Em audiência pública, proposta da agência foi bombardeada por representantes de entidades da saúde; encerradas as discussões, o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano, admitiu que assunto será debatido até que todas as dúvidas sejam esclarecidas.
Pressionada por entidades médicas e farmacêuticas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou a decisão sobre a intenção de proibir a venda de medicamentos usados para emagrecimento no Brasil, conforme o Estado revelou na semana passada. Sob forte esquema de segurança – policiais federais armados acompanhavam a audiência pública –, a proposta da agência de proibição foi bombardeada com críticas e contra-argumentos. Depois disso, a Anvisa já não fala mais em um prazo para bater o martelo. Antes da reunião, a informação era de que uma resolução seria publicada em março. “Não há prazo para definição”, admitiu ontem o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.“Vamos discutir o assunto até que todas as dúvidas sejam esclarecidas.” Ontem, após mais de cinco horas de debate, a representante da Anvisa Maria Eugênia Cury sinalizou a possibilidade de novas rodadas de discussão. “Talvez essa não tenha sido a última.” A proibição da venda dos remédios dietilprop iona(anfepramona), femproporex, mazindol e sibutramina foi recomendada à Anvisa pela Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), grupo de consultores da agência. Em um relatório de 90 páginas, técnicos listam vários riscos dos remédios e colocam em dúvida a eficácia dessas drogas. “Quem contesta essas informações precisa apresentar dados convincentes que demonstrem o contrário”, defendeu Barbano. No entanto, além de endocrinologistas, várias vozes se posicionaram contra a proposta de veto às substâncias: um neurologista, um professor universitário, uma deputada, um promotor de Justiça,membros dos conselhos regionais e federal de farmácia e até mesmo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Essa queda de braço entre o órgão regulador e as sociedades médicas tem de acabar. Entendem os que o grupo analisado no estudo Scout (feito pelo fabricante da sibutramina com pacientes cardíacos) nem deveria ter sido incluído, pois os riscos eram conhecidos. A SBC entende que o debate tem de continuar, mas com especialistas”, disse Lázaro Fernandes de Miranda, representante do órgão. A presidente da Associação Brasileira para Estudo de Obesidade (Abeso), Rosana Radominski, acredita que a retirada dos medicamentos trará prejuízo aos pacientes. “As pesquisas analisadas pela Anvisa são as mesmas que nós avaliamos para fazer o consenso. Nós, porém, tiramos conclusões distintas. Remédios podem ser usados, desde que com indicação correta.” O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Ricardo Meirelles, reconheceu que os medicamentos apresentam efeitos colaterais. “Mas são em pequena quantidad e, diante do tempo da droga no mercado e do grande número de pessoas que fizeram uso da medicação.” Tendencioso. Para os defensores do uso dos remédios, o documento da Anvisa pinçou apenas as conclusões negativas. Integrante da Cateme (que produziu o relatório), o médico Anthony Wong, da USP, discorda. “Os riscos são incontestáveis. Tanto é que esses medicamentos estão proibidos na Europa e na Ásia”,disse. Nos Estados Unidos, a anfepramona mantém registro. Há também a fentermina, droga que não é vendida aqui. De acordo com Wong, os anorexígenos são a segunda causa de internação psiquiátrica no Brasil, perdendo apenas para o álcool. O médico também disse que as drogas são usadas de forma excessiva. De fato, levantamento divulgado no ano passado pela Anvisa apontou a prescr ição exagerada desses medicamentos. Entre os maiores prescritores estavam médicos do trabalho e de segurança do trânsito. Entre as alternativas apresentadas estava o aumento do controle na prescrição – incluindo a restrição das especialidades médicas com direito a fazer esse tipo de recomendação. Desiré Callegari, do Conselho Federal de Medicina,afirmou que a proposta é inviável, pois seria preciso alterar a lei. Para o endocrinologista Márcio Mancini, do HC, o debate foi satisfatório e a Anvisa não deve tomar uma decisão antes de ouvir a classe médica novamente. “Entramos no debate pessimistas e saímos aliviados.”
ENTREVISTADiaulas Costa Ribeiro,PROMOTOR DE JUSTIÇA DE DEFESA DOS USUÁRIOS DO SISTEMA DE SAÚDE ‘Se há benefícios, não existe contra indicação absoluta’.
Depois de estudar o relatório da Anvisa que embasa a proposta de proibir as drogas para emagrecer, o promotor Diaulas Costa Ribeiro, do Ministério Público do Distrito Federal, afirma ser contrário à proibição. Para ele, os argumentos apresentados não convencem.
● O senhor se posicionou contra a proibição desses medicamentos. Por quê?Os argumentos são de uma mãe superprotetora. A Anvisa editou uma nota técnica que f0i feita sem a participação de ninguém. E os artigos científicos usados não amparam a decisão.
