Hepatite: a doença é caracterizada por uma inflamação do fígado, que pode ser causada por infecções (virais, bactérias), pelo uso de álcool, de medicamentos e de drogas ou por doenças hereditárias ou autoimunes Insônia (Thinkstock)Pacientes diagnosticados com hepatite C e que não respondem aos tratamentos atuais poderão ter uma nova esperança de cura com o lançamento de novas drogas conhecidas como antivirais de ação direta – o boceprevir e o telaprevir. Os novos medicamentos são inibidores de protease, que impedem a replicação do vírus e impossibilitam o progresso da doença. Segundo os resultados dos estudos finais, enquanto o tratamento convencional curava entre 40 e 45% dos pacientes, a combinação com os novos medicamentos cura entre 70 e 75%. Até agora, pacientes com hepatite C eram tratados com interferon, um quimioterápico que estimula o sistema imunológico, associado ao antiviral ribavirina. A partir do lançamento das novas drogas, o tratamento será feito com terapia tripla – os dois já existentes combinados com as novas drogas."Os medicamentos serão válidos tanto para os pacientes que nunca foram tratados como também para aqueles que já tomaram o remédio e não responderam ao tratamento. Do total das pessoas tratadas com os medicamentos atuais, 60% receberam remédio e não foram curados", diz Maria Lúcia Ferraz, infectologista e coordenadora da Casa da Hepatite da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essas drogas são voltadas para o genótipo 1 da hepatite C – responsável por 70% dos casos da doença no país. Outro benefício da nova droga é a redução do tempo total de tratamento – atualmente, varia entre um ano e um ano e meio. Os novos remédios poderão ser utilizados por três meses e seis meses, no caso do telaprevir e boceprevir, respectivamente. Se apresentarem boa resposta ao medicamento, os pacientes não precisarão prolongar o tratamento.Efeitos colaterais — Apesar de inovadoras e com resultados extremamente positivos no quesito cura e duração de tratamento, as novas drogas não reduzem os efeitos colaterais de quem faz o tratamento. Pelo contrário, o boceprevir potencializa a anemia nos pacientes tratados e o telaprevir adiciona problemas dermatológicos como o rash cutâneo, uma vermelhidão na pele que pode provocar coceiras."Os médicos vão ter que escolher entre os dois medicamentos e isso vai depender da praticidade do uso e também dos efeitos colaterais de acordo com a história de cada paciente", diz Fernando Gonçalez, coordenador do grupo de estudos das hepatites virais da Universidade Estadual de Campinas. Como os medicamentos são novos até mesmo no exterior, ainda não há muita experiência internacional para ser utilizada pelos médicos brasileiros, que discutem no Congresso Brasileiro de Hepatologia a interação das novas drogas com o uso de medicamentos para o colesterol e hipertensão, por exemplo.O boceprevir foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em julho deste ano, mas ainda aguarda o processo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para estabelecer o preço que será comercializado. Já o telaprevir aguarda a aprovação da Anvisa, que está prevista para ocorrer até dezembro deste ano.Custo por paciente — Estima-se que o valor do tratamento deve quase triplicar com a chegada dos medicamentos – um acréscimo de cerca de 10 mil reais por mês de tratamento. "Agora, é preciso aguardar uma portaria do ministério que vai estabelecer quem vai poder receber o tratamento e quanto o Sistema Único de Saúde (SUS) está disposto a pagar na rede pública. Normalmente, o governo adota novas tecnologias, mas demora cerca de três anos", explica Hugo Cheinquer, hepatologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre.Em dez anos, hepatite C terá cura total. E sem efeitos colateraisÉ inegável o avanço que os novos medicamentos de primeira geração trazem para os pacientes com hepatite C. Embora os resultados sejam positivos para a maioria dos pacientes, 25% ficam sem a cura e ainda podem produzir cepas resistentes às drogas inovadoras. Hugo Cheinquer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é otimista sobre a cura da hepatite para os próximos anos. Segundo ele, os congressos internacionais já apresentam resultados de estudos fase 1 e fase 2 com medicamentos mais modernos, de segunda geração."Em quatro anos, o paciente terá que tomar apenas um comprimido a mais por dia, sem a adição de efeitos colaterais, com taxas de cura para quase 90%. Além disso, o tratamento poderá ser encurtado em 80% a 90% das pessoas", diz. Com os novos medicamentos, as pessoas vão ter que tomar quase 20 comprimidos por dia.Um pouco mais distante, em 2020, será possível fazer o tratamento entre três e seis meses, sem o uso do interferon e da ribavirina. "Nos próximos dez anos, o vírus C vai ter uma cura fantástica, ultrapassando os 90% e sem nenhum efeito colateral", afirma. Isso, é claro, se os estudos com um maior número de pacientes não apresentarem efeitos adversos como problemas cardíacos ou surgimento de neoplasias."Quando o momento da cura chegar, o nosso desafio será encontrar as pessoas em casa. No total, 75% das pessoas, mesmo a dos países desenvolvidos não sabem que têm a doença". A hepatite C não se manifesta de forma grave e a pessoa infectada não apresenta sintomas durante muitos anos.De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, dois milhões de brasileiros têm a doença, responsável por mais de 70% das mortes entre todos os tipos de hepatites ocorridas na última década no Brasil.
