quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Gestantes tendem a cortar medicação e agravar doenças crônicas
SÃO PAULO - Algumas doenças crônicas podem agravar-se durante a gravidez se não forem bem tratadas. Segundo o pneumologista Rafael Stelmach, do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, os problemas podem aumentar por causa da suspensão de medicamentos nesse período.A falta de remédios contra a asma, por exemplo, leva a mulher a uma menor oxigenação, dificuldade respiratória e, consequentemente, a uma gravidez de alto risco, o que pode causar partos prematuros e bebês de baixo peso. De acordo com Stelmach, se a medicação for regular, a tendência é que o problema respiratório fique estável. "Entre as mulheres que não param de se tratar, cerca de 70% não alteram ou até melhoram o quadro asmático", afirma.Se a preocupação da futura mãe é que as drogas possam causar algum efeito colateral na criança, o pneumologista explica que existe uma classificação de risco para os remédios: A, B, C, D e E. "Os que tratam asma estão entre as classes B e C. Isso, considerando que a "A" não apresenta nenhum problema e a "E" pode causar algum prejuízo para o bebê", explica.O que poucas grávidas sabem é que a medicação para asma pode até ajudar na gravidez. Os mesmos remédios usados em uma crise de falta ar servem para postergar uma gestação prematura. Quando o feto não se desenvolve como deveria, usa-se cortisona para aumentar o tempo de maturação. Outra medicação é o broncodilatador, que relaxa a musculatura, inclusive a do útero, também para evitar trabalho de parto prematuro no quarto ou quinto mês. "Ou seja, no contexto geral, essa medicação faz mais bem do que mal", diz Stelmach.Para as mulheres que têm asma e pretendem engravidar, as três principais dicas são: procurar um especialista que as acompanhem durante os nove meses; não suspender os remédios; e ter uma vida saudável, conforme as indicações médicasFonte: O ESTADO DE SÃO PAULO – SP
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Universidade testa nova cirurgia para reverter impotência
Uma técnica experimental desenvolvida na Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) pode reverter a disfunção erétil em homens que fazem radioterapia ou passaram por cirurgia de retirada total de próstata.Esses procedimentos podem provocar lesões em nervos que ajudam na ereção, provocando a impotência.O método usa a reinervação - uma espécie de "ponte" feita entre nervos- para recuperar a ereção de pacientes que já tentaram tratamentos com comprimidos ou injeções, sem resultado.A pesquisa da Unesp de Botucatu (238 km de SP) quer aplicar na região peniana a mesma técnica que já é usada em outras áreas do corpo.A "ponte" liga nervos lateralmente depois de desviar da área lesionada em função da retirada da próstata. "É como um gato na fiação elétrica", compara o cirurgião plástico Fausto Viterbo, que estuda o método há 18 anos.A reinervação já foi aplicada em casos de paralisia facial, recuperação das cordas vocais e restauração de sensibilidade, diz Viterbo.O ineditismo aqui consiste em usar a técnica para recuperar a ereção, segundo o urologista e ex-reitor da Unesp José Carlos Souza Trindade. O médico explica que serão retiradas "tiras" de outros nervos com a mesma origem dos eretores do pênis.Especialistas ouvidos pela Folha disseram que um outro tipo de reinervação já costuma ser feito durante a cirurgia de retirada de próstata. Na técnica, os nervos são ligados pelas pontas -e não lateralmente. Mas os resultados não são plenos."Há uma cápsula protetora nos nervos que, aparentemente, teria que ser cortada para que impulsos elétricos passem", diz Viterbo.Mas pesquisas indicam que nervos ligados lateralmente podem se fundir e transmitir os impulsos. "É como fios de cobre com capas plásticas. Se ligarmos os fios no meio sem cortar os plásticos, a energia não passa. Mas nos nervos é diferente. A natureza se regenera."Para Joaquim Claro, urologista da Faculdade de Medicina da USP, é "diferente" recuperar a sensibilidade da face, por exemplo, e restabelecer "atividade neural não sensitiva, como a ereção".Marcos Dall´Oglio, da Sociedade Brasileira de Urologia, diz que é preciso esperar os resultados comprovados para avaliar a operação.VOLUNTÁRIOSA pesquisa, aprovada pelo Comitê Nacional de Ética, seleciona voluntários: homens entre 45 e 70 anos há pelo menos dois anos sem ereção.O procedimento é gratuito. As primeiras cirurgias serão feitas em outubro. Os pacientes serão avaliados após 6, 18 e 24 meses.Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO – SP
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Taxas de câncer de mama caem com redução do uso de terapia hormonal
CHICAGO - As taxas de câncer de mama entre as mulheres pós-menopáusicas em Portugal caiu quase 10 por cento depois que saberem, em 2002, que a terapia de reposição hormonal pode aumentar o risco de doença disseram especialistas.
A queda coincidiu com uma redução acentuada no uso destas drogas após a publicação da Iniciativa pela Saúde da Mulher, que revelou um aumento do risco de câncer de ovário e câncer de mama, além de acidentes cerebro-vasculares e outros problemas com o uso da terapia hormonal.
Antes de 2002, os médicos amplamente prescreviam a terapia de reposição hormonal (TRH) para reduzir o risco de doença do coração ou osteoporose, duas condições que aumentam dramaticamente depois da menopausa.
Para ver se a queda no uso de TRH afeta as taxas de câncer de mama, a equipe de Prithwish, da Sociedade Canadense do Câncer, analisaram dados de vários registros canadenses e um inquérito nacional de saúde entre as mulheres com 50 anos a 69 anos.
Os pesquisadores controlaram especificamente as prescrições de TRH, a incidência de câncer de mama, a taxas de utilização da mamografia e do auto-relatados da terapia de reposição hormonal por mulheres.
A equipe descobriu que, em 2002, 12,7% do mulheres canadenses 50 a 69 anos usaram a TRH, mas o número caiu para 4,9% em 2004.
Durante o mesmo período, as taxas de câncer de mama diminuíram 9,6 % e permaneceram estáveis as mamografias.
Segundo os autores, a queda estaria relacionada à cobertura dos médicos sobre o Women's Health Initiative, além de um estudo britânico chamado Million Women Study, que mostrou aumento no risco de câncer de mama com o uso de terapia de reposição hormonal.
Atualmente, os médicos recomendam a TRH para mulheres com sintomas graves menopausas, mas advertem que seu uso deve ser na menor dose pelo menor tempo possível.
Mais de 400.000 mulheres morrem anualmente por câncer de mama em todo o mundo. FONTE: ESTADÃO ONLINE
A queda coincidiu com uma redução acentuada no uso destas drogas após a publicação da Iniciativa pela Saúde da Mulher, que revelou um aumento do risco de câncer de ovário e câncer de mama, além de acidentes cerebro-vasculares e outros problemas com o uso da terapia hormonal.
Antes de 2002, os médicos amplamente prescreviam a terapia de reposição hormonal (TRH) para reduzir o risco de doença do coração ou osteoporose, duas condições que aumentam dramaticamente depois da menopausa.
Para ver se a queda no uso de TRH afeta as taxas de câncer de mama, a equipe de Prithwish, da Sociedade Canadense do Câncer, analisaram dados de vários registros canadenses e um inquérito nacional de saúde entre as mulheres com 50 anos a 69 anos.
Os pesquisadores controlaram especificamente as prescrições de TRH, a incidência de câncer de mama, a taxas de utilização da mamografia e do auto-relatados da terapia de reposição hormonal por mulheres.
A equipe descobriu que, em 2002, 12,7% do mulheres canadenses 50 a 69 anos usaram a TRH, mas o número caiu para 4,9% em 2004.
Durante o mesmo período, as taxas de câncer de mama diminuíram 9,6 % e permaneceram estáveis as mamografias.
Segundo os autores, a queda estaria relacionada à cobertura dos médicos sobre o Women's Health Initiative, além de um estudo britânico chamado Million Women Study, que mostrou aumento no risco de câncer de mama com o uso de terapia de reposição hormonal.
Atualmente, os médicos recomendam a TRH para mulheres com sintomas graves menopausas, mas advertem que seu uso deve ser na menor dose pelo menor tempo possível.
Mais de 400.000 mulheres morrem anualmente por câncer de mama em todo o mundo. FONTE: ESTADÃO ONLINE
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O Fantástico, Drauzio Varella, as plantas medicinais e o lobby da indústria farmacêutica
Essa questão levantada pelo Fantástico no momento difícil por que passa o programa (a menor audiência da história da televisão brasileira) e acabei me deparando com esse excelente texto do Dr. Marcio Bontempo que reproduzo abaixo.
O Fantástico, Drauzio Varella, as plantas medicinais e o lobby da indústria farmacêutica
Dr. Marcio Bontempo
Esse programa do Fantástico com Drauzio Varella e as plantas medicinais, é apenas uma reação da indústria farmacêutica preocupada com a PNPMF - Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterapia, do Ministério da Saúde e assim eles mobilizam a mídia.
O Dráuzio talvez nem saiba que está sendo usado, porque ele faz pesquisas sérias sobre os efeitos anticancerígenos de muitas plantas. A preocupação dele é basicamente o uso irresponsável de plantas e fitoterápicos. Claro que dói ver na matéria o excesso de pressão sobre os "perigos" das plantas, inclusive a babosa.