● Por que não?Porque são muito antigos. Os mais recentes são revisões bibliográficas que não trazem nada novo. E o estudo mais novo, sobre a sibutramina, foi feito em um grupo de pacientes que não deveria ser medicado. Moral da história: não há fundamentação para proibir. Se há benefícios, não há contraindicação absoluta.
● O que pode acontecer, caso essas drogas sejam proibidas?A proibição abre espaço para um mercado paralelo. Essas drogas vão parar nas mãos de traficantes. Quem quer emagrecer não vai deixar de tomar, faz qualquer sacrifício para perder peso. Essas pessoas deixarão de ter acompanhamento médico.
● O senhor também citou o álcool e o cigarro na audiência.Nada mata mais que o álcool e o cigarro. O controle cabe à Anvisa. Eu quero ver quem é que tem coragem de ir para a frente e proibir álcool e cigarro por causa dos riscos que eles oferecem à saúde. É uma briga que ninguém compra. / F.B.
● Medida drástica
RICARDO MEIRELLESPRESIDENTE DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA“Não é razoável extrapolar resultados de um estudo envolvendo pacientes cardiopatas para a população em geral. O correto seria fiscalizar.
SOBRE AS DROGAS
● AnfetamínicosSão inibidores de apetite vendidos como dietilpropiona, femproporex e manzidol. Atuam no sistema nervoso, bloqueando a captação de dopamina e noradrenalina. Quanto maior a quantidade dessas substâncias circulando entre os neurônios, menor a sensação de fome.
● Sibutramina Atua em duas regiões do sistema nervoso: no centro do apetite e no da saciedade. Diminui a captação de noradrenalina e de serotonina, diminuindo a fome e proporcionando a sensação de saciedade.
● Efeitos colaterais Irritação, insônia, aumento da frequência cardíaca, boca seca e crise de pânico.
Deputada quer audiência sobre medicamentos.
Filha e mãe de obesos, a deputada federal Alice Portugal (PC do B-BA) vai propor a realização de uma audiência pública na Câmara sobre a proibição de moderadores de apetite no Brasil. “Temos de pensar não apenas no lado médico, mas também psicossocial. A batalha contra a obesidade não é fácil e precisamos estudar as alternativas”, afirmou. Para integrantes da Anvisa, a proposta da deputada pode tornar mais distante uma resolução rápida sobre a proibição de medicamentos emagrecedores no País. Politicamente, afirmam, uma decisão antes de uma audiência no Congresso poderia ser considerada como uma reação autoritária da agência. Entre as alternativas que poderiam ser discutidas, afirmou a deputada,estão o aumento da fiscalização e mudanças nas regras de prescrição. A deputada observou que a proibição aumentaria o risco de venda ilegal da droga. O médico Anthony Wong concorda com o veto. “Obesidade tem vários fatores. Moderador de apetite não é a principal arma para combater o problema. Pelo contrário: o uso do remédio é um fator de risco a mais para uma comunidade que já apresenta problemas de saúde.” / L.F.
FONTE: GAZETA DO POVO
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Sem tratamento, hipotireoidismo tem consequências graves
falta de tratamento para o hipotireoidismo pode trazer consequências bem mais graves do que a dificuldade de emagrecer e manter o peso _dificuldade que foi citada ontem por Ronaldo, no anúncio de sua aposentaria, e atribuída por ele à doença.
Remédio não é doping, dizem especialistas
O jogador, como todo o Brasil agora sabe, sofre de hipotireoidismo há quatro anos, e ainda não se tratou.
A falta de medicação adequada para o problema pode causar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como aterosclerose (entupimento das veias), infarto e insuficiência cardíaca.
O hipotireoidismo é um distúrbio caracterizado por uma menor atividade da glândula tireoide, que produz hormônios responsáveis por estimular o metabolismo e o trabalho celular.
A falta do hormônio faz com que o metabolismo fique mais lento. Os principais sintomas são sonolência, cansaço e perda na capacidade de raciocínio.
Estima-se que 6% da população mundial tenha algum grau do distúrbio, de acordo com o endocrinologista João Roberto Maciel Martins, da Universidade Federal de São Paulo.
"É muito mais comum entre mulheres, principalmente após a menopausa. A alteração pode aparecer de uma hora para outra, mas as manifestações são graduais."
A principal causa é uma doença autoimune, chamada de tireoidite de Hashimoto, inflamação que faz a glândula perder progressivamente sua função.
"Não se sabe ao certo por que é mais comum em mulheres, mas pode ter uma relação com as variações hormonais. Mulheres também têm mais doenças autoimunes", diz Ricardo Meirelles, presidente da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
Além da doença autoimune, há outras causas para o hipotireoidismo como inflamações, tratamentos com radioterapia ou a retirada do órgão por cirurgia.
Um exame de sangue simples pode detectar o problema. O tratamento é feito com a reposição do hormônio T4 em dosagens calculadas de acordo com o grau da doença e o peso do paciente.