FONTE: VEJA ONLINE
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Brasil testa polipílula que poderá prevenir doenças cardiovasculares
Uma pílula que reúne quatro remédios para controlar a pressão arterial e o colesterol e prevenir o entupimento de vasos sanguíneos está sendo testada em diferentes países, incluindo o Brasil, para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares.
São dois os alvos: pacientes com risco moderado que não têm bons resultados com dieta e exercícios e pessoas com risco elevado, que já tiveram infarto ou derrame.
O país já participou da primeira fase do primeiro estudo internacional com a chamada polipílula.
Os resultados, publicados em maio na revista "PLoS One", mostraram que a pílula pode diminuir em 60% o risco de infarto e derrame em pessoas com risco moderado.
Na pesquisa, esses pacientes tinham idade média de 60 anos, eram obesos e tinham pressão arterial e colesterol pouco elevados, além de outros fatores de risco.
"São pessoas que não necessitariam de medicação, mas, infelizmente, boa parte delas não consegue reduzir o risco com outras medidas", diz Otávio Berwanger, cardiologista do HCor (Hospital do Coração) e coordenador da pesquisa no Brasil.
Ao todo, 378 voluntários participaram do trabalho, que também foi feito na Índia, na Austrália, na Holanda, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.
A NOVA PESQUISA
A segunda fase do estudo começa em novembro, com pacientes que já tiveram infarto ou AVC e tomam os remédios separadamente.
No Brasil, a pesquisa envolverá 22 hospitais, além do HCor, e 2.000 pessoas em todas as regiões do país.
Além disso, em 2012, o país deve participar da terceira fase de uma pesquisa já iniciada na Índia, na China e no Canadá.
Dessa vez, o responsável pela pesquisa brasileira será o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
O objetivo, segundo o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da divisão de pesquisa do instituto, é testar a medicação em 2.000 pacientes de São Paulo com risco cardíaco moderado.
MEDICALIZAÇÃO
De acordo com Luiz Antonio Machado César, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e cardiologista do InCor (Instituto do Coração da USP), a ideia é simplificar e baratear o tratamento.
Berwanger lembra que, hoje, no máximo metade dos pacientes de alto risco segue o tratamento corretamente. "Se pudermos facilitar a vida do paciente, mantendo os benefícios dos remédios, com custo menor e maior adesão, será muito interessante."
Ele afirma, no entanto, que a ideia não é "medicalizar" a prevenção de quem tem risco moderado. "A adesão a dieta e exercícios é péssima, apesar de as mudanças serem fundamentais. Essas pessoas não sentem nada, mas a tendência é piorar", afirma.
"Mudar o estilo de vida da população é utopia. Do jeito que a gente montou nossas cidades e a nossa vida nos grandes centros, essa opção não existe", afirma César.
Berwanger recorda, no entanto, que não se trata da "pílula da vida eterna", e que o controle de fatores como tabagismo e obesidade, deverá ser mantido, mesmo para quem tomar a polipílula.
FONTE: FOLHA ONLINE
São dois os alvos: pacientes com risco moderado que não têm bons resultados com dieta e exercícios e pessoas com risco elevado, que já tiveram infarto ou derrame.
O país já participou da primeira fase do primeiro estudo internacional com a chamada polipílula.
Os resultados, publicados em maio na revista "PLoS One", mostraram que a pílula pode diminuir em 60% o risco de infarto e derrame em pessoas com risco moderado.
Na pesquisa, esses pacientes tinham idade média de 60 anos, eram obesos e tinham pressão arterial e colesterol pouco elevados, além de outros fatores de risco.