Certamente que cuidados são necessários com as plantas, mas muito, muito, muito mais cuidados precisamos ter com os medicamentos e isso não aparece nessas matérias tendenciosas.
As autoridades sanitárias são permissivas, em sua subserviência aos interesses da indústria lobista dos remédios (que fatura 600 bilhões de dólares anualmente no mundo), pois permitem propaganda de remédios na TV, etc. Isso é ridículo, pois, até onde se sabe, propaganda é para incentivar o consumo.
E depois a propaganda termina com a frase infame: "Ao persistirem os sintomas, um médico deve ser consultado", como se um leigo soubesse quando deve exatamente procurar um médico numa situação, por exemplo, de uma dor de cabeça antiga, que pode ser um tumor em crescimento. Isso é nitidamente para proteger a indústria farmacêutica e incentivar a produção e o lucro.
Esses mesmos interesses que alimentam os cartéis no Congresso Nacional, vacinando parlamentares e financiando tanto campanhas como muitos mandatos, são aqueles que permitem aberrações, como o caso do Viagra (agora mais barato) um medicamento que pode matar, causar danos terríveis ao coração e ao cérebro (é só ler a bula), que deveria ser tarja preta, receitado apenas por médico, mas que QUALQUER UM, INCLUSIVE JÓVENS PARA AUMENTAR A PERFORMANCE SEXUAL - OS MAIORES FREGUESES DA DROGA - PODEM ADQUIRIR SEM RECEITA ALGUMA.
Por que essa situação? A resposta está na mesma esfera dos motivos que criam programas tendenciosos assim. Quero ver o Fantástico fazer uma matéria contra isso, o caso do Viagra. Não fazem! O recente escândalo do Viox, um antiinflamatório (que diga-se de passagem, intoxicava e pouco funcionava), foi lançado pela indústria farmacêutica com grande alarde, com bilhões em investimento, para depois de alguns meses sair do mercado porque estava matando gente do coração!
E todos os anos a indústria farmacêutica e a Anvisa retiram dezenas de medicamentos do mercado. Então estamos sob risco, porque a pergunta que não quer calar é: quantos dos remédios que nós médicos estamos receitando e as pessoas comprando livremente nos balcões de farmácia, ou mesmo recebendo do SUS, não serão, um dia, retirados por ter se descoberto que produzem danos.
O irônico é que muitos remédios saem de circulação e são proibidos, muitas vezes, não porque produzem danos, MAS PORQUE NÃO FUNCIONAM!!! Hilário... se não fosse triste.
E depois o programete da globo aponta que plantas não funcionam, apesar de pesquisas científicas sérias mostrarem o contrário. E por falar em pesquisas, esses medicamentos que são retirados das prateleiras todos os anos, não passaram por pesquisas? Passaram. E são por essas pesquisas e experiências que o programete global diz que as plantas deveriam passar. Então como fica a situação?
Sabemos que, a contar com a metodologia aplicada nas pesquisas científicas, os resultados podem ser usados para afirmar o que se queira, como o faz a indústria farmacêutica mundial.
Uma coisa o Fantástico não mostra: os dados da Americam Medical Association apontando que morrem cerca de 170 mil pessoas nos EUA por causa da interação medicamentosa (um fenômeno produzido pelo consumo de vários remédios juntos pelo mesmo paciente), erro de tratamento e escolha errada do remédio..e por médico!
No Brasil acontece o mesmo, mas não temos estatísticas. Mesmo porque não interessa divulgar, pois somos o segundo maior consumidor de medicamentos do mundo! Também não se aponta que raras pessoas morrem devido ao uso de plantas medicinais. Não há estatística porque o número de pessoas prejudicadas pelos fitoterápicos é irrisório.
O paradoxo desse programa do Fantástico - é bom que a população saiba - é que a matéria reduz a importância das plantas (sob o pretexto de que podem fazer mal se mal utilizadas), quando o Brasil é a maior biodiversidade de plantas do mundo! E daqui saem, clandestinamente, milhões de toneladas de plantas e remédios da Amazônia.
E é bom que a população saiba também, que cerca de 40% de todos os remédios de farmácia tem como base plantas medicinais ou derivados das mesmas. Então como "não funcionam"?
Essa matéria, embora seja até útil para apontar alguns abusos e charlatanismos, da forma como aterroriza o telespectador em relação às plantas, vai na contramão das novas políticas públicas de saúde, que estão utilizando a fitoterapia na rede pública, com plantas estudadas profundamente pelo Ministério da Saúde e publicadas em manual científico.
Também está na contramão, porque existe a Portaria 971 do MS que contempla a fitoterapia e, mais do que isso, a própria Organização Mundial de Saúde (órgão máximo de saúde no mundo, muito maior do que qualquer emissora de TV), em sua nova política, recomenda aos países membros o uso de recursos mais simples, menos danosos á saúde, mais baratos, inofensivos, cientificamente comprovados e estudados, eficazes e mais identificados com a cultura milenar da humanidade, as plantas medicinais, tudo sintetizado no conceito da Medicina Tradicional.
Bem, certamente Dráuzio sabe disso e o que irrita, certamente, é ver um profissional do gabarito dele, um estudioso, estar sendo envolvido por essa situação. O magnífico trabalho dele na TV com o caso das grávidas contrasta com o atual, embora o clima do programa pareça de preocupação e de cuidado com a saúde pública.
Mas estamos diante de uma revolução nos conceitos de saúde e esse programete (não o médico) não vai mudar nada. Esse programete acabou com o confrei (lembram? e tenho pesquisas que provam o efeito dele), mas não tem poder para acabar com uma revolução na saúde, que é planetária. Afinal, assim como a saúde é maior do que a medicina, a consciência é maior do que a mídia.
E para aqueles que chamaram o Dr. Dráuzio Varella de "Mr. Magoo" da medicina, peço mais respeito, porque ele é meu colega na alopatia (também prescrevo remédios quando realmente necessários e sigo a propedêutica médica). Todos têm o direito de ter conceitos divergentes e de cometer erros, mas ele, Dráuzio, tem um lado fortemente bem intencionado, assim penso e rezo.
Dr. Marcio Bontempo
Médico há 28 anos, clínico geral, homeopata, especialista em saúde pública, membro da Associação Brasileira de Nutrologia, palestrante, consultor científico e autor de 51 livros de sucesso.
Presidente da Federação Brasileira de Medicina Tradicional, e diretor do Núcleo de Saúde da União Planetária e diretor da ONG TerraBrazil!
O Fantástico, Drauzio Varella, as plantas medicinais e o lobby da indústria farmacêutica
Dr. Marcio Bontempo
Esse programa do Fantástico com Drauzio Varella e as plantas medicinais, é apenas uma reação da indústria farmacêutica preocupada com a PNPMF - Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterapia, do Ministério da Saúde e assim eles mobilizam a mídia.
O Dráuzio talvez nem saiba que está sendo usado, porque ele faz pesquisas sérias sobre os efeitos anticancerígenos de muitas plantas. A preocupação dele é basicamente o uso irresponsável de plantas e fitoterápicos. Claro que dói ver na matéria o excesso de pressão sobre os "perigos" das plantas, inclusive a babosa.
Certamente que cuidados são necessários com as plantas, mas muito, muito, muito mais cuidados precisamos ter com os medicamentos e isso não aparece nessas matérias tendenciosas.
As autoridades sanitárias são permissivas, em sua subserviência aos interesses da indústria lobista dos remédios (que fatura 600 bilhões de dólares anualmente no mundo), pois permitem propaganda de remédios na TV, etc. Isso é ridículo, pois, até onde se sabe, propaganda é para incentivar o consumo.
E depois a propaganda termina com a frase infame: "Ao persistirem os sintomas, um médico deve ser consultado", como se um leigo soubesse quando deve exatamente procurar um médico numa situação, por exemplo, de uma dor de cabeça antiga, que pode ser um tumor em crescimento. Isso é nitidamente para proteger a indústria farmacêutica e incentivar a produção e o lucro.
Esses mesmos interesses que alimentam os cartéis no Congresso Nacional, vacinando parlamentares e financiando tanto campanhas como muitos mandatos, são aqueles que permitem aberrações, como o caso do Viagra (agora mais barato) um medicamento que pode matar, causar danos terríveis ao coração e ao cérebro (é só ler a bula), que deveria ser tarja preta, receitado apenas por médico, mas que QUALQUER UM, INCLUSIVE JÓVENS PARA AUMENTAR A PERFORMANCE SEXUAL - OS MAIORES FREGUESES DA DROGA - PODEM ADQUIRIR SEM RECEITA ALGUMA.
Por que essa situação? A resposta está na mesma esfera dos motivos que criam programas tendenciosos assim. Quero ver o Fantástico fazer uma matéria contra isso, o caso do Viagra. Não fazem! O recente escândalo do Viox, um antiinflamatório (que diga-se de passagem, intoxicava e pouco funcionava), foi lançado pela indústria farmacêutica com grande alarde, com bilhões em investimento, para depois de alguns meses sair do mercado porque estava matando gente do coração!
