriguinha pode trazer um efeito maléfico em você, ou vice-e-versa. “Antes da prescrição, há uma análise dos fatores genéticos do paciente, com histórico familiar e análise de exames bioquímicos. Levo em consideração também o tipo de exercício e o que a paciente espera”, explica Vinícius.O que você deseja?Há três objetivos principais buscados pelas mulheres: no emagrecimento, há a perda de peso na balança, podendo ser de gordura e massa magra. Na definição dos músculos, a massa magra é mantida ou levemente aumentada e na hipertrofia, há aumento da massa magra. “Os benefícios que a suplementação vai trazer depende da qualidade do exercício. Em todos os objetivos, é possível se valer de suplementos, mas o tripé sempre tem de ser a alimentação, o treino e o descanso que o músculo terá para se recuperar”, detalha Carlos Alberto Werutsky. Ou seja, é a mulher quem escolhe se vai manter as características mais femininas ou, com um treinamento mais puxado, ganhar mais massa muscular.A testosterona, abundante no corpo masculino, faz com que eles, realmente, consigam perder peso e ganhar massa muscular mais facilmente que elas. O educador físico Marco Paulo explica que, quando mais forte a mulher, mais ela ficará masculinizada, já que ela tem maior capacidade de armazenar gordura no corpo. Ele explica que, entre as mulheres, há maior dificuldade no ganho de massa magra e perda de percentual de gordura, o que justificaria, naquelas mais fortes, as semelhanças com o corpo masculino, pois o nível de gordura é mínimo.“O importante é o nutricionista equilibrar as necessidades metabólicas do indivíduo em treinamento, sem exageros”, assegura. Para a nutricionista Priscilla Marcondelli, há mulheres que não procuram ajuda profissional quando pretendem entrar em um processo de definição. “Muitas tomam suplementos sem qualquer indicação e ficam obcecadas com o peso da balança, que não é tão importante nesse momento.”A especialista afirma que é justamente essa obsessão que faz com que elas não compreendam a necessidade de perder gordura ao mesmo tempo que aumentam a massa magra. “Perder peso muito rápido não é saudável, porque também há perda de massa muscular. Assim, qualquer chance de sair da dieta vai ser exagerada e é quando acontece o famoso efeito-sanfona e a mulher ganha tudo o que perdeu”, completa.Os malefícios do uso sem indicação não ficam apenas na possibilidade de fugir ao objetivo da mulher. De acordo com Marco Paulo, um bom exemplo é aquelas pessoas que, na alimentação, já ingerem quantidade suficiente de proteínas e, mesmo assim, toma suplementos proteicos. “Ela pode sobrecarregar os sistemas hepático e renal, e causar problemas se já tiver tendência a patologias nessa área”, explica. O alerta maior do educador físico é a percepção de que muitas mulheres estão fazendo o uso combinado de anabolizantes e suplementos alimentares. “Os riscos ao corpo são enormes. A suplementação é benéfica quando bem aplicada. Só que não substitui os exercícios, muito menos a alimentação balanceada.”Na prateleiraO ambiente das lojas especializadas em suplementos alimentares era, há pouco tempo, dominado pelos homens. Porém, elas já rivalizam com eles em número de compradores. E, de acordo com os especialistas no mercado, gastam bem mais e têm mais certeza do que deve ser consumido. “Normalmente, as mulheres procuram o nutricionista sempre, diferentemente dos homens. Por isso, já chegam sabendo o que comprar e gastam o que for necessário”, afirma Bóris Coelho, sócio-proprietário de uma loja de nutrição esportiva. A pedido da Revista, ele selecionou quais as substâncias mais buscadas por elas. A nutricionista Priscilla Marcondelli avaliou quais os riscos do uso indiscriminado de cada uma delas.Colágeno: indicado para mulheres que estão em processo de emagrecimento, pois aumenta a elasticidade da pele e impede a flacidez derivada da diminuição de tecido adiposo. Dentro do corpo, o colágeno se torna proteína que, em excesso, pode acarretar uma sobrecarga do rim.Whey Protein: é a proteína do soro do leite, que contém alto teor de aminoácidos essenciais. Indicada para quem pretende ter ganho de massa muscular magra, pois são esses aminoácidos que vão acelerar o processo de recuperação dos músculos, fazendo-os crescer. Os riscos são o de sobrecarga do rim, porque ele causa um aumento da produção de ureia e creatinina.BCAA: sigla para “branched-chain amino acids”, o BCAA é composto por aminoácidos de cadeia ramificada que não são produzidos pelo corpo e, por isso, devem ser ingeridos por meio da alimentação ou de suplementos. São indicados para evitar a perda de massa muscular magra e melhorar a recuperação dos músculos após o exercício. Como são os formadores das proteínas, os aminoácidos em excesso podem prejudicar o funcionamento dos rins.Maltodextrina: carboidrato de cadeira ramificada usado como repositor energético, ajudando a aumentar o desempenho do atleta, além de garantir uma recuperação muscular mais rápida e auxiliar a hipertrofia. É mais indicada para o uso antes e durante o exercício. Os carboidratos tem alto índice glicêmico. Por isso, em paciente com tendência a desenvolver diabetes, o uso sem orientação da maltodextrina pode acelerar esse processo.Dextrose: carboidrato com as funções da maldextrina, mas de cadeia simples, o que o faz ser indicado para uso após o treino, pois sua absorção é mais rápida pelo organismo. Os mesmos riscos trazidos pelo consumo exagerado de maltodextrina podem ocorrer com a dextrose.Termogênicos: esses produtos são indicados para quem está em um processo de emagrecimento, pois eles aceleram o metabolismo, transformando o excesso de gordura em potencial energético. Os efeitos perigosos dos termogênicos são variáveis para cada pessoa, já que eles aceleram o metabolismo. Em muitos casos, causam taquicardia, podendo trazer riscos durante o treino.Fonte: CORREIO BRASILIENSE – DF