"São pessoas que não necessitariam de medicação, mas, infelizmente, boa parte delas não consegue reduzir o risco com outras medidas", diz Otávio Berwanger, cardiologista do HCor (Hospital do Coração) e coordenador da pesquisa no Brasil.
Ao todo, 378 voluntários participaram do trabalho, que também foi feito na Índia, na Austrália, na Holanda, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.
A NOVA PESQUISA
A segunda fase do estudo começa em novembro, com pacientes que já tiveram infarto ou AVC e tomam os remédios separadamente.
No Brasil, a pesquisa envolverá 22 hospitais, além do HCor, e 2.000 pessoas em todas as regiões do país.
Além disso, em 2012, o país deve participar da terceira fase de uma pesquisa já iniciada na Índia, na China e no Canadá.
Dessa vez, o responsável pela pesquisa brasileira será o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
O objetivo, segundo o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da divisão de pesquisa do instituto, é testar a medicação em 2.000 pacientes de São Paulo com risco cardíaco moderado.
MEDICALIZAÇÃO
De acordo com Luiz Antonio Machado César, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e cardiologista do InCor (Instituto do Coração da USP), a ideia é simplificar e baratear o tratamento.
Berwanger lembra que, hoje, no máximo metade dos pacientes de alto risco segue o tratamento corretamente. "Se pudermos facilitar a vida do paciente, mantendo os benefícios dos remédios, com custo menor e maior adesão, será muito interessante."
Ele afirma, no entanto, que a ideia não é "medicalizar" a prevenção de quem tem risco moderado. "A adesão a dieta e exercícios é péssima, apesar de as mudanças serem fundamentais. Essas pessoas não sentem nada, mas a tendência é piorar", afirma.
"Mudar o estilo de vida da população é utopia. Do jeito que a gente montou nossas cidades e a nossa vida nos grandes centros, essa opção não existe", afirma César.
Berwanger recorda, no entanto, que não se trata da "pílula da vida eterna", e que o controle de fatores como tabagismo e obesidade, deverá ser mantido, mesmo para quem tomar a polipílula.
FONTE: FOLHA ONLINE
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Insulina poderá ser usada no tratamento para Alzheimer
A substância promove a reparação celular e protege contra toxinas
Uma pesquisa americana acaba de indicar um promissor aliado no combate ao Alzheimer: a insulina. Publicada no periódico especializado Archives of Neurology, o estudo informa que, quando aplicada via intranasal (pelo nariz), a insulina ajuda a melhorar as funções cognitivas de pacientes com demência leve ou grave.
Saiba mais:
Líquido cefalorraquidiano: também chamado de fluído cerebrospinal, é uma solução salina pura, pobre em proteínas e células, localizada no cérebro (entre o crânio e o córtex cerebral) e na medula espinhal. Tem função similar a um amortecedor, servindo para proteger o órgão contra lesões
Alzheimer: doença cerebral neurodegenerativa progressiva, que leva à perda de memória e a diversos distúrbios cognitivos. Normalmente, acomete pacientes acima dos 65 anos de idade
Os pesquisadores afirmam, no entanto, que é ainda é prematuro se pensar na insulina como um tratamento único, a ser usado em breve. Isso porque o estudo analisou apenas 104 pacientes, e há a necessidade de que ele seja repetido em larga escala antes que sua eficácia seja de fato comprovada.
Pesquisas recentes sugerem que a insulina tem um papel importante em diversas funções do cérebro, além de regular os níveis de açúcar no sangue. Ela promoveria também a reparação e a formação de células. “Acredita-se, então, que ela possa modificar o curso do Alzheimer”, diz Suzanne Craft, coordenadora do estudo e professora de psiquiatria na Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
De acordo com os pesquisadores, a insulina aparentemente protege contra os efeitos tóxicos da beta-amiloide, uma proteína relacionada às placas cerebrais associadas à demência. A substância previne ainda a formação de uma forma tóxica da proteína tau, que são biomarcadores encontrados no líquido cefalorraquidiano de pacientes com Alzheimer.
Estudo – A pesquisa conduzida por Suzanne tinha como objetivo suplementar e normalizar os níveis de insulina no cérebro, sem afetar os níveis nas demais áreas do organismo. Isso foi feito com um dispositivo criado especificamente para inserir insulina através do nariz direto para o cérebro, sem que a substância passasse em quantidades elevadas para o sangue.
Durante os testes, os pacientes tratados com insulina tiveram uma melhora de 20% na capacidade de se lembrar de informações. Eles também demonstraram uma melhora no metabolismo de glicose em algumas áreas do cérebro – os que tomaram placebo tenderam a ter uma piora nesse metabolismo. O tratamento apresentou alguns efeitos colaterais ocasionais, como dor de cabeça leve e corrimento nasal.