PERDA DE PESO
Ficar sem tratar o hipotireoidismo pode, sim, causar aumento de peso. Mas, diz Martins, a alteração é leve, efeito da retenção de líquidos, e não de maior quantidade de gordura no corpo.
"Varia muito de pessoa para pessoa, mas pode-se dizer que o peso aumentaria em média dois ou três quilos."
De acordo com Meirelles, a reposição do hormônio é capaz de reverter os sintomas e impedir o ganho de peso.
"O tratamento é muito eficaz, o organismo fica equilibrado. Não tem por que alguém não tratar."
A longo prazo, a falta do hormônio altera as funções cardíacas, reforça o endocrinologista José Augusto Sgarbi, professor da Faculdade de Medicina de Marília e membro da Sbem/ SP.
"O hormônio da tireoide é muito importante para o funcionamento do coração. Sua falta altera os batimentos, aumenta os níveis de colesterol e pode também causar insuficiência cardíaca."
FONTE: FOLHA ONLINE
Remédio não é doping, dizem especialistas
O jogador, como todo o Brasil agora sabe, sofre de hipotireoidismo há quatro anos, e ainda não se tratou.
A falta de medicação adequada para o problema pode causar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como aterosclerose (entupimento das veias), infarto e insuficiência cardíaca.
O hipotireoidismo é um distúrbio caracterizado por uma menor atividade da glândula tireoide, que produz hormônios responsáveis por estimular o metabolismo e o trabalho celular.
A falta do hormônio faz com que o metabolismo fique mais lento. Os principais sintomas são sonolência, cansaço e perda na capacidade de raciocínio.
Estima-se que 6% da população mundial tenha algum grau do distúrbio, de acordo com o endocrinologista João Roberto Maciel Martins, da Universidade Federal de São Paulo.
"É muito mais comum entre mulheres, principalmente após a menopausa. A alteração pode aparecer de uma hora para outra, mas as manifestações são graduais."
A principal causa é uma doença autoimune, chamada de tireoidite de Hashimoto, inflamação que faz a glândula perder progressivamente sua função.
"Não se sabe ao certo por que é mais comum em mulheres, mas pode ter uma relação com as variações hormonais. Mulheres também têm mais doenças autoimunes", diz Ricardo Meirelles, presidente da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
Além da doença autoimune, há outras causas para o hipotireoidismo como inflamações, tratamentos com radioterapia ou a retirada do órgão por cirurgia.
Um exame de sangue simples pode detectar o problema. O tratamento é feito com a reposição do hormônio T4 em dosagens calculadas de acordo com o grau da doença e o peso do paciente.
PERDA DE PESO
Ficar sem tratar o hipotireoidismo pode, sim, causar aumento de peso. Mas, diz Martins, a alteração é leve, efeito da retenção de líquidos, e não de maior quantidade de gordura no corpo.
"Varia muito de pessoa para pessoa, mas pode-se dizer que o peso aumentaria em média dois ou três quilos."
De acordo com Meirelles, a reposição do hormônio é capaz de reverter os sintomas e impedir o ganho de peso.
"O tratamento é muito eficaz, o organismo fica equilibrado. Não tem por que alguém não tratar."
A longo prazo, a falta do hormônio altera as funções cardíacas, reforça o endocrinologista José Augusto Sgarbi, professor da Faculdade de Medicina de Marília e membro da Sbem/ SP.
"O hormônio da tireoide é muito importante para o funcionamento do coração. Sua falta altera os batimentos, aumenta os níveis de colesterol e pode também causar insuficiência cardíaca."
FONTE: FOLHA ONLINE
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Comer peixe pode ajudar a prevenir cegueira, diz estudo
Os ácidos graxos ômega-3 contidos no peixe podem ajudar a prevenir a retinopatia, uma doença nos olhos que pode provocar cegueira em pessoas com diabetes e bebês prematuros, segundo um estudo publicado na quarta-feira (9) pela revista "Science".
Leonardo Wen/Folhapress
Ácidos graxos ômega-3 contidos no peixe podem ajudar a prevenir uma doença nos olhos que pode provocar cegueira
A retinopatia é o desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos na retina (que tem altas concentrações de ômega-3) e uma das principais causas da cegueira.
Os ácidos graxos da série ômega-3 desempenham papéis especiais nas membranas celulares do sistema nervoso, mas, como detectaram os pesquisadores, não estão presentes em quantidades suficientes nas modernas dietas ocidentais, repletas de ômega-6.
Estudos recentes demonstraram que o consumo em excesso dos ômega-6, concentrados em alguns alimentos gordurosos e na maioria de óleos vegetais, aumenta o risco de contrair certas doenças e aguça a depressão.
Os pesquisadores estudaram a influência dos ômega-3 na retina de ratos e descobriram que o aumento dos ácidos graxos deste tipo derivado da dieta limitou o crescimento patológico dos vasos sanguíneos denominados neovasos.