sexta-feira, 11 de março de 2011

Mulheres se injetam hormônio da gravidez para tentar emagrecer

Todas as manhãs Kay Brown, 35, faz um ritual semelhante ao de um viciado ou diabético: ela se injeta, mas a sua seringa contém hCG, hormônio da gravidez.
Brown não toma hCG (gonadotrofina coriônica humana) para ter filho. Ela acredita que, combinando as injeções com dieta de 500 calorias por dia vai perder gordura nos lugares desejados, sem sentir fome ou cansaço. "Tenho uma amiga que fez antes do casamento. Está linda", diz.
Hormônio da gravidez usado para emagrecer é vendido na internet
Robert Caplin/The New York Times
Paciente injeta hormônio gonadotrofina coriônica para emagrecer, com o médico Lionel Bissoon, em Nova York
Mulheres como ela vêm lotando clínicas de emagrecimento nos EUA. Pagam mais de US$ 1.000 por mês por uma consulta, um suprimento do hormônio e as seringas para injetá-lo.
Mais de 50 anos depois de um médico começar a promover o hCG como auxiliar na perda de peso, o hormônio está mais popular que nunca, apesar de haver poucas evidências de eficácia.
O tratamento combina injeções diárias com uma dieta quase anoréxica. Mulheres são atraídas por promessas de que perderão meio quilo por dia sem sentir fome. O que talvez seja ainda mais sedutor é que lhes é dito que o hCG vai levar seus corpos a descartar a gordura armazenada nos lugares onde elas menos a desejam: braços, barrigas e coxas.
A forma injetável de hCG, vendida com receita médica, é aprovada como tratamento da infertilidade. Médicos são autorizados a prescrevê-la de forma "não indicada na bula" para perda de peso, segundo a FDA (órgão do governo americano que regula alimentos e medicamentos).
Mas a FDA avisa: não está provado que o produto intensifique a perda de peso, que cause distribuição mais "atraente" da gordura ou "reduza a fome".
Um porta-voz da FDA, Christopher Kelly, disse que o órgão recebeu relato sobre um paciente que segue a dieta do hCG e teve embolia pulmonar. O hormônio causa risco de coágulos, depressão, dor de cabeça e aumento da sensibilidade ou do volume das mamas.
Pieter Cohen, professor da Escola Médica de Harvard e pesquisador de suplementos, disse que, além da questão dos efeitos colaterais, o uso do hCG "manipula pessoas para lhes dar a impressão de que estão recebendo algo eficaz, quando estão recebendo algo que não é melhor que um placebo".
DERIVADO DA URINASegundo o médico de Kay Brown, Lionel Bissoon, "médicos de todo o país vêm tendo evidências empíricas de pessoas que perdem peso".
Outro médico de Nova York, Scott lyer, afirma que o hormônio "engana seu corpo, como se você estivesse grávida; ele passa a queimar gordura para que o feto receba calorias suficientes, mas protege o tecido muscular".
Alguns médicos dizem que é plausível que o hCG produza um corpo mais tonificado, porque induz a produção de hormônios masculinos e aumenta a massa muscular.
Médicos que prescrevem o hCG dizem que a experiência está a seu favor, mesmo que as pesquisas não estejam.
FONTE: FOLHA ONLINE