Alzheimer em 2011 – O relatório Os benefícios do diagnóstico precoce e de intervenção, divulgado nesta terça-feira pela Alzheimer's Disease International (ADI), aponta que há intervenções eficazes nos estágios iniciais do Alzheimer. O relatório aponta ainda que há fortes argumentos econômicos favoráveis ao diagnóstico precoce.
Normalmente, a maioria das pessoas com demência recebe o diagnóstico tardio, o que resulta em problemas e falhas no tratamento. "Esse diagnóstico tardio representa uma oportunidade perdida para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas", diz Daisy Acosta, presidente da ADI. Segundo orientações do relatório, todos os países deveriam adotar estratégias para promoção da detecção e intervenções precoces do Alzheimer.
O Relatório Mundial sobre o Alzheimer de 2011 revela ainda que:
- Três quartos das 36 milhões de pessoas que vivem com demência no mundo não foram diagnosticadas e não podem se beneficiar de algum tratamento. Em países ricos, apenas de 20% a 50% dos casos de demência são reconhecidos e documentados no atendimento primário. Em países pobres, essa taxa cai para 10%.
- Falhas no diagnóstico geralmente resultam da falsa crença de que a demência é normal do envelhecimento, e que nada pode ser feito a respeito. O novo relatório aponta, no entanto, que intervenções podem fazer diferença, até mesmo nas fases iniciais da doença.
- Uso de medicamentos e de intervenções psicológicas em pacientes nos estágios iniciais da doença podem melhorar a cognição, independência e qualidade de vida. Apoio e aconselhamento para os profissionais de saúde podem melhorar também o humor, reduzir a tensão e adiar a institucionalização das pessoas com demência.
FONTE: VEJA ONLINE
Uma pesquisa americana acaba de indicar um promissor aliado no combate ao Alzheimer: a insulina. Publicada no periódico especializado Archives of Neurology, o estudo informa que, quando aplicada via intranasal (pelo nariz), a insulina ajuda a melhorar as funções cognitivas de pacientes com demência leve ou grave.
Saiba mais:
Líquido cefalorraquidiano: também chamado de fluído cerebrospinal, é uma solução salina pura, pobre em proteínas e células, localizada no cérebro (entre o crânio e o córtex cerebral) e na medula espinhal. Tem função similar a um amortecedor, servindo para proteger o órgão contra lesões
Alzheimer: doença cerebral neurodegenerativa progressiva, que leva à perda de memória e a diversos distúrbios cognitivos. Normalmente, acomete pacientes acima dos 65 anos de idade
Os pesquisadores afirmam, no entanto, que é ainda é prematuro se pensar na insulina como um tratamento único, a ser usado em breve. Isso porque o estudo analisou apenas 104 pacientes, e há a necessidade de que ele seja repetido em larga escala antes que sua eficácia seja de fato comprovada.
Pesquisas recentes sugerem que a insulina tem um papel importante em diversas funções do cérebro, além de regular os níveis de açúcar no sangue. Ela promoveria também a reparação e a formação de células. “Acredita-se, então, que ela possa modificar o curso do Alzheimer”, diz Suzanne Craft, coordenadora do estudo e professora de psiquiatria na Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
De acordo com os pesquisadores, a insulina aparentemente protege contra os efeitos tóxicos da beta-amiloide, uma proteína relacionada às placas cerebrais associadas à demência. A substância previne ainda a formação de uma forma tóxica da proteína tau, que são biomarcadores encontrados no líquido cefalorraquidiano de pacientes com Alzheimer.
Estudo – A pesquisa conduzida por Suzanne tinha como objetivo suplementar e normalizar os níveis de insulina no cérebro, sem afetar os níveis nas demais áreas do organismo. Isso foi feito com um dispositivo criado especificamente para inserir insulina através do nariz direto para o cérebro, sem que a substância passasse em quantidades elevadas para o sangue.
Durante os testes, os pacientes tratados com insulina tiveram uma melhora de 20% na capacidade de se lembrar de informações. Eles também demonstraram uma melhora no metabolismo de glicose em algumas áreas do cérebro – os que tomaram placebo tenderam a ter uma piora nesse metabolismo. O tratamento apresentou alguns efeitos colaterais ocasionais, como dor de cabeça leve e corrimento nasal.