No caso dos bebês, os vasos sanguíneos da retina começam a se desenvolver aos três meses depois da concepção e completam seu desenvolvimento no momento do nascimento normal. No entanto, se o parto for muito prematuro, pode-se alterar o desenvolvimento do olho e os vasos podem deixar de crescer ou crescem de maneira anormal.
A aparição rápida e desordenada desses neovasos provoca graves perturbações como hemorragias no interior do olho e, em casos mais severos, glaucoma e descolamento da retina.
Os ratos alimentados com dietas ricas em ácidos graxos ômega-3 pela equipe liderada pela pesquisadora Lois Smith --oftalmologista do Hospital Infantil de Boston-- tiveram uma redução de quase 50% do crescimento dos vasos sanguíneos na retina, frente aos alimentados com dietas ricas em ômega-6.
"Nossas descobertas nos dão novas informações sobre como funcionam os ácidos graxos ômega-3, que os torna uma opção ainda mais promissora para atuar como agentes protetores", disse Smith.
Ela assinalou também que a capacidade de impedir o crescimento desses neovasos com ácidos ômega-3 poderia ajudar a reduzir os gastos em saúde.
"O custo dos suplementos vitamínicos com ácidos graxos ômega-3 é de aproximadamente US$ 10 por mês, frente aos US$ 4 mil mensais que podem custar os tratamentos anti-VEGF (crescimento endotelial vascular)", indicou.
Smith e sua equipe continuam estudando os lipídios beneficentes para a visão e pretendem iniciar uma nova via de pesquisa na busca dos ácidos graxos ômega-6 mais prejudiciais.
"Encontramos os bons, agora vamos buscar os maus", assinalou a oftalmologista. "Se encontrarmos os caminhos, talvez possamos bloquear seletivamente os agentes metabólicos negativos."
Nos Estados Unidos, a retinopatia afeta 4,1 milhões de pessoas com diabetes --um número que tende a dobrar nos próximos 15 anos-- e afeta muitos recém-nascidos prematuros. FONTE: FOLHA ONLINE
Leonardo Wen/Folhapress
Ácidos graxos ômega-3 contidos no peixe podem ajudar a prevenir uma doença nos olhos que pode provocar cegueira
A retinopatia é o desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos na retina (que tem altas concentrações de ômega-3) e uma das principais causas da cegueira.
Os ácidos graxos da série ômega-3 desempenham papéis especiais nas membranas celulares do sistema nervoso, mas, como detectaram os pesquisadores, não estão presentes em quantidades suficientes nas modernas dietas ocidentais, repletas de ômega-6.
Estudos recentes demonstraram que o consumo em excesso dos ômega-6, concentrados em alguns alimentos gordurosos e na maioria de óleos vegetais, aumenta o risco de contrair certas doenças e aguça a depressão.
Os pesquisadores estudaram a influência dos ômega-3 na retina de ratos e descobriram que o aumento dos ácidos graxos deste tipo derivado da dieta limitou o crescimento patológico dos vasos sanguíneos denominados neovasos.
No caso dos bebês, os vasos sanguíneos da retina começam a se desenvolver aos três meses depois da concepção e completam seu desenvolvimento no momento do nascimento normal. No entanto, se o parto for muito prematuro, pode-se alterar o desenvolvimento do olho e os vasos podem deixar de crescer ou crescem de maneira anormal.
A aparição rápida e desordenada desses neovasos provoca graves perturbações como hemorragias no interior do olho e, em casos mais severos, glaucoma e descolamento da retina.
Os ratos alimentados com dietas ricas em ácidos graxos ômega-3 pela equipe liderada pela pesquisadora Lois Smith --oftalmologista do Hospital Infantil de Boston-- tiveram uma redução de quase 50% do crescimento dos vasos sanguíneos na retina, frente aos alimentados com dietas ricas em ômega-6.
"Nossas descobertas nos dão novas informações sobre como funcionam os ácidos graxos ômega-3, que os torna uma opção ainda mais promissora para atuar como agentes protetores", disse Smith.
Ela assinalou também que a capacidade de impedir o crescimento desses neovasos com ácidos ômega-3 poderia ajudar a reduzir os gastos em saúde.
"O custo dos suplementos vitamínicos com ácidos graxos ômega-3 é de aproximadamente US$ 10 por mês, frente aos US$ 4 mil mensais que podem custar os tratamentos anti-VEGF (crescimento endotelial vascular)", indicou.
Smith e sua equipe continuam estudando os lipídios beneficentes para a visão e pretendem iniciar uma nova via de pesquisa na busca dos ácidos graxos ômega-6 mais prejudiciais.
"Encontramos os bons, agora vamos buscar os maus", assinalou a oftalmologista. "Se encontrarmos os caminhos, talvez possamos bloquear seletivamente os agentes metabólicos negativos."