quinta-feira, 10 de março de 2011

Bebidas com açúcar podem elevar pressão sanguínea

Ingerir bebidas açucaradas em excesso pode elevar os riscos de pressão alta. O alerta foi feito por uma equipe de cientistas da Escola de Saúde Pública do Imperial College London, da Inglaterra. Segundo os pesquisadores, beber volumes superiores a 355 mililitros por dia de suco de fruta com açúcar ou bebidas gaseificadas (refrigerantes em geral) pode aumentar a pressão arterial em até 1,6 mmHg (milímetro de mercúrio). A pesquisa foi publicada no periódico americano Hypertension.
O mecanismo da ação das bebidas açucaradas sobre a pressão sanguínea, no entanto, ainda não foi estabelecido. Os cientistas acreditam que, quando presente em grandes quantidades no sangue, o açúcar desequilibra o tônus do vaso sanguíneo, além de desregular os níveis de sal – aumentando, assim, a pressão.
Para chegar aos resultados, foram analisados dados de 2.500 voluntários dos Estados Unidos e da Inglaterra, com idades entre 40 e 59 anos. Os pesquisadores descobriram que a ingestão de açúcar foi maior entre aqueles que consumiram mais de uma bebida adoçada com açúcar por dia – líquidos dietéticos não produziram o mesmo efeito.
Para cada porção extra de bebida açucarada consumida durante o dia, os indivíduos apresentaram pressão sanguínea sistólica (a máxima exercida quando o coração se contrai) 1,6 mmHg mais elevada; o avanço da pressão diastólica (pressão mínima do sistema arterial) foi de 0,8 mmHg. Isso significa que, antes da ingestão da bebida, a pressão era de 12 por 8; depois, de 13,6 por 8,8.
Doenças cardíacas - “É amplamente sabido que, se você ingere muito sal, os riscos de desenvolver pressão alta são maiores. Esse estudo mostra, no entanto, que também é importante se preocupar com a quantidade de açúcar consumida”, diz Paull Elliott, um dos autores do estudo. Segundo o especialista, a pressão alta é uma das principais causas das doenças cardiovasculares, entre elas, o ataque cardíaco.Pessoas com pressão sanguínea na casa dos 13,5 por 8,5, por exemplo, são duas vezes mais propensas a sofrer ataques cardíacos quando comparadas àquelas com pressão de 11,5 por 7,5. Mas, no estudo, a relação entre o consumo de bebidas açucaradas e pressão alta se mostrou mais intensa naquelas pessoas que consumiam também grandes quantidades de sal por dia. FONTE: VEJA ONLINE

quarta-feira, 9 de março de 2011

Pesquisa da USP mostra como cigarro causa artrite

Um mecanismo que desencadeia a artrite reumatoide em fumantes foi identificado por pesquisa da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP.
Já se sabia que quem tem predisposição genética e fuma pode sofrer dessa doença inflamatória crônica, que causa dores e rigidez matinal nas mãos e nos pés.
Agora, o estudo do biomédico Jhimmy Talbolt, defendido como dissertação de mestrado na última semana, revela como isso acontece.
Quando a pessoa fuma, uma das células do sistema de defesa -a TH17- é sensibilizada e fica doente.
Ao ser estimulada pelos hidrocarbonetos aromáticos da fumaça do cigarro, a TH17 passa a orientar o sistema de defesa a destruir articulações das mãos, pés, joelhos, punhos, cotovelos e tornozelo.
O professor de reumatologia da FMRP e orientador de Talbot, Paulo Louzada Junior, disse que o resultado pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento de uma droga que reduza os sintomas da doença com mais eficiência ou até interrompa o processo de deterioração das articulações periféricas.
Segundo Louzada Junior, a artrite reumatoide atinge 1% da população adulta brasileira e a descoberta é inédita na literatura científica.
A pesquisa, com financiamento do CNPq e da Fapesp, acompanhou durante dois anos 138 pacientes com artrite reumatoide (metade fumante) e um grupo-controle com 129 pessoas sadias.
Foram comparadas as mutações genéticas do sangue de pacientes fumantes e não fumantes com o sangue do grupo-controle.
Essas informações foram relacionadas aos dados clínicos de cada um, constatando que a fumaça do cigarro e a célula TH17 estavam ligadas à artrite reumatoide.
"Em modelos experimentais em camundongos, constatamos que os receptores de hidrocarboneto arila [da fumaça do cigarro] provocavam o aumento do número das células TH17 e a piora da doença", diz Talbot.
Louzada Junior explica que o receptor da célula TH17 se danifica com a fumaça porque é sensível ao hidrocarboneto arila.
"Esse receptor elimina poluentes dentro do corpo. Só que, se tiver essa alteração genética, o sistema pode estimular a célula do sistema de defesa a causar a doença."
FATOR AGRAVANTE
Para o reumatologista José Goldemberg, da Unifesp, conhecer esse mecanismo possibilita tratar o problema com conhecimento científico. "Sem a "achometria", que é a medida do achismo."
Segundo Ari Halpern, reumatologista do hospital Albert Einstein, muitos estudos têm demonstrado relação entre o cigarro e a artrite e, entre os fatores que alteram o prognóstico da doença, o fumo é um dos mais importantes.
FONTE: FOLHA ONLINE