E todos os anos a indústria farmacêutica e a Anvisa retiram dezenas de medicamentos do mercado. Então estamos sob risco, porque a pergunta que não quer calar é: quantos dos remédios que nós médicos estamos receitando e as pessoas comprando livremente nos balcões de farmácia, ou mesmo recebendo do SUS, não serão, um dia, retirados por ter se descoberto que produzem danos.
O irônico é que muitos remédios saem de circulação e são proibidos, muitas vezes, não porque produzem danos, MAS PORQUE NÃO FUNCIONAM!!! Hilário... se não fosse triste.
E depois o programete da globo aponta que plantas não funcionam, apesar de pesquisas científicas sérias mostrarem o contrário. E por falar em pesquisas, esses medicamentos que são retirados das prateleiras todos os anos, não passaram por pesquisas? Passaram. E são por essas pesquisas e experiências que o programete global diz que as plantas deveriam passar. Então como fica a situação?
Sabemos que, a contar com a metodologia aplicada nas pesquisas científicas, os resultados podem ser usados para afirmar o que se queira, como o faz a indústria farmacêutica mundial.
Uma coisa o Fantástico não mostra: os dados da Americam Medical Association apontando que morrem cerca de 170 mil pessoas nos EUA por causa da interação medicamentosa (um fenômeno produzido pelo consumo de vários remédios juntos pelo mesmo paciente), erro de tratamento e escolha errada do remédio..e por médico!
No Brasil acontece o mesmo, mas não temos estatísticas. Mesmo porque não interessa divulgar, pois somos o segundo maior consumidor de medicamentos do mundo! Também não se aponta que raras pessoas morrem devido ao uso de plantas medicinais. Não há estatística porque o número de pessoas prejudicadas pelos fitoterápicos é irrisório.
O paradoxo desse programa do Fantástico - é bom que a população saiba - é que a matéria reduz a importância das plantas (sob o pretexto de que podem fazer mal se mal utilizadas), quando o Brasil é a maior biodiversidade de plantas do mundo! E daqui saem, clandestinamente, milhões de toneladas de plantas e remédios da Amazônia.
E é bom que a população saiba também, que cerca de 40% de todos os remédios de farmácia tem como base plantas medicinais ou derivados das mesmas. Então como "não funcionam"?
Essa matéria, embora seja até útil para apontar alguns abusos e charlatanismos, da forma como aterroriza o telespectador em relação às plantas, vai na contramão das novas políticas públicas de saúde, que estão utilizando a fitoterapia na rede pública, com plantas estudadas profundamente pelo Ministério da Saúde e publicadas em manual científico.
Também está na contramão, porque existe a Portaria 971 do MS que contempla a fitoterapia e, mais do que isso, a própria Organização Mundial de Saúde (órgão máximo de saúde no mundo, muito maior do que qualquer emissora de TV), em sua nova política, recomenda aos países membros o uso de recursos mais simples, menos danosos á saúde, mais baratos, inofensivos, cientificamente comprovados e estudados, eficazes e mais identificados com a cultura milenar da humanidade, as plantas medicinais, tudo sintetizado no conceito da Medicina Tradicional.
Bem, certamente Dráuzio sabe disso e o que irrita, certamente, é ver um profissional do gabarito dele, um estudioso, estar sendo envolvido por essa situação. O magnífico trabalho dele na TV com o caso das grávidas contrasta com o atual, embora o clima do programa pareça de preocupação e de cuidado com a saúde pública.
Mas estamos diante de uma revolução nos conceitos de saúde e esse programete (não o médico) não vai mudar nada. Esse programete acabou com o confrei (lembram? e tenho pesquisas que provam o efeito dele), mas não tem poder para acabar com uma revolução na saúde, que é planetária. Afinal, assim como a saúde é maior do que a medicina, a consciência é maior do que a mídia.
E para aqueles que chamaram o Dr. Dráuzio Varella de "Mr. Magoo" da medicina, peço mais respeito, porque ele é meu colega na alopatia (também prescrevo remédios quando realmente necessários e sigo a propedêutica médica). Todos têm o direito de ter conceitos divergentes e de cometer erros, mas ele, Dráuzio, tem um lado fortemente bem intencionado, assim penso e rezo.
Dr. Marcio Bontempo
Médico há 28 anos, clínico geral, homeopata, especialista em saúde pública, membro da Associação Brasileira de Nutrologia, palestrante, consultor científico e autor de 51 livros de sucesso.
Presidente da Federação Brasileira de Medicina Tradicional, e diretor do Núcleo de Saúde da União Planetária e diretor da ONG TerraBrazil!
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Nanotecnologia ajuda a tratar câncer de pele.
Um novo meio de transportar drogas pode ajudar a melhorar o tratamento do câncer de pele, facilitando a ação de um dos remédios usados hoje contra a doença.Trata-se de um nanocarreador -composto químico microscópico criado para conduzir a droga dentro do corpo até seu local de ação.Para se ter uma ideia de sua dimensão, um nanômetro equivale à bilionésima parte de um metro e é 50 mil vezes mais fino do que um fio de cabelo.Alguns medicamentos tópicos usados hoje contra tumores de pele se degradam facilmente. O novo sistema protege o princípio ativo do remédio, aumenta sua estabilidade, melhora a biodisponibilidade (a quantidade disponível para ser absorvida pelo organismo) e facilita a penetração na pele.O projeto vem sendo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em parceria com a Universidade de São Paulo e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.A pesquisa testou o sistema em várias moléculas, incluindo anti-inflamatórios, antibióticos e ativos cosméticos. Até aqui, os testes foram em células e em animais."Os resultados mostram que não há toxicidade e que o nanocarreador é muito promissor", afirma Natália Cerize, pesquisadora do laboratório de processos químicos e tecnologia de partículas do IPT e uma das responsáveis pelo trabalho.A tecnologia também vai possibilitar que o composto químico seja produzido em escala industrial.O sistema será apresentado em outubro na Second Conference Innovation in Drug Delivery na cidade de Aix-en-Provence, França, e está concorrendo ao Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, que tem a nanotecnologia como tema deste ano. (GC)SAIBA MAIS Disciplina já é tendência nas universidades.DE SÃO PAULOPara especialistas, a nanociência - a capacidade de manipular matéria em nível atômico e molecular- é uma tendência e afetará todos os setores.Tanto que as universidades já têm cursos de nanotecnologia. A PUC-RJ deve iniciar um em 2011.Esses profissionais, que podem ser ao mesmo tempo físicos e químicos, vão poder atuar nas mais diversas áreas, do agronegócio à medicina.As instituições que oferecem os cursos dão ênfase à multidisciplinaridade.É o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Primeiro, os alunos têm disciplinas generalistas e, depois, podem optar por física, materiais ou bionanotecnologia.Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO – SP
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Agrião ajuda a prevenir câncer de mama.
B & W Quality Growers, Inc., - O agrião, o superalimento, é agora o preventivo de câncer segundo um estudo lançado ontem no The British Journal of Nutrition, conduzido pelo Centro de Pesquisa de Câncer da Faculdade de Medicina do Southampton General Hospital no Reino Unido. Segundo achados experimentais, o consumo de uma porção de 85 gramas de agrião por participantes saudáveis que haviam recebido tratamento para câncer de mama reduziu a presença de um fator chave de crescimento de tumor de seis a oito horas após o consumo do agrião. O estudo demonstra que o agrião é tão terapêutico quanto os tratamentos com remédios tradicionais como o tamoxifeno e a herceptina, e com o consumo regular pode oferecer valiosa proteção geral contra o câncer na mama.O Dr. Nicholas Perricone, renomado especialista em geriatria, detalha o papel do agrião como anticancerígeno no seu mais recente livro, Forever Young (www.getforeveryoung.com ). Segundo o Dr. Perricone, "o agrião tem a capacidade de desligar o HIF1, um sinal enviado pelas células que pedem suprimento de sangue. Quando o HIF1 não está regulado corretamente, grupos de células pré-cancerosas normalmente inofensivas têm a oportunidade de crescer e se tornar tumores invasivos. Perricone declara, "Há anos os cientistas vêm buscando agentes de antiangiogênese pois se conseguirmos desativar o suprimento de sangue, poderemos acabar com o câncer. E parece que o agrião pode fazer isso".Fonte: NEWSWIRE DO BRASIL
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Glúten pode engordar.