Nos Estados Unidos, a retinopatia afeta 4,1 milhões de pessoas com diabetes --um número que tende a dobrar nos próximos 15 anos-- e afeta muitos recém-nascidos prematuros. FONTE: FOLHA ONLINE
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Remédio 'a base de curry' pode ajudar na recuperação após AVC
Testes realizados com cobaias animais sugerem que um novo medicamento híbrido, fabricado em parte com curry, pode ajudar a regenerar os neurônios depois de um AVC (acidente vascular cerebral), indicaram pesquisadores americanos nesta quinta-feira.
O composto molecular do curry contém curcumina, um pigmento natural de cor amarela extraído do açafrão (Curcuma longa ou açafrão-da-terra) muito popular no sudeste asiático e no Oriente Médio.
Testes em humanos com o medicamento, que restaura as ligações que alimentam os neurônios, poderão ter início em breve, de acordo com o cientista Paul Lapchak, do conceituado centro médico Cedars-Sinai.
A nova droga não ataca os coágulos que provocam o AVC, mas, quando administrada durante uma hora EM coelhos (que seria equivalente a três horas para humanos), "reduziu os 'déficits motores' - problemas musculares e de coordenação motora - provocados pelo derrame", segundo o estudo.
O composto híbrido, chamado de CNB-001, "atravessa a barreira hematoencefálica, é rapidamente distribuído no cérebro e regula uma série de mecanismos cruciais envolvidos na sobrevivência dos neurônios", explica Lapchak.
O especialista apresentou suas conclusões no Congresso sobre Acidentes Vasculares Cerebrais da Associação Internacional do Coração.
Lapchak destaca que o tempero em si não apresenta os benefícios do medicamento, uma vez que não é bem absorvido pelo organismo e não é capaz de atingir seu objetivo em altas concentrações.
Além disso, sua entrada no cérebro é naturalmente bloqueada pelo mecanismo de proteção conhecido como barreira hematoencefálica, que filtra as substâncias que chegam ao sistema nervoso central através da corrente sanguínea.
Conhecido como ativador do plasminogênio tecidual, a substância é injetada diretamente na veia para dissolver coágulos e restituir o fluxo sanguíneo.
FONTE: FOLHA ONLINE
O composto molecular do curry contém curcumina, um pigmento natural de cor amarela extraído do açafrão (Curcuma longa ou açafrão-da-terra) muito popular no sudeste asiático e no Oriente Médio.
Testes em humanos com o medicamento, que restaura as ligações que alimentam os neurônios, poderão ter início em breve, de acordo com o cientista Paul Lapchak, do conceituado centro médico Cedars-Sinai.
A nova droga não ataca os coágulos que provocam o AVC, mas, quando administrada durante uma hora EM coelhos (que seria equivalente a três horas para humanos), "reduziu os 'déficits motores' - problemas musculares e de coordenação motora - provocados pelo derrame", segundo o estudo.
O composto híbrido, chamado de CNB-001, "atravessa a barreira hematoencefálica, é rapidamente distribuído no cérebro e regula uma série de mecanismos cruciais envolvidos na sobrevivência dos neurônios", explica Lapchak.
O especialista apresentou suas conclusões no Congresso sobre Acidentes Vasculares Cerebrais da Associação Internacional do Coração.
Lapchak destaca que o tempero em si não apresenta os benefícios do medicamento, uma vez que não é bem absorvido pelo organismo e não é capaz de atingir seu objetivo em altas concentrações.
Além disso, sua entrada no cérebro é naturalmente bloqueada pelo mecanismo de proteção conhecido como barreira hematoencefálica, que filtra as substâncias que chegam ao sistema nervoso central através da corrente sanguínea.
Conhecido como ativador do plasminogênio tecidual, a substância é injetada diretamente na veia para dissolver coágulos e restituir o fluxo sanguíneo.
FONTE: FOLHA ONLINE
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Dormir menos de seis horas por noite faz mal ao coração
Uma pessoa que dorme menos de seis horas por noite tem um risco 50% maior de morrer após um ataque cardíaco - e a chance de sofrer um derrame fatal também cresce 15%. A conclusão é de uma pesquisa da da Universidade de Warwick, na Inglaterra, que comprovou o perigo recorrente de uma rotina agitada e irregular de trabalho que faz com que muitas pessoas descansem cada vez menos em função da sobrecarga diária, o que já se tornou hábito entre 60% da população adulta.
Segundo os cientistas, uma noite de sono ruim pode afetar o equilíbrio dos hormônios grelina e leptina, importantes na regulação do apetite. Isso explicaria por que pessoas com esse perfil tendem a comer mais e a ter tendência à obesidade, o que eleva os riscos de pressão alta e doenças cardiovasculares. Por consequência dessa espécie de círculo vicioso, elas também ficam mais propensas a ataques cardíacos e derrames.
Metodologia – Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram os hábitos de sono de cerca de 475.000 voluntários que participaram de 15 estudos em oito países, entre eles Inglaterra, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Entre as conclusões, está a ideia de que o difundido lema de que trabalhar duro é o melhor caminho para se sobressair tem sacrificado a qualidade do sono e a saúde da população.