sexta-feira, 4 de março de 2011

Anti-inflamatório reduz risco de mal de Parkinson

Pessoas que tomam ibuprofeno, um remédio usado para aliviar dores, de duas a três vezes por semana têm 40% menos risco de ter mal de Parkinson.
A conclusão é de um estudo publicado no periódico "Neurology", feito com mais de 135 mil homens e mulheres e custeado pela Fundação Michael J Fox.
O trabalho envolveu pesquisadores da Harvard School of Public Health e do Research and Development at Parkinson's, no Reino Unido.
Já se suspeitava que os anti-inflamatórios poderiam ajudar a proteger contra o mal de Parkinson, mas ainda não estava claro qual remédio tinha esse benefício.
Os pesquisadores disseram que é difícil saber exatamente qual é o efeito do medicamento na morte de neurônios e como ele poderia afetar a ocorrência da doença, mas suspeita-se que o ibupofreno consegue bloquear o mecanismo de destruição dos neurônios e sua morte.
Eles afirmam também saber que mudanças inflamatórias no cérebro podem estar envolvidas na morte de células do cérebro, o que causa o mal de Parkinson.
No entanto, uma pesquisa recente, publicada no "British Medical Journal", ligou o uso diário e prolongado de ibuprofeno a um risco maior de infarto e derrame.
Por isso, especialistas dizem que ainda é cedo para recomendar o medicamento para proteger contra o mal de Parkinson por causa de seus possíveis efeitos colaterais, como sangramento gastrointestinal, e do risco de causar outras doenças. FOLHA ONLINE

quinta-feira, 3 de março de 2011

Relatório da ONU defende uso médico de emagrecedores

Relatório divulgado ontem pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes recomenda a restrição e o controle dos inibidores de apetite, mas defende o uso desses remédios em tratamentos médicos.O documento vem em momento polêmico, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estuda proibir a venda dos anorexígenos, que incluem a sibutramina e três derivados de anfetamina (anfepramona, femproporex e mazindol).O relatório elaborado pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes) incentiva o Brasil a continuar adotando "todas as medidas necessárias para que os anorexígenos sejam utilizados unicamente para fins médicos, bem como para impedir que sejam utilizados de forma indevida e receitados indiscriminadamente"."Por um lado, reconhece-se a necessidade de haver certos produtos no mercado para tratar problemas de saúde. Por outro lado, [há] a necessidade de controlar o acesso para assegurar que esses produtos sejam usados apenas por quem realmente precisa", disse Bo Mathiasen, representante para o Brasil do escritório da ONU .Mathiasen, no entanto, afirmou que cada país é "soberano" para decidir sobre o acesso a anorexígenos.O veto a inibidores de apetite tem gerado controvérsia na classe médica brasileira.O endocrinologista Walmir Coutinho defende a manutenção dos remédios no mercado. "O abuso dos anorexígenos tem de ser combatido de forma mais eficiente para que os pacientes que precisam do medicamento não sejam penalizados."Para Rosana Radominski, presidente da Abeso (associação de estudo da obesidade), os remédios devem ser usados de forma responsável. "Eles têm seu papel dentro do tratamento." ANALGÉSICOSO relatório aponta grande aumento no uso de analgésicos, principalmente na América do Norte e na Europa.O consumo mundial de morfina cresceu quase sete vezes de 1989 a 2009.Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO – SP