Paula Takahashi Alvo de muitas dúvidas e polêmicas, o glúten, fração proteica presente em cereais como trigo, aveia, centeio e cevada (malte), está em evidência, seja pela obrigatoriedade das indústrias em informar sua presença ou ausência na embalagem dos alimentos, seja por sua mais recente associação ao ganho de peso. "Pouco se sabe sobre os efeitos da ingestão de glúten na obesidade. Por isso decidi buscar uma resposta científica para essa questão", afirma a nutricionista Fabíola Pires, autora da dissertação de mestrado da Universidade Federal de Minas Gerais “Efeitos da exclusão dietética do glúten de trigo em modelo experimental de obesidade.” Durante oito semanas, 40 camundongos foram separados em grupos e tratados com suas respectivas dietas. "Eles eram alimentados de forma idêntica, com comida rica em gorduras, como ocorre com a alimentação de obesos humanos, só que uma delas tinha glúten de trigo e a outra, não", explica Fabíola. A conclusão é de que aqueles animais que foram tratados com glúten ganharam 25% a mais de peso corporal comparados aos isentos do nutriente. "O grupo que não ingeriu glúten apresentou menor ganho de adiposidade – gordura – na região abdominal, além de melhor sensibilidade à ação da insulina, hormônio importante na manutenção de uma glicemia normal. Mas o melhor resultado foi em relação ao ganho de gordura abdominal: 33% maior nos animais que consumiram o glúten", afirma. O estudo, ainda inicial e que agora evolui para a tese de doutorado da especialista, demonstra que a retirada do glúten da dieta pode evitar o ganho de peso. “Ou seja, não ingerir os cereais que contêm essa proteína pode ter algum efeito na prevenção da obesidade e da resistência à insulina secundária a essa doença. Ainda não sabemos se o glúten se deposita nas células. O que se sabe, até o momento, é que ele possivelmente favorece a deposição de gorduras na região abdominal, mas de que forma isso ocorre é o que veremos em meu doutorado”, afirma. INTOLERÂNCIA Ainda mais preocupante que o ganho de peso é o efeito do glúten no organismo de pessoas intolerantes à fração proteica, os celíacos. De difícil diagnóstico e ainda pouco conhecida pela população, a doença é autoimune e determinada geneticamente, não é rara e pode ser compartilhada por uma a cada 214 pessoas. As frações tóxicas para quem tem intolerância ao nutriente e que o compõem são as prolaminas, que no trigo é a gliadina, da aveia, a avenina, do centeio, a secalina e, da cevada (malte), a hordeína. "Todas essas são frações tóxicas do glúten para o celíaco, mas a atenção especial deve ser dada à gliadina, que é encontrada em maior quantidade", explica a presidente da Associação dos Celíacos do Brasil da Seção de Minas Gerais (Acelbra-MG), Ângela Pereira de Abreu Diniz. A adição de glúten aos alimentos garante características que hoje são difíceis de serem substituídas por outros componentes. "Onde ele está presente, confere leveza à massa, fermentação, viscoelasticidade e retenção de umidade. Essas são propriedades da proteína de origem vegetal e natural e não algo artificial ou conservante, como pode se pensar", explica Ângela.Fonte: ESTADO DE MINAS – MG
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Sem dieta, exercícios físicos não ajudam a reverter a obesidade.
DO "THE INDEPENDENT"Quem está acima do peso e acredita que exercícios podem deixá-la magra está vivendo uma ilusão. Só uma dieta a longo prazo leva a uma perda significativa de peso, segundo um estudo divulgado na Inglaterra.A crença de que exercícios podem ser usados para combater a epidemia de obesidade está errada porque, diz o estudo, só treinos muito longos e intensos têm algum impacto sobre o peso."A única maneira de reverter a obesidade é reduzir a ingestão de comida", afirmou o professor John Speakman, da Universidade de Aberdeen, na Inglaterra."É importante que os governos percebam que, se quiserem estimular a perda de peso, é melhor divulgar práticas de alimentação saudável e não a prática de exercícios", disse Speakman.Uma em cada cinco pessoas na Inglaterra são obesas, e 61% da população está acima do peso. [No Brasil, o sobrepeso já atinge quase a metade da população.Speakman, que é diretor do instituto de ciências biológicas e ambientais em Aberdeen, apresentou suas conclusões no British Science Festival, na Inglaterra.Ele afirma que o senso comum sobre obesidade está errado, porque seus estudos mostram que os níveis de atividade física mudaram pouco nos últimos 25 anos. Já o consumo de calorias subiu um terço, para 3.500 por dia."Para perder 300 calorias de um sanduíche, uma pessoa teria que correr por uma hora. Para reduzir o peso de um obeso para níveis normais, seria necessário que ele caminhasse por quatro ou cinco horas por dia."Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO – SP
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Açúcar pode causar efeito semelhante ao da cocaína no cérebro.
DA "NEW SCIENTIST"O açúcar pode causar efeito no cérebro semelhante ao da cocaína, segundo estudos recentes realizados nos Estados Unidos. Atualmente, há evidências convincentes de que os alimentos ricos em gordura, açúcar e sal --como a maioria de junk food-- podem alterar a química do cérebro, da mesma forma como drogas altamente viciantes, como cocaína e heroína.A ideia, considerada marginal há apenas cinco anos, está rapidamente se tornando uma visão comum entre pesquisadores em razão de novos estudos. Apesar disso, os mecanismos biológicos que levam ao vício em junk food ainda não foram revelados.Alguns cientistas dizem que há dados suficientes para justificar a regulação governamental do setor de fast food e as advertências de saúde pública sobre os produtos que têm níveis perigosos de açúcar e gordura. Um advogado de campanha afirmou que pode até haver provas suficientes para organizar uma luta legal contra a indústria do fast food por vender alimentos sabidamente prejudiciais à saúde, ecoando as ações judiciais contra a indústria do tabaco nos anos 1980 e 1990."Temos que educar as pessoas sobre como seus cérebros são hipnotizados por gordura, açúcar e sal", disse David Kessler, ex-comissário da FDA (agência reguladora americana de alimentos e medicamentos) e agora diretor do Centro para Ciência no Interesse Público, com sede em Washington DC. Mas será que os doces podem ser tão prejudiciais quanto vício em drogas?Antes de haver qualquer evidência científica sobre isso, foi a indústria de perda de peso que introduziu a ideia ao público. Por exemplo, no livro "Lick the Sugar Habit", publicado em 1988, a autora Nancy Appleton, autodeclarada viciada em açúcar, ofereceu uma lista de verificação para determinar se os leitores também eram viciados em açúcar. Desde então, o conceito tornou-se banal.Em 2001, fascinado pelo fenômeno cultural emergente, os neurocientistas Nicole Avena, agora na Universidade da Flórida, em Gainesville, e Bartley Hoebel, da Universidade de Princeton, começaram a explorar a ideia de se ter uma base biológica. Eles começaram a procurar sinais de vício em animais que eram alimentados com junk food.VÍCIO EM AÇÚCARO açúcar é um ingrediente chave na maioria de junk food, por isso eles ofereceram um xarope da substância a ratos, de concentração similar ao do açúcar presente em um refrigerante comum, por cerca de 12 horas por dia. Ao mesmo tempo, outros ratos eram alimentados com água e comida normal.Depois de apenas um mês nessa dieta, os ratos desenvolveram mudanças de comportamento no cérebro, identificadas por Avena e Hoebel como idênticas às dos animais viciados em morfina. Eles ainda mostraram um comportamento ansioso quando a calda foi removida.Os pesquisadores notaram que os cérebros dos ratos liberavam o neurotransmissor dopamina cada vez que tomavam a solução de açúcar, mesmo depois de terem bebido por semanas.A dopamina conduz a busca do prazer --seja comida, drogas ou sexo. É um produto químico do cérebro vital para a aprendizagem, memória e tomada de decisão. "Eu esperava que ela fosse liberada quando eles comessem um alimento novo", afirma Avena, "não com o que eles já estavam habituados. Essa é uma das marcas da dependência de drogas.A evidência encontrada foi a primeira concreta de uma base biológica para a dependência do açúcar que inspirou uma série de estudos com animais.Os resultados estão entre as novidades mais interessantes em pesquisas de obesidade dos últimos 20 anos, de acordo com Mark Gold, autoridade internacional em estudos sobre alcoolismo e chefe do departamento de psiquiatria da Univercidade de Medicina da Flórida.Desde o estudo de Avena e Hoebel, dezenas de outras pesquisas em animais confirmaram os resultados. Mas foram os recentes estudos em humanos os responsáveis pelas evidências em favor da rotulagem de junk food como um vício.CÉREBRO VICIADOSO vício é comumente descrito como um entorpecente dos circuitos de recompensa desencadeado pelo uso excessivo de alguma droga. Isto é exatamente o que acontece no cérebro de indivíduos obesos, segundo Gene-Jack Wang, presidente do departamento médico do US Department of Energy´s Brookhaven National Laboratory, em Upton, Nova York. Em outro estudo publicado em 2001 no periódico "The Lancet", ele descobriu uma deficiência de dopamina no estriado do cérebro de indivíduos obesos que era praticamente idêntico ao dos dependentes de drogas.Fonte: FOLHA ON LINE
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Diagnóstico de deficit de atenção
O transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), distúrbio que prejudica o aprendizado de crianças, tem provocado intensa polêmica no meio médico.
Segundo estimativas publicadas pela ABDA (Associação Brasileira de Deficit de Atenção), cerca de 5% dos jovens são portadores do distúrbio, mas um grupo de especialistas critica o que chama de "superdiagnóstico da doença" e as formas de lidar com os sintomas.
Convidado para um simpósio internacional sobre TDAH realizado neste mês pela Universidade Federal de São Paulo, o psicólogo Joseph Sergeant, da Universidade Vrije, Holanda, afirma que o transtorno deve ser tratado o mais rápido possível.