“Esse hábito de dormir tarde e acordar cedo é uma verdadeira bomba-relógio para a saúde. A busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional tem feito com que muitos optem por abrir mão de horas do lazer para garantir que todas as tarefas do dia sejam feitas”, disse Francesco Cappuccio, da Universidade de Warwick, ao jornal inglês Daily Mail.
Mas atenção, os especialistas ressalvam que dormir muito (mais de nove horas) também pode aumentar as chances de infarto. O estudo foi publicado no periódico European Heart Journal. FONTE: VEJA ONLINE
Segundo os cientistas, uma noite de sono ruim pode afetar o equilíbrio dos hormônios grelina e leptina, importantes na regulação do apetite. Isso explicaria por que pessoas com esse perfil tendem a comer mais e a ter tendência à obesidade, o que eleva os riscos de pressão alta e doenças cardiovasculares. Por consequência dessa espécie de círculo vicioso, elas também ficam mais propensas a ataques cardíacos e derrames.
Metodologia – Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram os hábitos de sono de cerca de 475.000 voluntários que participaram de 15 estudos em oito países, entre eles Inglaterra, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Entre as conclusões, está a ideia de que o difundido lema de que trabalhar duro é o melhor caminho para se sobressair tem sacrificado a qualidade do sono e a saúde da população.
“Esse hábito de dormir tarde e acordar cedo é uma verdadeira bomba-relógio para a saúde. A busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional tem feito com que muitos optem por abrir mão de horas do lazer para garantir que todas as tarefas do dia sejam feitas”, disse Francesco Cappuccio, da Universidade de Warwick, ao jornal inglês Daily Mail.
Mas atenção, os especialistas ressalvam que dormir muito (mais de nove horas) também pode aumentar as chances de infarto. O estudo foi publicado no periódico European Heart Journal. FONTE: VEJA ONLINE
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Ainda não há cura definitiva para celulite, diz especialista
"Quando há muitos tratamentos para a mesma coisa, é porque nenhum deles resolve o problema."
Cirurgião emprega técnica de pizzaiolo para tratar celulite"É uma operação invasiva, mas gostei do resultado"
A fala do presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica de São Paulo, Carlos Alberto Komatsu, põe na dimensão certa a profusão de novidades que surgem todo dia como "solução" para celulite.
"Nenhum tratamento tem 100% de cura. Estamos ainda longe do resultado perfeito."
Muitas técnicas, no entanto, podem melhorar a aparência das áreas afetadas, além das cirurgias, que, avisa Komatsu, também não garantem resultados bons e duradouros.
O que mais funciona contra a celulite é o mais difícil: combinar alimentação certinha, atividade física e cuidados com a pele.
Mas, vá lá: a dermatologista Ligia Kogos diz que uma das novidades é o preenchimento da pele com ácido hialurônico. A substância estimula a formação de colágeno e, diz ela, "faz desaparecer" o desnível da região afetada.
Outro tratamento em voga é a intradermoterapia. São injetados no tecido gorduroso coquetéis de substâncias semelhantes às dos cremes para celulite, como ginkgo biloba.
Entre os aparelhos, os mais eficazes combinam procedimentos, segundo a dermatologista Denise Steiner. Alguns têm laser associado a ultrassom, radiofrequência e luz infravermelha.
Segundo Komatsu, essas técnicas não invasivas podem destruir células gordurosas. "Mas os efeitos em comparação à cirurgia são inferiores."
Já os cremes são controversos. Para Komatsu, são "enganação".
A dermatologista Denise Steiner diz que não dão resultados isoladamente nem alteram o corpo. Podem melhorar o aspecto da pele, hidratando-a.
Ligia Kogos afirma que eles podem funcionar se contiverem ativos "poderosos" como cafeína e oxandrolona.
Alimentos que retêm menos líquido ajudam. Inhame, tomate, alho, aveia, cebola e brócolis, além de água e chá, têm esse poder, afirma a nutricionista Tanise Amon.
Ela recomenda ainda dar preferência a proteínas de fontes magras, como clara de ovo e peixes.
MITO
Na academia, não adianta fazer exercícios para glúteos à exaustão, segundo o diretor-técnico da Bio Ritmo Saturno de Souza. "É mito. Os resultados são melhores quando se cuida do corpo todo."
Uma combinação de exercícios aeróbicos e musculares beneficia os sistemas cardiovascular, circulatório e linfático e diminui a chance de o problema aparecer, diz.
Mas a grande causa é a predisposição genética, diz Souza. "Aí, tem que brigar com a família."
FONTE: FOLHA ONLINE
Cirurgião emprega técnica de pizzaiolo para tratar celulite"É uma operação invasiva, mas gostei do resultado"
A fala do presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica de São Paulo, Carlos Alberto Komatsu, põe na dimensão certa a profusão de novidades que surgem todo dia como "solução" para celulite.