quarta-feira, 2 de março de 2011

Alimentos ajudam contra o câncer

Comer bem é o segredo para combater os efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer, tais como náusea, diarreia e boca seca. Para os médicos, é preciso desmistificar a ideia de que a refeição adequada, nesses casos, é a sopinha de hospital. Para isso, foi lançado ontem o livro Comida que Cuida Câncer, editado pelo laboratório Sanofi-Aventis e distribuído gratuitamente via internet.
Epitacio Pessoa/AE
Segundo pesquisa, gengibre é um dos alimentos que combatem efeitos colaterais
Gengibre, menta, salmão e até gomas de mascar são alguns ingredientes apresentados na obra, que reúne dicas dietéticas fundamentais para pacientes oncológicos. "Existem muitas superstições sobre a alimentação de pacientes oncológicos", afirma Ricardo Caponero, oncologista da Clínica de Oncologia Médica e do hospital Israelita Albert Einstein, que foi consultor da publicação.
Coordenadora médica do setor de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Maria Del Pilar Estevez diz é preciso deixar as restrições de lado. "A cultura geral fala em muitas proibições, mas não existem alimentos proibidos. Na verdade, existem apenas alimentos que podem não ser bem tolerados durante os tratamentos", afirma Maria. "O ideal não é a sopa, sem sal e sem gosto. O paciente precisa de sabor", completa.
Diminuição do peso
Evitar a diminuição do peso do paciente durante o tratamento é um dos desafios dietéticos para os médicos. "O principal obstáculo para a terapia nutricional é a aceitação alimentar do paciente oncológico", explica a coordenadora do setor de Nutrição e Dietética do Icesp, Thais Cardenas.
Cerca de um terço dos pacientes oncológicos apresenta efeitos colaterais relacionados aos tratamentos de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. "O paladar e o olfato costumam ser afetados", observa Caponero. "Não podemos obrigar um paciente a comer. Mas nós temos de ajudá-lo com a readaptação do cardápio", completa o oncologista.
De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Nutrição, Márcia Fidelix, "as reservas calóricas são fundamentais no tratamento, quando o organismo do paciente estará mais debilitado".
Entre os alimentos sugeridos estão os que contêm substâncias imunonutrientes, ou seja, que estimulam a resposta imunológica, as defesas do corpo, durante os tratamentos médicos. "O câncer é um processo inflamatório. O ômega 3 presente em peixes, como salmão, atum, cavalinha, age nesse processo", exemplifica Thais.
Além do ômega 3, os especialistas recomendam o ômega 6, a glutamina (presente em carnes, ovos derivados do leite e soja), arginina (carnes, ovos, leite, queijos e grãos) e as vitaminas A, E, C e B6. "É necessário, porém, individualizar a dieta em cada tratamento", indica Maria.
Diversos tipos da doença são ligados à alimentação
O desenvolvimento do câncer de mama, cólon (intestino grosso) reto, próstata, esôfago e estômago está associado a alimentação, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Entre os alimentos citados como vilões - caso consumidos em grande quantidade e por um longo tempo - estão as gorduras, carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, linguiças, mortadelas, etc.
Também existem os alimentos com alto índice de agentes cancerígenos, como os nitritos e nitratos usados para conservar alguns picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados.
Os alimentos preservados em sal, como carne de sol, charque e peixes salgados, também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago.
Já os defumados e churrascos apresentam alcatrão proveniente da fumaça do carvão - mesma substância presente na fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica conhecida. FONTE: ESTADÃO ONLINE

terça-feira, 1 de março de 2011

Droga contra stress cura calvície em camundongos

Desafio de pesquisadores é testar substância em seres humanos.
Há muitas causas para a calvície, de fatores genéticos a ambientais, na maioria das vezes irreversíveis. Mas uma nova pesquisa traz esperança para quem sofre com a queda de cabelos causada por stress. Estudando os efeitos da condição em um grupo de camundongos, um grupo de pesquisadores americanos descobriu uma droga capaz de recuperar os pelos dos roedores.
O estudo, publicado nesta quarta-feira no periódico científico americano PLOS One, usou camundongos geneticamente modificados para produzir em excesso um tipo de hormônio associado ao stress. À medida que os animais envelheciam, o pelo deles se tornava grisalho e passava a cair.
Os pesquisadores, então, injetaram nos camundongos uma droga chamada astressin-B, que bloqueia a ação do hormônio liberador de corticotrofina, que desencadeia o processo de stress. Os animais receberam a droga continuamente por cinco dias. Três meses depois, já haviam recuperado todos os pelos.
“Quase 100% dos camundongos responderam ao tratamento”, disse o pesquisador Million Mulugeta, da Universidade da Califórnia em Los Angeles. “Os pelos voltaram a crescer plenamente.”
O efeito durou por mais quatro meses, período relativamente longo, segundo Mulugeta. Além disso, o tratamento preveniu a queda de pelos. Testada em camundongos mais jovens que não haviam perdido seus pelos, a astressin-B evitou que ficassem carecas.
Estudos posteriores confirmaram os resultados da pesquisa. Ainda não se sabe se a droga terá o mesmo efeito em seres humanos. Mulugeta acredita que sim, uma vez que o homem também possui receptores do hormônio liberador de corticotrofina na pele.
FONTE: VEJA ONLINE