"Um jovem portador de TDAH que não desenvolveu todos os seus potenciais por falta de tratamento pode nunca atingir objetivos como ingressar numa universidade", afirma.
Sergeant diz que os médicos são mal preparados para detectar o transtorno. "A medicina é setorizada e o transtorno é multifatorial. Não há especialidade que domine todas as áreas envolvidas no problema."
Editoria de Arte/Folhapress
SUPERDIAGNÓSTICOS
Para Marilene Proença, conselheira-presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o problema é outro. Ela diz que há uma "onda de superdiagnósticos" em curso, "feitos de forma subjetiva e sem comprovação científica".
Segundo a psicóloga, muitos dos sintomas atribuídos ao transtorno, como agitação, distração e dificuldade de planejamento, são respostas da criança ao ambiente ou até uma inadequação aos métodos de ensino da escola.
Maria Aparecida Moysés, professora de pediatria da Unicamp, engrossa o coro: "Eu não estou nem mesmo convencida de que [o TDAH] seja uma doença. Não há nenhuma comprovação neurológica disso", afirma.
Mas, para um grupo considerável de psiquiatras, não se pode duvidar da existência do distúrbio e nem mesmo desprezar seus sinais.
O psicólogo holandês Sergeant afirma que o diagnóstico correto não leva em conta só a presença dos sintomas, mas o quanto eles prejudicam a vida da pessoa.
"Há pesquisas indicando que portadores do transtorno têm tendência de se tornar alcoólatras ou se envolver com drogas e criminalidade."
Para Maria Conceição do Rosário, professora de psiquiatria da Unifesp, as posições contrárias à caracterização da doença não passam de escolhas políticas: "Existem mais de 17.000 artigos científicos publicados sobre o transtorno. Não dá pra dizer que não existe".
SUBMISSÃO QUÍMICA
Raul Gorayeb, colega de Rosário no Departamento de Psiquiatria da Unifesp, discorda dessa opinião.
"A atenção das pessoas varia conforme o interesse delas e querer transformar isso no diagnóstico de uma doença é um absurdo", afirma.
Gorayeb vê problemas na prescrição da Ritalina, remédio usado no tratamento do transtorno, que pode ter efeitos colaterais graves: "O metilfenidato [componente da Ritalina] é derivado da anfetamina, tem todos os efeitos da anfetamina".
Sergeant rebate: "A medicação não é a única forma possível de tratamento, mas em casos mais severos, é a mais recomendada".
A pediatra Maria Aparecida Moysés vê na medicação uma forma de controlar as crianças: "Aqueles que têm comportamentos diferentes passam a ser contidos, nem que seja quimicamente", diz.
Segundo ela, os efeitos dos remédios nas crianças são, na verdade, reações adversas a eles: "A criança fica tranquila, quieta, presta atenção, mas isso é sinal de toxicidade da medicação e não um efeito terapêutico".
Para Rosário, da Unifesp, não é possível desprezar os fatores biológicos do transtorno, ainda que o ambiente exerça influência sobre o comportamento da criança.
Fonte: Folha online
Segundo estimativas publicadas pela ABDA (Associação Brasileira de Deficit de Atenção), cerca de 5% dos jovens são portadores do distúrbio, mas um grupo de especialistas critica o que chama de "superdiagnóstico da doença" e as formas de lidar com os sintomas.
Convidado para um simpósio internacional sobre TDAH realizado neste mês pela Universidade Federal de São Paulo, o psicólogo Joseph Sergeant, da Universidade Vrije, Holanda, afirma que o transtorno deve ser tratado o mais rápido possível.
"Um jovem portador de TDAH que não desenvolveu todos os seus potenciais por falta de tratamento pode nunca atingir objetivos como ingressar numa universidade", afirma.
Sergeant diz que os médicos são mal preparados para detectar o transtorno. "A medicina é setorizada e o transtorno é multifatorial. Não há especialidade que domine todas as áreas envolvidas no problema."
Editoria de Arte/Folhapress
SUPERDIAGNÓSTICOS
Para Marilene Proença, conselheira-presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o problema é outro. Ela diz que há uma "onda de superdiagnósticos" em curso, "feitos de forma subjetiva e sem comprovação científica".
Segundo a psicóloga, muitos dos sintomas atribuídos ao transtorno, como agitação, distração e dificuldade de planejamento, são respostas da criança ao ambiente ou até uma inadequação aos métodos de ensino da escola.
Maria Aparecida Moysés, professora de pediatria da Unicamp, engrossa o coro: "Eu não estou nem mesmo convencida de que [o TDAH] seja uma doença. Não há nenhuma comprovação neurológica disso", afirma.
Mas, para um grupo considerável de psiquiatras, não se pode duvidar da existência do distúrbio e nem mesmo desprezar seus sinais.
O psicólogo holandês Sergeant afirma que o diagnóstico correto não leva em conta só a presença dos sintomas, mas o quanto eles prejudicam a vida da pessoa.
"Há pesquisas indicando que portadores do transtorno têm tendência de se tornar alcoólatras ou se envolver com drogas e criminalidade."
Para Maria Conceição do Rosário, professora de psiquiatria da Unifesp, as posições contrárias à caracterização da doença não passam de escolhas políticas: "Existem mais de 17.000 artigos científicos publicados sobre o transtorno. Não dá pra dizer que não existe".
SUBMISSÃO QUÍMICA
Raul Gorayeb, colega de Rosário no Departamento de Psiquiatria da Unifesp, discorda dessa opinião.
"A atenção das pessoas varia conforme o interesse delas e querer transformar isso no diagnóstico de uma doença é um absurdo", afirma.
Gorayeb vê problemas na prescrição da Ritalina, remédio usado no tratamento do transtorno, que pode ter efeitos colaterais graves: "O metilfenidato [componente da Ritalina] é derivado da anfetamina, tem todos os efeitos da anfetamina".
Sergeant rebate: "A medicação não é a única forma possível de tratamento, mas em casos mais severos, é a mais recomendada".
A pediatra Maria Aparecida Moysés vê na medicação uma forma de controlar as crianças: "Aqueles que têm comportamentos diferentes passam a ser contidos, nem que seja quimicamente", diz.
Segundo ela, os efeitos dos remédios nas crianças são, na verdade, reações adversas a eles: "A criança fica tranquila, quieta, presta atenção, mas isso é sinal de toxicidade da medicação e não um efeito terapêutico".
Para Rosário, da Unifesp, não é possível desprezar os fatores biológicos do transtorno, ainda que o ambiente exerça influência sobre o comportamento da criança.
Fonte: Folha online
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Soníferos e remédios para ansiedade aumentam risco de mortalidade.
“Esses remédios não são balinhas. Tomá-los é extremamente perigoso”, alerta pesquisadora.Tomar remédios contra insônia e ansiedade pode aumentar o risco de mortalidade. Segundo um estudo publicado no Canadian Journal of Psychiatry, esses medicamentos afetam a noção de tempo, o sistema respiratório, o estado alerta e até a coordenação motora, o que pode causar acidentes graves. Por inibirem o sistema nervoso central e afetarem o julgamento, essas drogas também podem elevar as chances de o paciente cometer suicídio.Coordenada pela professora Genevière Belleville, da Escola de Psicologia da Universidade Laval, no Canadá, a pesquisa tomou como base informações registradas de 14.000 canadenses, entre 18 e 102 anos. No período, 15,7% das pessoas que tomavam algum desses remédios morreram, contra 10,5% das que não tomavam. Depois de isolar características comportamentais - como consumo de álcool, fumo e depressão - conclui-se que os soníferos e ansiolíticos aumentam em 36% o risco de mortalidade.“Esses remédios não são balinhas. Tomá-los é extremamente perigoso”, alerta Genevière. Segundo a pesquisadora, há opções mais seguras já reconhecidas pela medicina, como tratamentos cognitivos comportamentais. "Esses tratamentos têm se mostrado eficazes e precisam ser apresentados aos pacientes como uma alternativa à medicação", enfatiza.Fonte: VEJA ON LINE
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Remédio no rosto para depressão
Reduzir o uso de remédios e atenuar os sintomas da depressão é o que promete um método criado por cientistas americanos da Universidade da Califórnia. A descoberta pode facilitar o tratamento de milhares de pessoas que sofrem com os efeitos colaterais dos medicamentos – como disfunção sexual, fadiga, sonolência, aumento de peso e náuseas. O que os pesquisadores propõem é trocar parte dos comprimidos pela estimulação diária dos nervos trigêmeos, tornando o tratamento mais rápido. Esses nervos, localizados na face, serviriam como uma espécie de ponte para os estímulos elétricos, transmitindo-os às regiões do cérebro afetadas pela depressão. Seriam, assim, capazes de compensar os sinais neuronais irregulares, permitindo que o cérebro retorne à sua atividade normal, cessando os efeitos da doença.As pesquisas ainda estão no início. O tratamento já foi testado em cinco voluntários, que, por oito semanas, usaram o aparelho diariamente na hora de dormir. Os primeiros resultados mostraram a redução em 70% dos sintomas da depressão. “Fizemos o procedimento em pacientes com depressão clínica, nos quais os antidepressivos não conseguiam reverter o quadro”, explicou à ISTOÉ o médico Ian Cook, coordenador do estudo. “Ainda é experimental, mas acreditamos que já possa ser usado como um tratamento complementar.” O próximo passo da equipe comandada por Cook é recrutar mais pacientes para obter dados mais sólidos sobre os efeitos da estimulação do nervo trigêmeo.A aposta na estimulação de re giões do cérebro para reequilibrar a atividade neuronal não é nova. No mundo todo, já há terapias baseadas na geração de campos magnéticos sobre as áreas afetadas. No Brasil, um dos pesquisadores que desenvolvem o método é Marco Antônio Marcolin, que coordena o grupo de estimulação magnética transcraniana do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. “Já existia um método no qual se colocava o eletrodo dentro do cérebro para se regular os circuitos neuronais. Esses novos tratamentos são uma opção não invasiva e por isso mais segura de se fazer isso”, considera Marcolin.A própria Organização Mundial da Saúde considera prioritária a criação de novas formas de tratamento para a depressão. De acordo com o organismo internacional, há hoje 121 milhões de pessoas com a doença no mundo – número superior à população do México. Desse total, 25% não têm o tratamento necessário para o controle da enfermidade, seja por falta de assistência médica adequada, seja pela ineficiência dos medicamentos ou da psicoterapia.Fonte: ISTO É
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Grãos integrais em excesso
Tendência atual e crescente no mercado, os produtos a base de grãos integrais nem sempre foram desejados. E, sim, seu consumo em excesso pode trazer prejuízos à saúde de algumas pessoas, diz o cientista de alimentos Jayme Farfan, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas.