"Nenhum tratamento tem 100% de cura. Estamos ainda longe do resultado perfeito."
Muitas técnicas, no entanto, podem melhorar a aparência das áreas afetadas, além das cirurgias, que, avisa Komatsu, também não garantem resultados bons e duradouros.
O que mais funciona contra a celulite é o mais difícil: combinar alimentação certinha, atividade física e cuidados com a pele.
Mas, vá lá: a dermatologista Ligia Kogos diz que uma das novidades é o preenchimento da pele com ácido hialurônico. A substância estimula a formação de colágeno e, diz ela, "faz desaparecer" o desnível da região afetada.
Outro tratamento em voga é a intradermoterapia. São injetados no tecido gorduroso coquetéis de substâncias semelhantes às dos cremes para celulite, como ginkgo biloba.
Entre os aparelhos, os mais eficazes combinam procedimentos, segundo a dermatologista Denise Steiner. Alguns têm laser associado a ultrassom, radiofrequência e luz infravermelha.
Segundo Komatsu, essas técnicas não invasivas podem destruir células gordurosas. "Mas os efeitos em comparação à cirurgia são inferiores."
Já os cremes são controversos. Para Komatsu, são "enganação".
A dermatologista Denise Steiner diz que não dão resultados isoladamente nem alteram o corpo. Podem melhorar o aspecto da pele, hidratando-a.
Ligia Kogos afirma que eles podem funcionar se contiverem ativos "poderosos" como cafeína e oxandrolona.
Alimentos que retêm menos líquido ajudam. Inhame, tomate, alho, aveia, cebola e brócolis, além de água e chá, têm esse poder, afirma a nutricionista Tanise Amon.
Ela recomenda ainda dar preferência a proteínas de fontes magras, como clara de ovo e peixes.
MITO
Na academia, não adianta fazer exercícios para glúteos à exaustão, segundo o diretor-técnico da Bio Ritmo Saturno de Souza. "É mito. Os resultados são melhores quando se cuida do corpo todo."
Uma combinação de exercícios aeróbicos e musculares beneficia os sistemas cardiovascular, circulatório e linfático e diminui a chance de o problema aparecer, diz.
Mas a grande causa é a predisposição genética, diz Souza. "Aí, tem que brigar com a família."
FONTE: FOLHA ONLINE
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Sorvete Emagrecedor
Novidade para o verão: fique em forma sem abrir mão do prazer!Sempre em busca de inovação a Farmácia Cedroni traz aos seus clientes uma nova forma farmacêutica: o sorvete! Composto pelos chás: branco, verde e vermelho o sorvete emagrecedor reúne os benefícios desses três chás*.Chá verde: Diminui em cerca de 40% a absorção da gordura dos alimentos consumidos é rico em polifenóis. Interfere no processo em que as moléculas de gordura são quebradas na digestão, além de evitar que sejam estocadas.Chá branco: Inibe o desenvolvimento de células de gordura. Também tem efeito termogênico, ou seja, aumenta a temperatura corporal e dessa forma acelera o metabolismo favorecendo a redução de peso.Chá vermelho: Rico em vitamina C, sais mineirais, cafeína e antioxidantes, como flavonóides e polifenóis que combatem o envelhecimento, além de ter o poder de acelerar o metabolismo e a queima de calorias.Disponível nos sabores: Sabores: Abacaxi, Laranja, Morango, Maracujá, Chocolate, Framboesa.Posologia: Dissolver o conteúdo de um envelope em 100ml de leite gelado. Agitar e colocar no congelador para solidificar. Consumir 1 envelope 30 minutos antes do almoço e jantarConsulte a nossa assistência farmacêutica*Acompanhado de uma alimentação balanceada
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Médicos ligados à indústria ditam regras de conduta
Médicos brasileiros responsáveis por elaborar diretrizes clínicas possuem conflitos de interesse com os laboratórios farmacêuticos.
Protocolo sobre colesterol no Brasil gera controvérsia"Médicos patrocinados podem distorcer informação sobre droga"Sites divulgam quais médicos têm ligação com laboratóriosNinguém está livre da influência inconsciente nas decisões
Diretrizes são orientações que padronizam a conduta para determinada doença. Feitos por entidades profissionais, esses documentos definem, por exemplo, qual a taxa de colesterol ou o nível de pressão arterial aceitáveis e quais as classes de remédios que devem ser usadas no tratamento dos pacientes.
A Folha pesquisou 11 diretrizes de algumas doenças -hipertensão, obesidade, hepatites B e C, diabetes, artrite reumatoide, tromboembolismo venoso, disfunção erétil, artrose e climatério.
Dos 111 profissionais que fizeram o documento sobre hipertensão, 63 (56,7%) declararam que, nos últimos três anos, fizeram estudos, receberam ajuda, deram palestras ou escreveram textos científicos patrocinados por laboratórios. Dois deles têm também ações da indústria.