Alzheimer em 2011 – O relatório Os benefícios do diagnóstico precoce e de intervenção, divulgado nesta terça-feira pela Alzheimer's Disease International (ADI), aponta que há intervenções eficazes nos estágios iniciais do Alzheimer. O relatório aponta ainda que há fortes argumentos econômicos favoráveis ao diagnóstico precoce.
Normalmente, a maioria das pessoas com demência recebe o diagnóstico tardio, o que resulta em problemas e falhas no tratamento. "Esse diagnóstico tardio representa uma oportunidade perdida para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas", diz Daisy Acosta, presidente da ADI. Segundo orientações do relatório, todos os países deveriam adotar estratégias para promoção da detecção e intervenções precoces do Alzheimer.
O Relatório Mundial sobre o Alzheimer de 2011 revela ainda que:
- Três quartos das 36 milhões de pessoas que vivem com demência no mundo não foram diagnosticadas e não podem se beneficiar de algum tratamento. Em países ricos, apenas de 20% a 50% dos casos de demência são reconhecidos e documentados no atendimento primário. Em países pobres, essa taxa cai para 10%.
- Falhas no diagnóstico geralmente resultam da falsa crença de que a demência é normal do envelhecimento, e que nada pode ser feito a respeito. O novo relatório aponta, no entanto, que intervenções podem fazer diferença, até mesmo nas fases iniciais da doença.
- Uso de medicamentos e de intervenções psicológicas em pacientes nos estágios iniciais da doença podem melhorar a cognição, independência e qualidade de vida. Apoio e aconselhamento para os profissionais de saúde podem melhorar também o humor, reduzir a tensão e adiar a institucionalização das pessoas com demência.
FONTE: VEJA ONLINE
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Testosterona trata falta de desejo sexual na menopausa
Jane Fonda, 73, ex-musa da aeróbica, é candidata a um novo título: o de conselheira sexual de quem já perdeu o vigor da juventude, mas quer manter o desejo firme e forte.
A atriz afirma que, hoje, sua vida sexual está melhor do que nunca. Em entrevista ao jornal "The Sunday Telegraph", revelou o segredo para isso: testosterona.
Anne-Christine Poujoulat - 22.mai.11/France Presse
Jane Fonda, no festival de Cannes, em maio; a atriz recomenda o hormônio para manter a libido em alta
Além de proclamar os benefícios do hormônio masculino, com o qual se trata há três anos, ela o recomenda a todas: "Usem testosterona. Em gel, pílula ou adesivos".
Apesar de não ser médica para receitar hormônios, Fonda não está falando bobagem, segundo especialistas.
"Temos várias pesquisas mostrando que a testosterona é eficaz para melhorar a libido na menopausa", afirma Edmund Baracat, professor de ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.
No Brasil, não há fórmulas prontas do hormônio para uso feminino, mas muitos médicos mandam manipular a testosterona em farmácia, na forma de gel (que é aplicado no antebraço ou na barriga) ou em pílulas. Adesivos só são vendidos na Europa.
Embora seja um hormônio sexual masculino, a testosterona também é produzida, em menor quantidade, pela mulher. Sua produção, como a de outros hormônios, diminui com o envelhecimento.
"Na menopausa, a queda da testosterona é menor do que a de estrógeno. Não dá para saber se a mulher precisa repor, o exame só detecta se a testosterona está mais alta do que o normal", diz Ruth Clapauch, diretora de endocrinologia feminina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Para essa médica, embora o efeito na libido seja comprovado, o uso em mulheres é questionável. "Pode causar acne, aumentar os pelos e engrossar a voz, e não sabemos os riscos a longo prazo."
Já o patologista Paulo Perin, do Centro Especializado em Reprodução Humana, de São Paulo, afirma que as doses usadas em mulheres (entre 150 e 300 microgramas) são muito baixas para apresentar riscos. As contraindicações estão ligadas a problemas cardiovasculares, hepáticos ou renais.
FONTE: FOLHA ONLINE
A atriz afirma que, hoje, sua vida sexual está melhor do que nunca. Em entrevista ao jornal "The Sunday Telegraph", revelou o segredo para isso: testosterona.
Anne-Christine Poujoulat - 22.mai.11/France Presse
Jane Fonda, no festival de Cannes, em maio; a atriz recomenda o hormônio para manter a libido em alta
Além de proclamar os benefícios do hormônio masculino, com o qual se trata há três anos, ela o recomenda a todas: "Usem testosterona. Em gel, pílula ou adesivos".