Quando há consumo em excesso, os fitatos, substâncias presentes nas fibras dos integrais, principalmente os crus, podem reduzir a absorção de minerais como zinco, ferro, cálcio. Nos anos 60, estudos apontaram relação entre o consumo excessivo de integrais e a redução do crescimento de crianças. "Considerou-se os fitatos inimigos da boa nutrição", explica Farfan, que defende que principalmente idosos e crianças podem ser afetados se houver consumo em excesso. Nos anos 80, no entanto, pouco a pouco os produtos integrais voltaram a ter importância na Europa, a partir de estudos que mostraram sua importância para o aporte de fibras e vitaminas E e B, entre outros nutrientes, aproveitando a onda de alimentos que prometem melhorar a saúde.
"O idoso tem absorção reduzida e, se consumir em excesso, pode perder cálcio", diz Farfan, que também defende uma regulamentação para os integrais. "Não há padrão de identificação", afirma. "O consumidor acha que consumiu o suficiente e pode não ter consumido nada", alerta Alícia de Francisco, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Obstáculos. Alícia diz que as empresas têm dificuldade para fabricar produtos integrais porque isso exige investimento em novas máquinas. Além disso, produtos realmente integrais duram menos nas prateleiras, explica. FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Quando há consumo em excesso, os fitatos, substâncias presentes nas fibras dos integrais, principalmente os crus, podem reduzir a absorção de minerais como zinco, ferro, cálcio. Nos anos 60, estudos apontaram relação entre o consumo excessivo de integrais e a redução do crescimento de crianças. "Considerou-se os fitatos inimigos da boa nutrição", explica Farfan, que defende que principalmente idosos e crianças podem ser afetados se houver consumo em excesso. Nos anos 80, no entanto, pouco a pouco os produtos integrais voltaram a ter importância na Europa, a partir de estudos que mostraram sua importância para o aporte de fibras e vitaminas E e B, entre outros nutrientes, aproveitando a onda de alimentos que prometem melhorar a saúde.
"O idoso tem absorção reduzida e, se consumir em excesso, pode perder cálcio", diz Farfan, que também defende uma regulamentação para os integrais. "Não há padrão de identificação", afirma. "O consumidor acha que consumiu o suficiente e pode não ter consumido nada", alerta Alícia de Francisco, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Obstáculos. Alícia diz que as empresas têm dificuldade para fabricar produtos integrais porque isso exige investimento em novas máquinas. Além disso, produtos realmente integrais duram menos nas prateleiras, explica. FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Coquetel de vitamina B pode ´retardar´ Alzheimer
Um novo estudo publicado na revista especializada "Public Library of Science One" sugere que altas doses de vitaminas B podem reduzir pela metade o ritmo do encolhimento do cérebro em pessoas com alguns sinais de Alzheimer.O encolhimento do cérebro é um dos sintomas da debilidade cognitiva leve que pode ser um dos indicadores iniciais de demência.Os pesquisadores da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, afirmam que a descoberta pode ser um passo importante na busca por formas de retardar os efeitos do Alzheimer.De acordo com especialistas, o resultado da pesquisa é importante, mas são necessários mais estudos.Declínio mentalA pesquisa avaliou 168 pacientes que sofriam, em algum nível, do declínio mental conhecido como debilidade cognitiva leve.A condição - marcada por pequenos lapsos de memória e problemas de linguagem - vai além do que é considerado "normal" no processo de envelhecimento e pode ser um indicativo do desenvolvimento de Alzheimer ou outras formas de demência.Metade dos voluntários recebeu um comprimido diário contendo níveis de ácido fólico, vitamina B6 e B12 acima da dose diária recomendada. A outra metade recebeu um placebo.Depois de dois anos, os pesquisadores mediram o ritmo de encolhimento do cérebro dos pacientes.O cérebro de uma pessoa com mais de 60 anos encolhe, em média, a um ritmo de 0,5% ao ano. O cérebro das pessoas que sofrem de debilidade cognitiva leve encolhe a um ritmo duas vezes mais rápido. Nos pacientes de Alzheimer, este ritmo chega a 2,5% ao ano.A equipe de pesquisadores de Oxford concluiu que, em média, o encolhimento do cérebro dos pacientes que tomaram o complemento vitamínico ocorreu a um ritmo 30% mais lento.Em alguns casos, este ritmo chegou a ser mais do que 50% mais lento, fazendo com que sua atrofia cerebral fosse equivalente a de uma pessoa sem qualquer debilidade cognitiva.´Protegendo o cérebro´Algumas vitaminas B - ácido fólico, vitamina B6 e B12 - controlam os níveis da substância conhecida com homocisteína no sangue. Altos níveis de homocisteína são associados ao encolhimento mais rápido do cérebro e ao Alzheimer.Os autores do estudo sugerem que os efeitos da vitamina B sobre os níveis de homocisteína ajudaram a reduzir o ritmo de encolhimento do cérebro.Segundo o autor do estudo, David Smith, os resultados foram mais significativos do que os cientistas esperavam."É um efeito maior do que o previsto", disse ele."Essas vitaminas estão fazendo algo pela estrutura do cérebro - estão protegendo-a, e isso é muito importante porque precisamos proteger o cérebro para evitar o Alzheimer."Smith afirmou, no entanto, que são necessárias mais pesquisas para determinar se as altas doses de vitamina B realmente evitam o desenvolvimento de Alzheimer em pacientes com debilidade cognitiva leve.As vitaminas B são encontradas normalmente em vários alimentos, inclusive carne, peixe, ovos e verduras.Especialistas, no entanto, afirmam que ninguém deve sair tomando doses mais altas do que as recomendadas depois deste estudo, já que também há outros riscos para a saúde. Fonte: G1
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Envelhecimento é doença controlável
O envelhecimento não é natural, e sim uma doença que precisa ser combatida, para a dermatologista americana Zoe Diana Draelos. A vice-presidente da Academia Americana de Dermatologia participou, no último final de semana, de congresso de dermatologia, no Rio.
Efeito de antioxidantes não é consenso entre especialistas
Cecília Acioli/Folhapress
A dermatologista norte-americana Zoe Draelos falou sobre envelhecimento em congresso no Rio de Janeiro
Em entrevista à Folha, ela contou o que a faz crer ser possível retardar os efeitos do tempo e deu sua receita.
Folha - Por que a senhora acredita que o envelhecimento não é um processo natural?
Zoe Diana Draelos - Há pessoas de 80 anos que pensam claramente e outras que, aos 60, o cérebro já não funciona. Alguns acreditam que seja por causa dos genes. Há verdade aí, mas também passa pela forma como você se alimenta e cuida do corpo.
Neste ano, foi publicado um estudo com dois macacos de meia-idade. Um recebeu toda a comida que quis e o outro, 30% menos. O que recebeu menos comida ficou com mais cabelo, músculos e ossos mais fortes, maior capacidade de ficar ereto e mais mentalmente ativo do que o que estava acima do peso. O envelhecimento pode ser controlado pelo jeito que nos cuidamos. Envelhecer não é algo natural, é uma doença.
Se é uma doença, porque acomete todo mundo?
Uma das razões é que, conforme o tempo passa, o DNA é danificado. Quando o sol atinge a pele, a melanina no topo da célula muda de cor, o que protege o núcleo, onde está o DNA. Por isso, as pessoas de compleição mais escura, com muita melanina, não aparentam ser tão velhas quanto as claras. O DNA delas não é tão danificado, a melanina absorve a energia.
Outra razão é que o corpo produz hormônios, e para isso precisa de algumas matérias-primas como a vitamina D. Com o passar do tempo, a pele não já produz tanta vitamina D. Talvez algumas substâncias precisem, então, ser ingeridas na dieta, em maiores concentrações.