A situação se repete na diretriz sobre climatério e doenças cardiovasculares. Dos 33 médicos que a assinam, 16 (48,5%) são patrocinados pela indústria. Dois têm ações de laboratórios.
Na diretriz de disfunção erétil, todos os cinco médicos têm conflitos de interesse.
A questão é polêmica, embora não seja ilegal. Nos EUA, há um movimento médico crescente que considera inaceitável esse tipo de conflito. Apontam que, ao terem ligação com a indústria, os médicos podem favorecê-la prescrevendo mais remédios, minimizando os riscos das drogas ou distorcendo dados sobre a eficácia delas.
O CFM reconhece a situação "conflituosa", mas diz que não há hoje nenhuma restrição que médicos ligados a indústria participem de consensos. "Não tínhamos pensado nisso, mas é preciso rever essa situação. É difícil adotar diretrizes com pessoas comprometidas com a indústria. Pode perder a credibilidade", afirma Roberto D'Ávila, presidente do CFM.
O médico Wanderley Marques Bernardo, coordenador do "Projeto Diretrizes", da AMB (Associação Médica Brasileira), afirma que a diretriz segue uma metodologia rígida e que é baseada em fortes evidências científicas.
Segundo ele, há um grupo isento que faz uma revisão final. "Se houver ainda algum problema ou interesse, seja ele deliberado ou não, a gente corrige", diz ele.
O cardiologista Jadelson de Andrade, coordenador das diretrizes da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), argumenta que médicos de ponta geralmente são chamados pela indústria para participar de estudos e dar consultorias ou palestras.
Para ele, o ideal seria que o governo destinasse uma verba para a produção de diretrizes clínicas formuladas por pessoas isentas de conflitos.
Para Inez Gadelha, coordenadora do departamento de atenção especializada do Ministério da Saúde, "o ideal não existe". "É muito difícil não ter conflito. Uma coisa eventual, um jantar, uma viagem, não compromete. A questão é o grande conflito."
FONTE: FOLHA ONLINE
Protocolo sobre colesterol no Brasil gera controvérsia"Médicos patrocinados podem distorcer informação sobre droga"Sites divulgam quais médicos têm ligação com laboratóriosNinguém está livre da influência inconsciente nas decisões
Diretrizes são orientações que padronizam a conduta para determinada doença. Feitos por entidades profissionais, esses documentos definem, por exemplo, qual a taxa de colesterol ou o nível de pressão arterial aceitáveis e quais as classes de remédios que devem ser usadas no tratamento dos pacientes.
A Folha pesquisou 11 diretrizes de algumas doenças -hipertensão, obesidade, hepatites B e C, diabetes, artrite reumatoide, tromboembolismo venoso, disfunção erétil, artrose e climatério.
Dos 111 profissionais que fizeram o documento sobre hipertensão, 63 (56,7%) declararam que, nos últimos três anos, fizeram estudos, receberam ajuda, deram palestras ou escreveram textos científicos patrocinados por laboratórios. Dois deles têm também ações da indústria.
A situação se repete na diretriz sobre climatério e doenças cardiovasculares. Dos 33 médicos que a assinam, 16 (48,5%) são patrocinados pela indústria. Dois têm ações de laboratórios.
Na diretriz de disfunção erétil, todos os cinco médicos têm conflitos de interesse.
A questão é polêmica, embora não seja ilegal. Nos EUA, há um movimento médico crescente que considera inaceitável esse tipo de conflito. Apontam que, ao terem ligação com a indústria, os médicos podem favorecê-la prescrevendo mais remédios, minimizando os riscos das drogas ou distorcendo dados sobre a eficácia delas.
O CFM reconhece a situação "conflituosa", mas diz que não há hoje nenhuma restrição que médicos ligados a indústria participem de consensos. "Não tínhamos pensado nisso, mas é preciso rever essa situação. É difícil adotar diretrizes com pessoas comprometidas com a indústria. Pode perder a credibilidade", afirma Roberto D'Ávila, presidente do CFM.
O médico Wanderley Marques Bernardo, coordenador do "Projeto Diretrizes", da AMB (Associação Médica Brasileira), afirma que a diretriz segue uma metodologia rígida e que é baseada em fortes evidências científicas.
Segundo ele, há um grupo isento que faz uma revisão final. "Se houver ainda algum problema ou interesse, seja ele deliberado ou não, a gente corrige", diz ele.
O cardiologista Jadelson de Andrade, coordenador das diretrizes da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), argumenta que médicos de ponta geralmente são chamados pela indústria para participar de estudos e dar consultorias ou palestras.
Para ele, o ideal seria que o governo destinasse uma verba para a produção de diretrizes clínicas formuladas por pessoas isentas de conflitos.
Para Inez Gadelha, coordenadora do departamento de atenção especializada do Ministério da Saúde, "o ideal não existe". "É muito difícil não ter conflito. Uma coisa eventual, um jantar, uma viagem, não compromete. A questão é o grande conflito."
FONTE: FOLHA ONLINE
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