Apesar de não ser médica para receitar hormônios, Fonda não está falando bobagem, segundo especialistas.
"Temos várias pesquisas mostrando que a testosterona é eficaz para melhorar a libido na menopausa", afirma Edmund Baracat, professor de ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.
No Brasil, não há fórmulas prontas do hormônio para uso feminino, mas muitos médicos mandam manipular a testosterona em farmácia, na forma de gel (que é aplicado no antebraço ou na barriga) ou em pílulas. Adesivos só são vendidos na Europa.
Embora seja um hormônio sexual masculino, a testosterona também é produzida, em menor quantidade, pela mulher. Sua produção, como a de outros hormônios, diminui com o envelhecimento.
"Na menopausa, a queda da testosterona é menor do que a de estrógeno. Não dá para saber se a mulher precisa repor, o exame só detecta se a testosterona está mais alta do que o normal", diz Ruth Clapauch, diretora de endocrinologia feminina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Para essa médica, embora o efeito na libido seja comprovado, o uso em mulheres é questionável. "Pode causar acne, aumentar os pelos e engrossar a voz, e não sabemos os riscos a longo prazo."
Já o patologista Paulo Perin, do Centro Especializado em Reprodução Humana, de São Paulo, afirma que as doses usadas em mulheres (entre 150 e 300 microgramas) são muito baixas para apresentar riscos. As contraindicações estão ligadas a problemas cardiovasculares, hepáticos ou renais.
FONTE: FOLHA ONLINE
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Instituto desenvolve curativo com óleo de açaí
A substância tem propriedades regenerativas e pode ser usada para casos de queimaduras e dermatites
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), associado à Universidade de São Paulo, criaram um curativo que une as propriedades regenerativas do óleo de açaí com os hidrogéis de polivinilpirrolidona (PVP), específicos para lesões de pele. Ainda em fase de testes, a ideia é usá-lo para queimaduras e outras condições anormais, como dermatites, escamações e ressecamento.
Segundo Ana Carolina Machado, responsável pelo desenvolvimento do dispositivo, o óleo de açaí é rico em ácidos graxos essenciais (Ômega 3,6 e 9) e em antioxidantes, fundamentais para a regeneração do tecido epitelial. Já os hidrogéis são curativos que apresentam bons resultados em casos como queimaduras, uma vez que são ricos em água. Eles hidratam em vez de grudarem no ferimento.
O mais difícil para a pesquisadora foi criar um produto que resultasse da mistura da água e do óleo – que, todos sabem, não se misturam. “Pelo PVP ser formado por 90% de água em forma gelatinosa, tivemos dificuldade em misturar a solução de óleo de açaí no dispositivo”, diz. Ana Carolina usou radiação para unir as moléculas e, com isso, formou uma rede que conecta a água ao óleo.
Depois de testes com animais, em que o curativo liberou óleo sobre uma irritação cutânea durante 24 horas, Ana garante que o produto tem potencial de mercado e custo reduzido. A pesquisa deve passar por testes in vitro e in vivo para sua implementação em humanos.
FONTE: ÉPOCA ONLINE
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), associado à Universidade de São Paulo, criaram um curativo que une as propriedades regenerativas do óleo de açaí com os hidrogéis de polivinilpirrolidona (PVP), específicos para lesões de pele. Ainda em fase de testes, a ideia é usá-lo para queimaduras e outras condições anormais, como dermatites, escamações e ressecamento.
Segundo Ana Carolina Machado, responsável pelo desenvolvimento do dispositivo, o óleo de açaí é rico em ácidos graxos essenciais (Ômega 3,6 e 9) e em antioxidantes, fundamentais para a regeneração do tecido epitelial. Já os hidrogéis são curativos que apresentam bons resultados em casos como queimaduras, uma vez que são ricos em água. Eles hidratam em vez de grudarem no ferimento.
O mais difícil para a pesquisadora foi criar um produto que resultasse da mistura da água e do óleo – que, todos sabem, não se misturam. “Pelo PVP ser formado por 90% de água em forma gelatinosa, tivemos dificuldade em misturar a solução de óleo de açaí no dispositivo”, diz. Ana Carolina usou radiação para unir as moléculas e, com isso, formou uma rede que conecta a água ao óleo.
Depois de testes com animais, em que o curativo liberou óleo sobre uma irritação cutânea durante 24 horas, Ana garante que o produto tem potencial de mercado e custo reduzido. A pesquisa deve passar por testes in vitro e in vivo para sua implementação em humanos.
FONTE: ÉPOCA ONLINE
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