Como evitar que a doença da velhice se desenvolva?
Apesar de ser possível retardar, é impossível deter. Só que, para ser um idoso saudável, é preciso aprender a ser um jovem saudável.
Qual a receita?
Sol, só antes das 10h e após as 15h. E há substâncias que, aplicadas na pele, previnem o dano oxidativo [destruição de estruturas celulares por radicais livres]. Chá verde, mirtilo, framboesa e amora são ricos em polifenóis e antocianinas, antioxidantes recém-descobertos.
Além disso, uma dieta saudável é comer algo de cada cor todo dia. A cor de cada fruta e vegetal indica a presença de antioxidantes e vitaminas diferentes.
Outra coisa é não ficar acima do peso e controlar o açúcar. Quem tem nível muito alto de glicose no sangue envelhece mais. O açúcar se liga às proteínas e faz com que elas não funcionem.
Isso evita também o envelhecimento dos órgãos internos?
Sim. A glicose também se liga à proteína do coração e faz com que ele não consiga mais bombear como antes. Não é possível ter pele ótima e órgãos internos horríveis, e nem ter pele horrível e órgãos internos ótimos. O corpo todo envelhece junto. FONTE: FOLHA ONLINE
Efeito de antioxidantes não é consenso entre especialistas
Cecília Acioli/Folhapress
A dermatologista norte-americana Zoe Draelos falou sobre envelhecimento em congresso no Rio de Janeiro
Em entrevista à Folha, ela contou o que a faz crer ser possível retardar os efeitos do tempo e deu sua receita.
Folha - Por que a senhora acredita que o envelhecimento não é um processo natural?
Zoe Diana Draelos - Há pessoas de 80 anos que pensam claramente e outras que, aos 60, o cérebro já não funciona. Alguns acreditam que seja por causa dos genes. Há verdade aí, mas também passa pela forma como você se alimenta e cuida do corpo.
Neste ano, foi publicado um estudo com dois macacos de meia-idade. Um recebeu toda a comida que quis e o outro, 30% menos. O que recebeu menos comida ficou com mais cabelo, músculos e ossos mais fortes, maior capacidade de ficar ereto e mais mentalmente ativo do que o que estava acima do peso. O envelhecimento pode ser controlado pelo jeito que nos cuidamos. Envelhecer não é algo natural, é uma doença.
Se é uma doença, porque acomete todo mundo?
Uma das razões é que, conforme o tempo passa, o DNA é danificado. Quando o sol atinge a pele, a melanina no topo da célula muda de cor, o que protege o núcleo, onde está o DNA. Por isso, as pessoas de compleição mais escura, com muita melanina, não aparentam ser tão velhas quanto as claras. O DNA delas não é tão danificado, a melanina absorve a energia.
Outra razão é que o corpo produz hormônios, e para isso precisa de algumas matérias-primas como a vitamina D. Com o passar do tempo, a pele não já produz tanta vitamina D. Talvez algumas substâncias precisem, então, ser ingeridas na dieta, em maiores concentrações.
Como evitar que a doença da velhice se desenvolva?
Apesar de ser possível retardar, é impossível deter. Só que, para ser um idoso saudável, é preciso aprender a ser um jovem saudável.
Qual a receita?
Sol, só antes das 10h e após as 15h. E há substâncias que, aplicadas na pele, previnem o dano oxidativo [destruição de estruturas celulares por radicais livres]. Chá verde, mirtilo, framboesa e amora são ricos em polifenóis e antocianinas, antioxidantes recém-descobertos.
Além disso, uma dieta saudável é comer algo de cada cor todo dia. A cor de cada fruta e vegetal indica a presença de antioxidantes e vitaminas diferentes.
Outra coisa é não ficar acima do peso e controlar o açúcar. Quem tem nível muito alto de glicose no sangue envelhece mais. O açúcar se liga às proteínas e faz com que elas não funcionem.
Isso evita também o envelhecimento dos órgãos internos?
Sim. A glicose também se liga à proteína do coração e faz com que ele não consiga mais bombear como antes. Não é possível ter pele ótima e órgãos internos horríveis, e nem ter pele horrível e órgãos internos ótimos. O corpo todo envelhece junto. FONTE: FOLHA ONLINE
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Antidiabético oferece esperança na luta contra o câncer de pulmão
DA REDAÇÃO - O antidiabético metformina reduz singificativamente a frequência do câncer de pulmão em ratos de laboratório expostos a um derivado da nicotina, elemento cancerígeno do tabaco, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela Associação para a Pesquisa do Câncer dos Estados Unidos.As cobaias que receberam o medicamento por via oral registraram um índice entre 40 e 50% a menos de tumores, enquanto que nos que foram tratados com injeção, o risco de câncer caiu 72%, segundo os cientistas envolvidos na pesquisa.O estudo mostrou que a metformina ativa uma enzima produzida pelas moléculas dos antibióticos que neutralizam uma proteína chamada mTOR, que tem um papel-chave no crescimento e sobrevivência das células do câncer de pulmão, explicou o dr. Philip Dennis, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, principal autor do trabalho.Agora estão previstos testes clínicos para determinar se o medicamento contra diabetes pode ser utilizado como quimiopreventivo para os fumantes com alto risco de desenvolver câncer de pulmão."Os estudos epidemiológicos realizados antes revelam que os diabéticos que tomavam metformina têm risco menor de desenvolver câncer", afirmou o dr. Jeffrey Engelman, diretor do Centro de Pesquisa sobre o Câncer do Hospital Geral de Massachusetts."Nessa pesquisa com ratos, os investigadores controlaram cuidadosamente a glucose, o que sugere que o efeito da metformina pode ser observado além da população diabética", observou.O câncer de pulmão é o mais mortal de todos os tipos de câncer e o que mais se expande no mundo, com mais de 12 milhões de casos novos a cada ano, e uma mortalidade anual de cerca de 8 milhões de pessoas.A metformina é utilizada frequentemente para tratar a diabetes do tipo 2. Fonte: JORNAL DO BRASIL – RJ
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Médicos recomendam dieta variada e equilibrada para se ter boa saúde
A ordem é clara: ter uma dieta saudável e equilibrada para gozar de boa saúde. Mas, além disso, a nutrição oferece cada vez mais ferramentas (genética, alimentos funcionais, análises) para obtê-la, enquanto se prepara o terreno para o debate, porque nem tudo vale na hora de sentar-se para comer. O complicado é saber do que cada um precisa e que direção tomar no labiríntico caminho da alimentação. Os especialistas falam em uma nutrição "à la carte", feita na medida de cada pessoa e que inclusive possa prevenir doenças.Cada vez se detectam mais intolerâncias e alergias aos alimentos, e os sites da web oferecem dietas e análises que se apresentam como a panaceia para detectar componentes prejudiciais ao organismo. Além disso, fazer compras se transformou em uma tarefa titânica quando se busca o leite de sempre entre os que têm isoflavonas, ômega 3, soja, não têm lactose ou são enriquecidos com cálcio, porque proliferam os produtos que são vendidos como se fossem remédios.O objetivo é otimizar a saúde. Os alimentos funcionais, aqueles que vão além de seu valor nutricional e têm composições para emagrecer, reduzir o colesterol ou reforçar as defesas, estão na ordem do dia porque ajudam a minimizar os riscos de doenças como as cardiovasculares ou o excesso de colesterol. Esses produtos devem ser regulamentados pelas autoridades de segurança alimentar.Os especialistas falam na nutrição personalizada como o futuro para tratar e prevenir o surgimento de doenças. A genética está no discurso de nutricionistas, endocrinologistas e alergologistas como a base que permitirá individualizar a dieta e os nutrientes de que cada pessoa necessita em função de seus genes. "As instituições vêm funcionando com guias alimentares, quer dizer, recomendações de nutrição básica para a população, mas é preciso dar um passo na direção da nutrição personalizada. Cada pessoa tem sua própria história individual, médica e ambiental. Isto obriga a que, segundo critérios genéticos, cada pessoa receba uma alimentação específica, explica Alfredo Martínez, catedrático de nutrição na Universidade de Navarra e coordenador do Congresso Internacional da Sociedade de Nutrigenética e Nutrigenômica (ISNN), que se realizará em novembro em Pamplona.Essa visão é otimista demais para Susana Monereo, endocrinologista do Hospital de Getafe, em Madri. A especialista não duvida de que haverá um dia em que uma análise genética permitirá saber o que é ruim para cada pessoa, mas acredita que essa ciência ainda está nos primórdios. "Quem mais trabalhou sobre isso é o espanhol José María Ordovás, que descobriu, por exemplo, que há grupos para os quais a dieta mediterrânea não cai tão bem."Outra coisa são as alergias e as intolerâncias, que se transformam em marcadores diferenciais que fazem que a alimentação de uns e outros seja diferente. Detectá-las está permitindo que as pessoas melhorem sua saúde. Representam quase 10% das consultas de alergologia na Espanha. As alergias são reações adversas a algum componente dos alimentos (uma proteína, um ácido graxo). O alérgeno (causador da alergia) provoca uma série de reações em cadeia no sistema imunológico, entre as quais a produção de anticorpos imunoglobulinas IgE, que se traduzem em reações imediatas que causam danos ou inflamação e se manifestam na pele. Por outro lado, a intolerância alimentar afeta o metabolismo mas não o sistema imunológico e tem uma base genética. A intolerância à lactose, que atinge 15% da população espanhola, é a mais frequente. Segundo a Clínica Universitária de Navarra, cada vez há mais pessoas sensíveis a diversos grupos de alimentos vegetais. "As dúvidas que surgem nesses casos é que alimentos podem comer com segurança e quais devem evitar. Uma restrição ampla pode colocar dúvidas sobre o valor nutricional da dieta e a possibilidade de que apareçam deficiências vitamínicas", indicam fontes médicas.Na maioria das vezes é difícil saber qual dos alimentos é o causador de uma reação alérgica; em crianças, os mais habituais são o ovo, o leite e o peixe. Os alergologistas da Clínica Universitária de Navarra estão utilizando, além dos testes cutâneos habituais, uma análise genética para medir as imunoglobulinas IgE. "São microchips com uma superfície sólida à qual se une uma série de fragmentos de DNA. Com a base do genoma podem-se ver as mutações genéticas que fazem que as pessoas utilizem de forma diferente os nutrientes", explica Martínez. Esses testes genéticos são caros e ainda não estão ao alcance de todos os pacientes, mas a confiabilidade é muito alta.Entre as alergias do tipo IgE (imediatas) e as intolerâncias há outra série de alergias difíceis de classificar, que se encontram em uma espécie de limbo e que intrigam médicos e pacientes, mas que estão permitindo saber mais sobre as enfermidades. São anticorpos de imunoglobulinas IgG, reações imunológicas também, mas de efeito retardado, já que podem se manifestar até 72 horas depois do consumo de produtos alérgenos. Muitas pessoas que recebem os resultados negativos de IgE (alergia instantânea) podem ter níveis altos de alergias IgG, sem suspeitar da gravidade do problema. Os sintomas dessas alergias retardadas aparecem sem causa óbvia e podem ser físicos, psicológicos e neurológicos.George Mouton é um médico funcional belga especializado nesse tipo de alergias alimentares. Viaja duas vezes por mês para Madri para dar consultas em um centro de homeopatia e em outros dois dias atende na Hale Clinic de Londres. Mouton acredita que cada pessoa precisa de uma nutrição personalizada, "porque as mesmas dietas não servem para todas". Em seu consultório passam muitos pacientes com problemas digestivos que tiveram resultado negativo nos testes de intolerância e alergias, no entanto têm anticorpos IgG. Segundo o médico, esses pacientes melhoram quando lhes tiram temporariamente os lácteos e depois os consomem em pequenas quantidades. "A medicina funcional se preocupa justamente com esses pacientes que não parecem sofrer alergia ou intolerância porque o diagnóstico deu negativo, mas não estão bem e têm disfunções complicadas de detectar", explica o médico de família que há 12 anos combina a medicina tradicional com a funcional.Cada vez mais as alergias e intolerâncias alimentares são relacionadas a certas doenças autoimunes, em que o organismo ataca seus próprios tecidos (como a artrite reumatóide, a esclerose lateral amiotrófica ou a doença de Crohn). Os pacientes então optam por combinar os tratamentos médicos tradicionais com a medicina funcional. Essa combinação de tratamentos é mais difundida na Europa e começa a aparecer na Espanha.É o caso de uma menina de 11 anos que foi diagnosticada em março com artrite reumatóide. Seus pais, depois de consultar diversos especialistas, decidiram combinar o tratamento com medicina tradicional e funcional. O Hospital Menino Jesus de Madri lhe aplica um medicamento chamado metotrexato, mas ao mesmo tempo a paciente frequenta um médico funcional para seguir o tratamento à base de oligoelementos (ferro, cobre, iodo, manganês, selênio, zinco, entre outros). "Depois de uma análise, foram detectadas alergia a ovo, a leite animal e a glúten. Desde que parou de consumir esses alimentos, temporariamente, encontra-se muito melhor. Creio que foi interessante combinar os dois tratamentos", explica sua mãe.As análises sobre alergias são apresentadas como mais uma ferramenta para personalizar a alimentação e melhorar a saúde. As pessoas se questionam se funcionam realmente ou se servem para emagrecer. O que está acontecendo com o Alcat, um dos testes mais conhecidos, que diz medir a tolerância a uma centena de nutrientes? A controvérsia em torno desse tipo de análise é enorme. Muitos médicos a criticam, afirmando que não existem dados científicos que confirmem sua eficácia em médio e longo prazo. "Segundo as sociedades científicas em nível mundial, esse tipo de análise não é válido, muito menos para dietas de emagrecer, como muita gente acredita", indica Joaquín Sastre, chefe do serviço de alergologia da Fundação Jimenez Díaz de Madri.A maioria dos especialistas consultados duvida da eficácia do Alcat. "Esse tipo de teste é mais comercial, fizeram muito marketing e está na boca de todo mundo. Talvez resolva alguns casos, mas muitos outros não. Não é a panaceia, certamente", concorda Amelia Martí, professora e pesquisadora em obesidade no Departamento de Ciências da Alimentação, Fisiologia e Toxicologia da Universidade de Navarra.Entre os defensores do Alcat está Gloria Aldaz. Essa mulher de 50 anos decidiu há nove fazer o teste porque tinha digestão muito ruim e queria perder peso. "Decidi experimentá-lo porque muita gente me havia falado e me animei. Saiu intolerância a azeitonas e azeite, a leite de vaca, aveia, pêssegos, todos os levedos, trigo, amendoim e milho." Ela deixou de comer esses alimentos durante um ano e depois os foi introduzido aos poucos. Aldaz conta que experimentou uma melhora em sua saúde: "Melhor digestão, mais vitalidade e emagreci". Além disso, essa mulher é alérgica a ovo e carne, o que foi detectado quando nasceu sua sobrinha, que tinha alergia a quase todos os alimentos.Intolerância, genética e analíticas à parte, os nutricionistas sabem que a saúde é uma das maiores preocupações da população e que para isso é preciso mudar os hábitos alimentares. "O grande problema é que as pessoas buscam soluções rápidas e fáceis de seguir, e isso em nutrição é muito difícil", conclui Susana Santiago, especialista em nutrição no ciclo vital da Universidade de Navarra.Nisso, Susana Monereo é taxativa: "Há dietas recomendadas para as grandes síndromes, como as doenças cardiovasculares ou o câncer. Inclusive para a deterioração cognitiva (comer muitas frutas vermelhas e secas). Mas a preocupação por esses assuntos em pessoas saudáveis é excessiva", afirma. Por isso insiste no que chama - e quase se podem ouvir as maiúsculas - "A Dieta: comer pouco, bom e variado, com poucas gorduras e açúcares". O de sempre? "Até hoje é o que funciona melhor em geral." Fonte: UOL SAÚDE
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Clima seco aumenta os casos de virose
Surtos de virose provocados pelo clima seco na região de Ribeirão neste inverno aumentaram os atendimentos em unidades de saúde.Em Franca, em agosto, cerca de 8.000 pessoas procuraram o Pronto-Socorro Dr. Janjão e os hospitais Regional e São Joaquim com náusea, vômito e diarreia.Já em Olímpia, houve aumento de 150% nos atendimentos semanais de pessoas com os mesmos sintomas.Em Ribeirão Preto, a situação é parecida. Segundo o diretor do Departamento de Atenção à Saúde, Wadis Gomes da Silva, houve aumento no atendimento nos postos de saúde, principalmente de crianças e de idosos com vômito, diarreia e febre."O tempo mais frio e seco favorece a circulação e o maior contágio de vírus como o rotavírus e o novovírus. Além disso, temos tido o dia de calor intenso e a madrugada mais fria. Essa situação altera o sistema imunológico."A dona de casa Salete Baltazar, 44, foi com a filha Natalie, 10, ontem na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) da Vila Virgínia, pois a menina estava com vômitos e mal-estar."Estou dando muita água e soro caseiro para ela, mas fico preocupada porque ela está com muito vômito. Essa época do ano é muito difícil para as crianças."Em Araraquara, o número de atendimentos subiu cerca de 40% na última semana, passando de 640 para mais de 900. Desse total, cerca de 70% diziam respeito a pessoas com sintomas como náusea, vômito e diarreia.De acordo com o secretário da Saúde de Araraquara, Emerson Carlos, a prefeitura não pretende implantar nenhum programa especial em decorrência dos problemas causados pelo clima seco.MENINGITEA Secretaria da Saúde de Ribeirão apura como suspeita de meningite a morte de uma mulher de 68 anos no Hospital das Clínicas.A aposentada Elisalda Bento Delaespore morava em Jurucê, distrito de Jardinópolis, e deu entrada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas no último dia 26.Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Delaespore chegou em estado grave e no dia seguinte foi internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva). Ela morreu às 20h40 de anteontem.Os resultados dos exames devem sair ainda nesta semana. Se confirmado, será o 11º casos de morte por meningite na região neste ano Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO – SP
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